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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

EM DIA DE LUTO PARA O CAPIXABA CHEGA AO FIM A COTAÇÃO DO CAFÉ!


Acaba de explodir como uma bomba a notícia do fim oficial da "cotação do café" nos telejornais capixabas(!) A notícia foi confirmada na tarde de ontem por fontes palacianas - do Palácio do Café - e setores da grande mídia.

“Foi a decisão mais sábia a ser tomada”, afirmou fonte ligada à uma das maiores empresas de telecomunicações do Espírito Santo. O jornalista que não quis se identificar disse que após ser anunciado o fim do humorístico Casseta e Planeta muita coisa deve voltar a fazer sentido na televisão brasileira e que a Cotação do Café já não correspondia aos anseios da família capixaba. “Esperamos ter saído por cima”, afirmou encerrando sua declaração inesperada.

Alguns integrantes dos programas Zorra Total, Balanço Geral e A Praça é Nossa manifestaram solidariedade aos empresários do setor cafeeiro, destacam porém que com o advento da Internet, a cotação pode muito bem ser acompanhada online em qualquer lugar do Estado e que repetir pequenas variações da mesma informação toda semana é coisa impensável para a velocidade das mídias atuais. As entidades de classe ficaram indignadas com a argumentação e polemizaram perguntando se os mesmos não assistiam aos próprios programas.

Os músicos também foram pegos de surpresa com a notícia, alguns comentaram consternados que isso jamais poderia acontecer justamente no ano do centenário de Noel Rosa, poeta magistral que cantou a política do café com leite. Robertinho, Presidente da Mocidade Unida da Glória, lamentou o fato e lembra que o café foi o tema escolhido pela escola em 2006 com o samba enredo: “Quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o amor… Quem vai provar? Quem vai querer? Eu sou o café e meu banquete é para você”. Lembrando que esse é apenas o título da canção...

O capixaba ficou passado entre o futuro e o presente, mas a população comenta o caso com bom humor. A estudante de gastrofisioterapia natural, Quimelda Marcos lembra que a “cotação” das sacas de café era o único momento em que seu tio, um pequeno produtor rural, conseguia fazer piada com a própria pobreza. E acrescenta lenha à fogueira das vaidades: primeiro acabaram com as colunas sociais, perdemos até o Wesley! (pausa indignada) Agora é o fim da cotação do café. O que virá depois?

Essa é uma pergunta que só o tempo poderá responder...

Certamente a Cotação teve momentos marcantes na história recente do telejornalismo capixaba, mas será que ela era realmente necessária? Enquanto a pergunta que não quer calar ainda reverbera e causa polêmica, nos despedimos lembrando com carinho da velha narração inesquecível: “cotação do café Arábica tipo 6 bebida dura com até 12% de umidade e do Conilon tipo 7 com até 13% de broca e 10% de umidade, a cento e setenta e três reais a saca.”

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

INFERNO ASTRAL É QUE É O QUENTE!


Eu estou ficando doido ou as tampinhas de Coca-cola hoje são mais difíceis de abrir? O tempo muda tudo no mundo, até as tampinhas de Coca-cola. Também notei que não está mais rolando a Cotação do café no televisivo ES 2ª Edição - ou será que eu fiquei doido mesmo? - e antes que algum outro grupo terrorista reivindique a autoria deste atentado eu quero dizer que não tenho nada a ver com o assunto. Aliás, missão dada: missão cumprida. Agora vamos partir pra cima do show de fim de ano com o “Rei” Roberto Carlos (Se é que vai ter)... Ou então me acordem em 2011.

Tem uma desgreta dum vírus-mutante-assassino circulando pela cidade, uma espécie de Dilma, Datena, enfim algo com “D”, uma mutação da dengue, flanelinha dengue, dengue estacionamento de shopping: parou, tem que pagar. No sábado eu fui dar aquela descansadinha e não consegui mais levantar. No auge do imbróglio e do sofrimento ditei instruções importantes para minha esposa: se eu morrer, não deixe o Daniel Filho filmar O Livro do Pó de jeito nenhum! Talvez fosse a febre de 39 e tantos graus, eu já estava variando, mas o pior é ter que explicar a piada.

