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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

RAPIDINHAS CULTURAIS - URGENTE!

Masterclass imperdível com uma das maiores autoridades em canto coral infanto juvenil do país, por favor, ajudem a divulgar.


 Segue abaixo convite para um programinha cinéfilo 
com o meu amigo Marcos Valério Guimarães.



Trabalhei no projeto Concertos na Vila em seus primórdios, ainda durante a primeira administração de Max Filho, era Secretário de Cultura o mesmo Antonio Ramos de hoje. A parada acontece na Igreja mais antiga do Estado e - segundo alguns pesquisadores - a mais antiga do país. Quem ainda não conhece a linda Igrejinha do Rosário na Prainha, perdeu - literalmente - o bonde da história. 

Não estou vendo no flyer, mas a apresentação acontece hoje a noite (30 de setembro de 2011), soube também que o horário mudou de 19h para 21h. Mas se você - Brasileiro que não desiste nunca - conseguir se livrar do engarrafamento da 3ª Ponte e chegar para o "répiáu" é só pedir uma cervejinha no boteco do Claudinei que tá tudo certo...



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CORAL CANTO NA ESCOLA E CAMERATA SESI

2011 é o ano que marca o início do Projeto Canto na Escola, uma realização do Instituto Todos os Cantos com patrocínio da empresa ArcelorMittal Tubarão. O projeto é uma ação que promove o Canto Coral e ensino de Música em geral, atuando em três escolas municipais dos bairros Barro Branco, Feu Rosa e Novo Horizonte na Serra. O Canto na Escola atende em torno de trezentos alunos com aulas de musicalização, violino, canto coral, banda marcial e até mesmo balé.

Um dos objetivos do Canto na Escola é proporcionar a oportunidade aos jovens participantes de aprimorar a experiência adquirida nas aulas em apresentações, promovendo o intercâmbio com o público, com outros músicos e estudantes. Dentro dessa perspectiva, no próximo dia 04 de outubro a comunidade da Praia do Canto receberá uma apresentação muito especial com um grande coral formado pelos alunos do projeto contando ainda com a participação da Orquestra Camerata SESI.

O Concerto está marcado para as 19:30h com entrada franca e acontecerá na Igreja Santa Rita de Cássia, recentemente reformada, que recebeu um excelente tratamento acústico. A apresentação terá regência da maestrina Alice Nascimento (adjunta do Coral ArcelorMittal Tubarão) e contará com a alegria de mais de 120 participantes. No repertório constam peças como a “Suite Japonesa” e outras tradicionais do Negro Spiritual e do Folclore Brasileiro. 



O Projeto Canto na Escola é uma iniciativa cultural do Instituto Todos os Cantos e tem patrocínio da ArcelorMittal Tubarão. Para maiores informações sobre como participar ou apoiar o projeto entre em contato com todososcantos@hotmail.com.

 
INFORMAÇÕES DO CONCERTO
Canto na Escola e Camerata SESI
Regência Alice Nascimento
Dia 04 de outubro de 2011, 19:30h
Local: Igreja Santa Rita
Rua Fortunato Ramos, 345. Praia do Canto
ENTRADA FRANCA
Informações: 27 3225 0848 & 9814 9906

quarta-feira, 21 de setembro de 2011



Paralelamente à programação do II Festival de Coros Infantis da Serra, promovido pelo Instituto Todos os Cantos, vai acontecer um masterclass de regência coral com a doutora Maria José Chevitarese. O curso terá duração de seis horas e acontecerá nos dias 08 e 09 de Outubro no colégio Darwin de Jardim da Penha. Durante as aulas serão abordados aspectos variados de regência, afinação e técnicas de ensaio.


Graduada em Regência pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (1987), Mestre em Música Brasileira pela Universidade do Rio de Janeiro (1996) e Doutora em Psicossociologia de Comunidade e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). É professora da UFRJ e atua principalmente nas áreas de Arte e Cultura. Dirige os coralis Infantil da UFRJ e o Coral Brasil Ensemble-UFRJ.


