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quinta-feira, 30 de junho de 2011

ROUPA SUJA SE LAVA NO JORNAL


Daí que estou pesquisando a história da criação da Orquestra, hoje Filarmônica do Espírito Santo e acabei descobrindo um monte de curiosidades sobre os anos setenta e oitenta. Degavarzinho vou socializar com os companheiros, porque o tempo anda curto e bicudo ultimamente.

Uma das diferenças mais gritantes daquela época era a maneira como os jornalistas escreviam, havia um grande espaço, hoje impensável, para coloquialismos e textos autorais. A crítica era exercida de uma maneira que agora só vemos na Internet. Costumeiramente encontrávamos o que minha mãe (Maria Nilce) chamava de “linha maldita” e não só na coluna dela não...

Mas vou resgatar aqui um episódio que seria cômico se não fosse trágico. Começa com a imperdível vinda do grupo Ars Antiqua para se apresentar em Vitória em 13 de maio de 1977:



Algum participante do evento ficou tão encantado com a apresentação do flautista que resolveu levar o instrumento para casa, talvez imaginando que tivesse alguma espécie de poder mágico ou algo Mozartiano que o valha. O jornal A Gazeta publicou o fato, dando ainda uma referência do valor para o gatuno da ocasião que, certamente, não devia fazer idéia do que tinha em mãos: 


Estaria tudo certo como dois e dois são cindo, como se dizia na época, se não morasse em Vitória a jornalista Annie Cicatelli de origem francesa. Depois de até ganhar o Prêmio Esso em 1986, Annie voltou para a frança e se dedicou à fotografia e também ao artesanato. A moça não se conteve com um pequeno erro grosseiro na nota publicada em A Gazeta e puxou a orelha do colega em praça pública.

 
Encontrei Annie Cicatelli no Facebook - bendita seja a Internet e aldeia global – e comentei da nota, mesmo porque ela era jornalista da época e eu queria fazer perguntas com relação a outros assuntos, mas a resposta foi a seguinte:

Hahahaha! Muito engraçada essa nota!!!!! Nem lembrava!!!! Com relação à Orquestra, total amnésia!!! Nao lembro nada disso (É a idade!!! Rsrsrs)

6 comentários:

  1. uca, Bom dia!

    Que história fantástica! Gostei tanto que não pude deixar de comentar.... parabéns pelo brilhante trabalho. Amo história e vc tem nos contado tudo de forma tão extasiante que realmente vale a pena ver de novo... rsrsrs.

    Bjs,

    Stephanie

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  2. Putz, Juca; Muito bom isso! Tive que rir!!!

    Fabiano Mayer

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  3. Até eu morri de rir!!!! Que doideira, nem lembro dessa estoria!! Imagine o que meu cérebro esta apagando!!! Acho que vou ter que voltar à Vitoria pra pesquisar minha vida e contar esses "causos" todos!!! rs
    Abraços a todos que passarem por aqui!
    Annie Cicatelli

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  4. Só vc mesmo, Juca, pra levantar essas passagens.
    Quer dizer então, que a nossa bucólica Vitória, onde se andava livre, leve e solto da Vila Rubim à Esplanada, e dar um mergulho na Praia do Canto ou na Comprida era uma "viagem", cheia de pecadilhos mundanos prontos para escandalizar as velha ordem, cidade que flutuava entre os costumes cariocas e os mineiros, já começava a botar as manguinhas de fora e justamente em um evento onde por certo só deu a high society?

    Vixe, que nos dias de hj não dava nem BO.

    Bassul

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  5. Faltou sagacidade do jornalista para sacar o que era, de fato, uma "flauta de Ébano Moeck"... hahaha
    Mas, realmente, o pior deslise foi anunciar o preço da flauta!

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  6. (tosse, tosse...)
    deslize*
    (tosse, tosse...)

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