Meu corpo queimava, parecia mais quente por dentro do que por fora, como uma daquelas festas bem doidas em que tudo se torna bizarro demais para entender, ao passo que outras coisas de repente passam a fazer um sentido do cacete. Do lado de fora as pessoas vêem toda aquela movimentação e pensam como deve estar fervendo ali dentro, sim, mas elas não fazem nem idéia do que é totalmente quando lhe arde a chama e o corpo queima.

E ainda por cima estava já um calor infernal.

Por estas bandas o verão nasceu com ares de menino precoce, mas eu sentia um frio argentino, daqueles de dar trimiliques e bater o queixo. Quando o antitérmico finalmente fez efeito meu corpo virou tempestade. Era como se antes o tempo estivera muito fechado, com grossas nuvens cinzas, e então na virada do corpo pra cima da moléstia veio a chuva de suor desabando o mundo, daquele jeito que você tem que por toalhas no colchão, levando o mal embora e liberando a terra arrasada.

Convalesci vendo a TV, até Faustão eu vi. Xuxa lançou um novo DVD, com uma dita “dança dos pingüinxs”. Fiquei me perguntando se ela estava tentando fazer alguma referência inteligente ao verão, mas acho que não, a coisa era fora de hora mesmo. Reforçava a tese o ex-baleio apresentador que teimava em repetir que aquele era um lançamento contra tudo e contra todos, enquanto isso a loira cometia um interessante ato falho trocando Lula pelo Collor(?) Cheguei a pensar se minha febre tinha realmente ido embora.

Desisti da programação e fui rever minhas cenas favoritas do filme “Scot Pilgrim contra o Mundo”: uma concepção visual muito inovadora, diálogos engraçados, boas atuações e muito roquenrou. Desse filme pesquei a banda Metric que não conhecia, sua música Black Sheep (Ovelha Negra) é uma das melhores coisas que me chegaram aos ouvidos ultimamente. Fora isso, vi também o Saturday Night Live de sábado que teve o Paul MacCartney como convidado. Cara: sabe aquela sensação de que aquele menino, de repente, não é mais menino(?!) O cara mandou, mas parece que a voz não responde mais. A falta de gás de Paul foi a pá de cal do meu inferno astral...

Chega logo verão!

P.S. Inferno astral é o período que antecede 30 dias data de seu aniversário e o meu é em uma semana...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CENAS DO COTIDIANO

O trânsito da Avenida Beira Mar parece não ter mesmo solução. No trecho que moro, em frente ao Instituto Braille, já fecharam a passagem, mas não acabaram com o barulhento semáforo, transformaram minha rua em mão única, o que é um transtorno, e os acidentes continuam acontecendo, tudo como fora antes. Esse foi agora de manhã. O motoboy bateu na trazeira de um veículo, logo aparece o pessoal pra ajudar e em seguida vieram os bombeiros...


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

TODOS OS SISTEMAS EM ALERTA!


A adrenalina de pisar no palco é como caminhar na corda bamba sem ser trapezista. As mãos ficam geladas e transpiram - como é estranha a mão que transpira! - nos esticamos, estendemos os braços até o chão e torcemos o pescoço. Parece que a energia liberada no ambiente - e que é diferente da vida, essa ordinária – vai se acumulando em certos pontos, certas partes e é preciso por pra circular, senão alguém explode alguma coisa dentro louca.

Memorizo a letra da canção, as primeiras três palavras: “eu tô perdido”. Não é lá um bom ponto de partida, mas é onde a letra começa e é muito importante evitar aquele apagão do “eu não sei mais como é que começa”. Fico a repetindo dentro da cabeça. Sorrio para alguém, comento alguma coisa e repito: “Eu tô perdido, sem pai nem mãe”. Cazuza sempre dava um jeito de falar da mãe.

A primeira música quase passou batida, a adrenalina subiu e estacionou. Não é bem nervoso o que sinto, é uma espécie de vibração duma onda diferente, parece que tem alguma coisa elétrica estalando pelo ar. Eu sento e me levanto, olho para o palco e penso: como é que a letra começa? A tensão vinha da dúvida e do estranhamento, até o dia anterior eu nem sabia aquelas palavras, pois agora ia lá cantar na cara dura para um teatro lotado.   

