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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Um Dedo de Prosa - Juca Magalhães



Entrevista feita por Natália Gadioli com imagens de Edson Romero para o Programa Um Dedo de Prosa que vai ao ar pela TV Assembléia. Um bate papo de trinta minutos no qual Juca Magalhães fala sobre seu novo livro Da Capo - De volta às orígens da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo e aborda também a cultura capixaba.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

TELEMARKETING ESPERTO TRANSFORMA CLIENTE EM BURRO

Sexta passada eu estava chegando em casa de viagem e toca o telefone, eu nem bem tinha colocado as malas no chão. Do outro lado falava um cara com voz de quem pensa que é simpático dizendo que era da Oi e que tinha uma oferta imperdível para me fazer. Não sei por que, mas sou extremamente grosseiro quando um telemarketeiro me pega assim ao telefone, daí fui logo dizendo que não tinha o menor interesse no que quer que fosse que ele tivesse a me oferecer.

Para minha desagradável surpresa, o sujeito – de quem infelizmente não lembro o nome, porque gostaria muito de poder entrar em contato com a OI para me queixar – deu uma risadinha cínica e disparou o que certamente deveria ser o seu argumento fatal de vendedor bom pra cacete acostumado a lidar com gente e influenciar pessoas:

- O senhor não tem interesse em economizar dinheiro? – Cara: não sei se foi a risadinha, não sei se foi o tom da conversa, mas aquilo me ferveu o sangue, sabe? Fiquei tão puto com a ousadia daquele babaca que a única coisa que consegui dizer foi:

- Não meu amigo: o que eu não tenho é interesse em ficar aqui falando com você! – Desliguei o telefone com um gosto de fel e um sorriso nos lábios, minha esposa estrebuchava de rir da minha reação equina e da resposta cuspida à queima rosca. As pessoas gostam de ver quando os outros perdem a linha, mas não era só isso não: aquele infeliz vinha já pentelhando a paciência da coitada também a semana inteira, até sugerira uma visita à nossa casa para explicar suas “soluções inteligentes”.

De tudo para mim ficou apenas uma simples questão bastante incômoda: como é que pode um Zé Mané que eu não faço a menor idéia de quem seja tomar a liberdade de telefonar para minha casa sem que eu peça porcaria nenhuma ou dê autorização e ainda por cima me chamar de burro a título de argumentação de venda?

O pior é que, em minha raiva súbita, eu nem sequer me dei a chance de explicar pro cara o quanto sua atitude era para mim imbecil. E sabe o que mais? Instigados (motivados?), porcamente treinados e ainda remunerados por sujeitos que se dizem e realmente se imaginam de “nível superior” esses chatos profissionais estão soltos por aí impunes, gastando ouvidos ao alcance de uma simples linha telefônica...

Portanto amigos façam essa mensagem circular: a única maneira de conseguirmos diminuir a idiotice no mundo e fazer com que os idiotas, ou seus responsáveis, caiam na real que o são.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

E SE NÃO FORMOS MELHORES QUE O BIG BROTHER?

A fachada era como nós: vistosa referência inserida numa paisagem qualquer. A partir dela se imagina coisas, lá dentro certa verdade permanece ignorada para algumas pessoas. Porque não se pode enganar a todo mundo o tempo todo sempre.

Os líderes sabem disso, erigem fachadas bonitas e restringem o acesso ao interior do edifício para que todos permaneçam criando opiniões positivas, pensem apenas coisas boas e nunca sequer suspeitem do que realmente se faz lá dentro.

As pessoas também criam fachadas para suas vidas, para o que imaginam ser importante que as outras pensem a seu respeito: honestidade, confiança, inteligência, intuição, respeito, sinceridade e tome-lhe adjetivos; a maioria auto-impostos.

Muitos relacionamentos dão errado por causa de suas fachadas enganosas: parcerias, casamentos, sociedades. Não resistem à descoberta de que por detrás dos muros não havia nada; e o pior é quando descobrem que havia de um tudo!

Custa caro manter uma fachada. Todo mundo paga um preço para ser o que quer parecer ser. Especialmente os que pensam serem bons e até alardeiam o fato. A maioria cria regras de conduta um pouco diferentes das outras e quando as seguem acham estar fazendo o certo, mesmo quando prejudicam, lesam e ferem.

O processo de criação de fachadas – e posterior demolição - é muito evidente no tão criticado programa Big Brother e talvez essa seja uma das razões para sua intensa rejeição por um determinado grupo de pessoas. Tacham o programa de idiota quando quase tudo na televisão o é. Apelativo? Idem. E por aí vai.

O que realmente incomoda no Big Brother? O fato de não criar nada de novo ou culturalmente relevante? Quantos programas da TV aberta possuem essas qualidades? O Campeonato Brasileiro de Futebol? As novelas? O Pânico na TV? O Balanço Geral? O Zorra Total? O Super Pop?

Quando caem os muros descobrimos que por detrás de músculos havia fragilidade, da astúcia havia ingenuidade ou esperteza e na aparente inteligência não havia moral. Então tudo acaba, como tem sempre que acabar. Somos mais fingidores que poetas, por detrás de nossas verdades ululam milhares de mentirinhas que gostamos de crer e inocentemente espalhar.

Atrás da fachada está a realidade de que não somos melhores do que ninguém: e isso muita gente não dá conta de realizar e talvez por isso adorem odiar: por que as vezes é só o que resta a fazer.