O masterclass em regência coral é aberto a todos os públicos: regentes de coros infantis, estudantes de música e músicos autodidatas ou diletantes que já estejam desenvolvendo trabalhos de canto coral em suas igrejas e comunidades. O valor individual do investimento é de R$60,00, ao final do curso cada aluno receberá um certificado de participação.
 
MASTERCLASS EM REGÊNCIA CORAL
Dias 08 e 09 de Outubro de 2011. De 09h ás 12h.
Colégio Darwin de Jardim da Penha.
Rua Desembargador Vicente Caetano, 116. Em frente à UFES.
Informações: 27 9814 9906 & 3225 0848


domingo, 18 de setembro de 2011

MENSAGEM SECRETA

A banda Enceradeira Eléktrica nasceu de um sonho, mas não aquele sonho de fazer sucesso na música ou algo assim. Uma noite Juca Magalhães (Autor do Blog A Letra Elektrônica e Ex-Vocal da Banda Pó de Anjo) sonhou que fazia parte de um grupo com esse nome. No dia seguinte a “enceradeira” zumbia em sua cabeça - embora também pudesse ser ressaca - procurou no Google, mas não encontrou nada. Poucos dias depois apareceu o guitarrista André Lobo (Ex Lordose Pra Leão) propondo fazer um som por pura diversão e assim tem sido desde então, a começar pelo nome escolhido.

Para quem tem menos de trinta anos e não tem nenhuma obrigação de saber, a Enceradeira Elétrica foi um utensílio doméstico bastante comum até meados dos anos oitenta, época em que eram muito usados os pisos de tacos ou taboa corrida. As lembranças daquele passado brilhante trazem a rodo o som das grandes bandas, as festinhas no piso encerado dos salões e os primeiros rocks em terras capixabas.

Enquanto a dupla desenvolvia um repertório com pegada - autoral, nacional e internacional - e sonoridade acústica, surgiu um reforço do passado: o baterista Jorge Simpson, um argentino pra lá de capixaba que desde os anos oitenta integrou bandas que iam do Jazz ao Rock, como a Piratas do Asfalto. Segue abaixo uma foto recente do trio, vestindo o uniforme cinza e azul.



O show da “Enceradeira” vai do Pop ao BRock em algumas reviravoltas por segundo, fugindo do lugar comum, misturando influências e aproximando harmonias de canções pouco prováveis. As apresentações da banda são “secretas”, talvez por isso você ainda não tenha ouvido falar delas, inclusive seus integrantes pediram para não divulgar que na próxima quinta-feira (22 de setembro) estarão fazendo um som no Teacher’s Pub, na Praia do Canto. 

Esta mensagem vai se autodestruir em 3... 2... 1...


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NOTHING TOULOSE


Chegando mais uma edição das Rapidinhas Culturais da Letra Elektrônica, com um concerto imperdível que você dificilmente vai ver circulando pelas mídias tradicionais. Amanhã e depois (dias 15 e 16 de setembro) acontece mais uma edição dos concertos internacionais promovidos pela – graças a Deus - incansável Gracinha Neves. Muito sabiamente a produção agendou logo duas apresentações, simplesmente porque o público de música clássica cresceu em terras capixabas.

Vem aí a Orquestra de Câmara de Toulose (França) e você não vai ter “nothing too lose” em comparecer aos concertos porque a entrada é franca. A sugestão é chegar uma hora antes (a apresentação está marcada para oito da noite) para tentar garantir o ingresso, coisa que - acredite - não tem sido fácil ultimamente. No programa consta Tchaikowsky, o concerto para piano em La menor de Mendelssohn (solista Helena Elias), e a sinfonia 38 de Mozart, conhecida como Praga, em transcrição para camerata.