Não tinha quase ninguém na então aglomerada coxia quando chegou a minha vez de cantar. Estava decidido a fazer uma participação sem exageros, mas com energia. Não queria deixar transparecer a ferrugem dos anos, como aquele tiozinho que as pessoas perguntam: e esse quem é? Por outro lado temia ser arrebatado pelo furor e a emoção e, sei lá, perder o controle, travar, cair duro. E isso quase aconteceu.

No final da música tinha um solinho de guitarra, daí, quase sem querer querendo, dei uns giros meio doidos e por pouco não consegui parar, pensei que fosse sair rodopiando, entrar em órbita, baixar o santo. Só parei quando quase me estabaquei, meu tornozelo bateu em alguma coisa no fundo do palco. Poderia até ter ficado famoso, ir parar nas videocacetadas.

A adrenalina não passou até agora. Lembro de Nick Fury me dizendo: Isso é droga, isso é droga! E é mesmo. Uma espécie de insanidade que faz o Rock ‘n’ Roll ser a parada mais pesada na música desde os anos cinqüenta. De lá voltei pra minha versão “Cara Comum” da vida. Não estou mais perdido, eu fui encontrado, um encontro com o passado, um encontro com outra possibilidade do “eu”. Talvez o mais jovem, como num parque de diversões, talvez o mais feliz... Sei lá.

  
Esse texto é baseado (opa!) em minha experiência durante a apresentação do projeto Um Canto Solidário 2010 no Theatro Carlos Gomes, Vitória – ES. E é dedicado a Cazuza, inclusive o Aguilar, Elaine Rowena, todo o elenco e a produção do espetáculo.  

terça-feira, 30 de novembro de 2010

VOCÊ JÁ TEM O SEU NOVO CÓDIGO GEOMÉTRICO DE LUZ?


A Letra Elektrônica tem dois anos e meio no ar, aqui já se escreveu sobre muita coisa, mas principalmente cotidiano e cultura, sempre com um viés crítico e humorístico. Curiosamente nunca havia abordado assuntos espirituais e afins. Não costumo criticar religião, porque não me sinto competente para dizer o que, ou qual, seria o melhor para cada um. Fiquei surpreso com a receptividade que recebeu o convite a uma palestra sobre o Livro de Mirdad do libanês Mikhail Naymi, vejo surgir o interesse espiritual de lugares inesperados e de pessoas em busca de um caminho.

Toda vez que leio os clássicos esotéricos ou converso com pessoas experientes na chamada “senda Espiritual” escuto verdades e máximas que não são tão fáceis assim de se colocar em prática. Comparo as sutilezas do auto-conhecimento com as aulas de piano, a busca do toque é cheia de detalhes e percalços: forte, meio-forte, piano, pianíssimo! Toca com o braço, solte o braço, use o pulso, use o peso do corpo inteiro! Meu professor Josué Louzada - que Deus o tenha - repetia sempre as mesmas coisas e eu respondia respondão: “Eu já sei”. E ele, sorridente dizia: “Então por que não faz?”

Acontece o mesmo com o caminho espiritual, a certa altura descobrimos que já sabemos o que temos que saber, só não sabemos como o fazer. Já lemos mais de cem livros, reviramos sebos e livrarias atrás de raridades, obras em inglês, espanhol, sabemos tudo, já lemos e ouvimos de tudo e esse tudo é quase sempre a mesma coisa, mas essa coisa nos escapa como um quadro na parede de um museu: ele está ali pendurado, você já o viu trocentas vezes: e daí?

Outro dia, meio por acaso, esbarrei numa reportagem da Revista Trip sobre o guru Brasileiro, Sri Prem Baba. Seu Ashram, ou retiro espiritual, fica perto de Atibaia em São Paulo, até coloquei o link do seu site aqui nos favoritos da Lektra. Curioso, fui assistir uma de suas palestras - ou Satsang – gravada em vídeo. Foi a mesma velha sensação: estava lá aquele senhor barbudo e sorridente falando intimamente daquelas coisas que tanto já conheço muito bem de vista. Parece que estão dormindo com minha amada antes dela me conhecer, me senti um maior abandonado (saravá Cazuza).

Mas o que me chamou a atenção na entrevista da Trip - feita por Arthur Veríssimo -  foi o diálogo que segue:

O planeta está passando por uma grande transformação, parece que está à deriva. Vemos as mudanças climáticas, o aquecimento global, terremotos, vulcões em erupção. Onde iremos parar?

É uma boa pergunta. De fato, esta é a maior mudança da história deste planeta. Sinto que aqueles que estão sintonizados, podendo receber os novos códigos geométricos de luz que estão sendo instalados, vão ficar muito bem. Mas muitos vão ter que se mudar, vão ter que mudar de planeta.

Desencarnar?

Sim.

Temos que preparar o nosso coração pra essa grande mudança?

O que podemos fazer é aprender a lidar com as consequências da mudança. Mas, mudar mesmo, não dá mais tempo.

...

Sentiram o drama, né? Quem aí souber aonde adquirir esses “novos códigos geométricos de luz” pra instalar me mande um email. Pensando bem, do jeito que Vitória é, a Kalyuga – era da destruição – vai detonar tudo por aqui e esses códigos a gente não vai achar nem em camelô pra vender...

sábado, 27 de novembro de 2010

NA SEMANA QUE VEM TEM UM CANTO SOLIDÁRIO

Amiguinho, amiguinho, tão cioso de seu destino. Muita coisa pra fazer e sempre o tempo a recuperar. A equipe da Letra Elektrônica está na cidade de São Paulo verificando a realidade dos engarrafamentos e trazendo um pouco do know how capixaba para o cidadão paulistano já acostumbrado a este evento social automotivo. No início da semana estaremos de volta para participar do projeto Um Canto Solidário cujo (cujo?) convite segue abaixo. Apoie você também essa ideia!

AO CONTRÁRIO DO QUE MUITOS IMAGINAM, APESAR DA DESCOBERTA DE NOVAS MEDICAÇÕES E INFELIZMENTE DA DIMINUIÇÃO DA PROPAGANDA DE CONSCIENTIZAÇÕ SOBRE O TEOR DA DOENÇA, A AIDS AINDA É UMA TRISTE REALIDADE QUE ASSOLA A HUMANIDADE. MUITOS PARECEM ESQUECER HOJE QUE A AIDS NÃO TEM CURA.

ATRAVÉS DA UNIÃO DE ARTISTAS E TÉCNICOS DE VÁRIAS VERTENTES, O PROJETO UM CANTO SOLIDÁRIO HÁ OITO ANOS BUSCA AJUDA FINANCEIRA DE ENTIDADES SENSÍVEIS À CAUSA (BILHETERIAS 100% BENEFICENTES) E TRAZER DADOS ATUALIZADOS DA SITUAÇÃO DA AIDS PARA TODA POPULAÇÃO, PORQUE EM NOSSO ESTADO ESSES DADOS ASSUMEM PROPORÇÕES CRUÉIS E ASSUSTADORAS.

A SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE E O DSTAIDS/ ES ESTARÃO MAIS UMA VEZ CONOSCO REALIZANDO A PALESTRA DE ABERTURA, DISTRIBUINDO PRESERVATIVOS, FOLDERES E INFORMATIVOS SOBRE O HIV E A AIDS.

AMIGOS ESSA LUTA É DE TODOS NÓS.

AGUARDAMOS VOCÊ NO DIA 1 DE DEZEMBRO (DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS) NO THEATRO CARLOS GOMES ÀS 20HS. OS INGRESSOS (R$20,00 INT. E R$10,00 MEIA) PODEM SER ADQUIRIDOS NA BILHETERIA DO THEATRO (3132-8399/ 8396/8398) OU PELO TEL 9883-8403

ELAINE ROWENA


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RAPIDINHAS CULTURAIS SUSTENTÁVEIS!


Atrás de ares mais ecológicos e sustentáveis A Letra Elektrônica no último finds esteve visitando a Pousada Pedra Azul. Com vinte e cinco anos esse empreendimento que tem projeto do Zanine na parte arquitetural é um deslumbre, sem falar no lago negro, na natureza e no visual que são um bálsamo para os que estão cansados dos engarrafamentos, do estresse e da poluição.


 Conversando com o pessoal da Pousada lembrei de perguntar sobre o resultado do projeto “Trem das Montanhas” implantado pela Secretaria de Estado do Turismo, mas fiquei sabendo que o mesmo não chegava lá, terminando em Marechal Floriano.  O projeto começou com uma boa divulgação, mas reação negativa do público que de maneira geral achou cara a passagem de R$86,00. Após o lançamento não se viu nada mais sobre os resultados da iniciativa.