Essa Orquestra de Câmara foi fundada em 1953 por Luis Auriacombe e é formada por doze instrumentistas do naipe de cordas de uma orquestra tradicional (violino, viola, violoncelo e contrabaixo). A direção musical está a cargo desde 2004 do solista, maestro, compositor e professor Gilles Colliard: entre outras coisas, primeiro violino do Quarteto Ravel e professor do departamento de música barroca do “Conservatoire à Rayonnement Régional” de Toulose. Só para arrematar - o currículo do maestro é extenso - ele toca em um violino Antonio Stradivarius fabricado em 1732.

A solista Helena Elias é nascida em Belém do Pará, mas vive em Paris desde 1983, onde se doutorou em musicologia e história da música, leciona e é associada ao laboratório de pesquisas do Observatório Musical Francês. Foi aluna de vários monstros sagrados do piano como Jackes Klein, Magdalena Tagliaferro e Magalof e se apresenta regularmente como solista e em grupos camerísticos por toda a Europa e América. Segue abaixo o flyer do concerto.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

EM HOMENAGEM AO DIA DAS CRIANÇAS


VEM AÍ O II FESTIVAL DE COROS INFANTIS DA SERRA

Pelo segundo ano consecutivo o Instituto Todos os Cantos vai realizar o Festival de Coros voltado para o público infanto-juvenil em comemoração ao dia das crianças.  Desta vez as oficinas e apresentações acontecerão no sítio histórico da Igreja e Residência dos Reis Magos, na cidade de Nova Almeida, na Serra. Espaço de excelente acústica e grande beleza das obras legadas pelos jesuítas ao Brasil, a obra foi completada e inaugurada em 06 de janeiro de 1580.

Nesta nova edição o Festival traz como atração principal a regente Maria José Chevitarese que irá ministrar um workshop de regência coral - abordando regência, afinação e técnicas de ensaio - e também reger ensaios com os coros participantes. Tanto o festival quanto o curso terão vagas limitadas, portanto é bom garantir já a sua inscrição.

Graduada em Regência pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (1987), Mestre em Música Brasileira pela Universidade do Rio de Janeiro (1996) e Doutora em Psicossociologia de Comunidade e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). É professora da UFRJ e atua principalmente nas áreas de Arte e Cultura. Dirige os coralis Infantil da UFRJ e o Coral Brasil Ensemble-UFRJ.

O II Festival de Coros Infantis da Serra acontecerá nos dias 08 e 09 de outubro próximo com uma programação de oficinas de musicalização, história da música e contação de histórias no período da tarde e apresentações dos grupos participantes no início da noite. É uma oportunidade imperdível para os coralistas trocarem informações, mostrarem seu talento e fazerem novas amizades.

As inscrições para o Festival são gratuitas, no final de cada dia haverá a formação de um grande coro com apresentação de duas “canções tema”, cujas partituras serão enviadas após confirmação da participação. A coordenação do Festival é da regente Alice Nascimento e conta com o patrocínio da Prefeitura da Serra, através da Secretaria de Turismo e Cultura - Lei Chico Prego e da empresa ArcelorMittal Tubarão.
  
II Festival de Coros Infantis da Serra
Oficinas a partir de 14 horas - Apresentações a partir de 18 horas.
Igreja dos Reis Magos – Nova Almeida. Serra-ES
Informações: 27 9814 9906 & 3225 0848

sábado, 10 de setembro de 2011

A VOZ E A VERVE DE NATÉRCIA LOPES


Acho até estranho quando falam Natércia Lopes a “cantora lírica”, afinal Natércia já assumiu uma posição lendária no cotidiano conservador da cidade de Vitória; muito mais do que uma cantora: Natércia é um acontecimento. Quando se fala dela não precisa explicar, não tem outra, nem nunca vai ter. No próximo dia 14 essa figura mitológica de nosso meio musical vem a público lançar o disco “La Diva, La Vita!” O material de divulgação dá muito destaque ao fato de ser essa a primeira vez que a cantora lança um disco.