Bom seguem alguns convites que estão chegando para eventos pela cidade. Se você ainda não conhece esse espaço da Casa Aberta na tradicional Rua Sete, talvez essa seja uma boa oportunidade:
 

E também o convite da Mostra de Cinema:


CINDERELA EM BUSCA DE UM FELIZES PARA SEMPRE

Falando em cinema acabei assistindo "Comer, Amar e Rezar", produção descaradamente voltada para o público das Cinderelas semi-novas e que pode muito bem ser resumido assim: 

"Princesinha na críse da meia idade não sabe mais o que quer da vida, detona o casamento feito para durar pra sempre e vai espairecer na Itália, porque lá é bacana encher a pança de macarrão. Depois de dar uma quebradinha na Índia para aprender que humildade é esfregar chão, vai parar em Bali onde de dia estuda com o feiticeiro local e de noite enche a lata em festinhas de pegação. Numa destas conhece um Brasileiro - O ator espanhol Javier Barden - com destaque para o sotaque ridículo, para legitimar sua ascenção ao coração da princesa o roteiro discretamente revela que o cara não dava baixa naquele assunto fazia mais de dez anos (Só dez?)! Os dois se apaixonam - porque o amor é a desarmonia do mundo -  e o filme acaba." Não é lindo? Eu hein...

EU QUERO A SORTE DE UM AMOR TRANQUILO

Semana que vem tem Um Canto Solidário, uma homenagem a Cazuza no dia Internacional do Combate à AIDS. A produção é de Elaine Rowena com curadoria musical de Alexandre Lima. Vai acontecer no dia 1° de dezembro, no Teatro Carlos Gomes com a participação de vários cantores, e bandas, exclusive esse escritor que vos fala, interpretando uma versão mushup de Todo Amor que Houver Nessa Vida/Stairway to Heaven. Breve vamos dar mais detalhes...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PALAVRAS AO VENTO NÃO MOVEM MOINHOS


Fiquei curioso com o título de uma reportagem publicada pelo jornal A Gazeta dizendo que Gilberto Gil seria contra o ensino da música nas escolas. Como milito justamente nessa área, fui ler e descobri, felizmente, ser um daqueles casos em que o repórter pinça uma palavra de uma frase e altera o sentido do que o entrevistado queria dizer. O link da reportagem é o que segue:  http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/11/702557-gil+discorda+do+ensino+da+musica+nas+escolas.html

Talvez o termo “obrigatório” tenha ficado grande demais e não coube no título da reportagem, ocorre que se fosse mantido estaria certo o sentido do que Gil queria realmente dizer. Num país no qual ainda somos obrigados a votar e servir exército realmente só faltava obrigar todo mundo a estudar música. Aliás, já pensou que inferno pros ouvidos do alheio?

Só para quem não tem obrigação de saber, o Ministro da Educação sancionou em 18 de agosto de 2008 a Lei Nº 11.769 de (na verdade emendando uma das diretrizes básicas da educação), tornando obrigatório o ensino de música nos níveis médio e fundamental. Importante ainda a gente saber é que, segundo o artigo abaixo, a Lei entra em vigor no ano que vem.

Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei.

Eu estou com o Gil e não abro. Estude música aquele que quiser e manifestar aptidão pra coisa e o governo que seja responsável por fornecer recursos para que isso aconteça. Quer? Então nós vamos te apoiar. Não quer? Então vá treinar futebol ou estudar computação. Cada um na sua, mas com condições para crescer e frutificar seu talento.

PAI DOS BURROS

Circula pela internet uma “aulinha de português” atribuída a um tal José Bones em que o autor condena veementemente o uso do termo “Presidenta” largamente utilizado em toda a mídia após a eleição da Dilma. Seus argumentos são realmente convincentes:

“No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante. O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que tem entidade. Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do gênero, masculino ou feminino. Se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".”

Tudo muito bom, tudo muito bem, salvo que o autor parece ter esquecido de consultar o Dicionário Aurélio onde o termo consta da seguinte forma:

Presidenta: (Fem. De presidente.) S. f. 1. Mulher que preside.

Confesso que eu mesmo embarquei nos argumentos muito lógicos da tal “aulinha de português” e, sem me dar ao trabalho de consultar outras fontes já andava até corrigindo pessoas e embaraçando fedelhos. Me “cambei”, como diria Tom Zé, aliás, mais Zé do que Tom. A verdade, crianças e crianços, é que não podemos confiar em tudo o que circula pela Internet.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RAPIDINHAS CULTURAIS - LIVRO DO PÓ NA UFES!


COMENDA MAURÍCIO DE OLIVEIRA

Na terça-feira passada, dia 16  de novembro, a família de Maurício de Oliveira recebeu convidados na Assembléia Legislativa para inauguração de uma mostra de fotografias do grande mestre e anunciar os agraciados com a comenda Maurício de Oliveira criada para o âmbito legislativo, já existe uma em âmbito municipal. Recebendo os convidados estavam Dona Luisa, viúva do compositor e suas filhas Eloísa e Ludmila.

Os agraciados são músicos e pessoas que batalham pela cultura aqui na terrinha das trombas d’água, são eles: o músico Abner Costa, antigo colaborador do “Pescador de Sons”; o filho do mestre, Tião Oliveira, continuador de sua obra musical; O Maestro Titular da OFES Helder Trefzger. Também de nossa filarmônica foram agraciados os músicos Antonio Paulo Filho - o conhecido fagotista/saxofonista Toninho - e nosso eterno menino prodígio, o violinista Hariton Nathanailidis. Foi homenageado postumamente o pianista Hélio Mendes com quem Maurício, entre outros músicos, formava o famoso Trio Vagalume.



A nota pitoresca ficou por conta do discurso de abertura e boas vindas, proferido pelo deputado “Da Vitória”, reeleito para mais um mandato. Vamos combinar que o tema da música clássica não deve ser familiar para a maioria dos parlamentares, mas bem que alguém podia dar uma assessoriazinha, afinal, chamar Chopin (pronuncia-se chopân) de “chopinho” acaba despertando os humores da galera boa de bico, já não muito satisfeita visto que hoje em dia não se servem mais bebidas alcoólicas em eventos oficiais. Vão-se longe os tempos do Alamdén e do Liebfraumilch... Eita ressaca!

PRIMEIRA DAMA

A nação de produtores culturais do Espírito Santo não está em polvorosa, mas bem que deveria. Afinal um dos nomes mais cotados para suceder Juca Ferreira no Ministério da Cultura em Brasília é o do compositor mineiro Wagner Tiso. Segundo o Anselmo Góis tem até abaixo assinado circulando pela Internet para sugerir a Dilma o nome do pianista. E o que nós temos com isso? Bem, segundo sites como a Wickipedia Wagner Tiso está casado desde 2007 com uma jovem pianista aqui da nobre e esquecida terrinha do mel. Tá bom. Quer saber mais? Clique no link abaixo:


NOVA VILA VELHA

O Professor Roberto Belling encaminha convite para seminário que irá discutir políticas públicas no município de Vila Velha.

 
MÁQUINAS DO MUNDO

O “fazedor de textos” Orlando Lopes convida para o minicurso “Máquinas de mundo: como um tema se propaga nos fazeres da literatura.” O assunto foi tema de tese de doutorado do autor a partir de um poema de 1951 de Carlos Drummond de Andrade. O curso tem apenas 15 vagas e vai acontecer no IC-III na UFES nos dias 23 e 30 de novembro de 18:30 às 21:30. É target para estudantes de graduação interessados em participar de atividades de pesquisa envolvendo discussões sobre Poética em perspectiva comparada e transdisciplinar. Para maiores informações escreva para o email: ldtccletrasufes@googlegroups.com

POR DENTRO DO LIVRO DO PÓ NA UFES

No dia 23 de novembro vai ter também apresentação da palestra “Por Dentro do Livro do Pó” na qual o escritor Juca Magalhães aborda os animados anos 80 do liberou geral pós-ditadura e a trajetória meio fictícia da banda Pó de Anjo. O encontro será no EDII na UFES, a partir de 18:30 até as 20 horas, na classe do  professor Ricardo Chagas do curso de biblioteconomia, mas é aberta gratuitamente a outros participantes. Além de falar sobre o Livro do Pó, o autor - inclusive aqui da Lektra - toca também algumas canções da época e vai sortear um exemplar da obra. Para maiores informações ou agendar uma palestra em sua instituição ligue: 27 9942 9087.