Várias divas do bel canto lançaram gravações fora do universo da ópera, abrindo o leque em direção às formas musicais mais populares. Fico me perguntando: por que será que Natércia nunca gravou antes? Com uma carreira brilhante como a dela esse deveria ser seu décimo, vigésimo disco. De qualquer maneira é fundamental o registro, mas eu gostaria muito de poder ouvir ou vê-la em ação, por exemplo, em meados dos anos oitenta quando voltou triunfante da Europa. Ver, aliás, eu vi; pessoalmente, mas ficou apenas na memória...

Além do disco está sendo lançado um site - www.natercialopes.com - muito bem construído trazendo informações sobre a trajetória da Diva e uma longa entrevista concedida à jornalista Jane Bilich que faz questão de esbanjar seu conhecimento do universo operístico. A entrevista é um deleite não deixem de assistir. Descobri por exemplo que Natércia é natural de Castelo, cidade que visitei faz duas semanas. Fico me perguntando do porque da maioria das pessoas de destaque daqui não ser nascidas em Vitória... Faça uma pesquisa sobre o assunto. Abaixo tem um “teaser” do conteúdo do site numa foto sensacional de Natércia com Amylton de Almeida.


O site não traz muitas informações técnicas sobre o disco, talvez para preservar a surpresa do lançamento, mas eu sei que o maestro Wanderley Rocha da Banda da Polícia Militar esteve envolvido com a produção e que o resultado final vai fazer valer essa tão longa espera. A única crítica a ser feita é com relação à escolha do espaço para o lançamento, infelizmente, o Theatro Carlos Gomes, como sempre acontece ultimamente, não vai comportar. Talvez o Teatro da UFES ou o Centro de Convenções fossem mais adequados para receber os admiradores de Natércia, especialmente as pessoas mais simples que a conhecem e sempre a admiraram como cantora.

Tenho respeito e carinho enormes por Natércia Lopes, sempre adorei sua voz, mas especialmente o seu jeito despachado, desbocado, histriônico. Sim, lembra muito o de minha mãe, a colunista Maria Nilce. Elas vêm daquela geração que resolveu diferenciar a mulher independente da “senhorinha submissa”, de arregaçar as mangas e disputar espaço com os homens, de igual para igual. Pagaram um preço por isso, como todos pioneiros pagam: mas enfrentaram o preconceito e a caretice capixaba com talento e verve.  Naqueles tempos mornos Natércia botou pra ferver, de muito pouca gente podemos dizer isso.  




quarta-feira, 7 de setembro de 2011

QUE FELIZ ANIVERSÁRIO O QUÊ!


Cheguei à adolescência em plenos anos oitenta, a chamada década perdida. Fomos tachados de “geração coca-cola” e o termo “alienado” era frequentemente usado para definir a direção em que vagava o gosto da época, especialmente nossos ingênuos esforços de roqueiros botocudos. O cenário social mudou tanto de lá pra cá que hoje, como tantas outras coisas, nem a própria alienação pode mais ser vista com preconceito. Pelo contrário, os temas que exaltam bobagens bombam pela internet, os outros, bem, são os outros tanto perdidos pelos mares cibernéticos.

Hoje podemos saber de quase tudo que encafifou a humanidade por séculos, por exemplo: a Atlântida nunca existiu mesmo, muito menos os discos voadores e o famoso triângulo das bermudas é apenas um conjunto de botecos em Vitória. Se alguma dessas coisas existisse as provas já estariam online há muito tempo, inclusive para baixar de graça no Pirate Bay. James Cameron mostrou que Jesus foi enterrado onde existe um condomínio classe média de Jerusalém, mas a Rede Globo, compreensivelmente, achou mais importante cobrir o show de Roberto Carlos.

Preste atenção nos tópicos colocados no Facebook, por exemplo. As tentativas de levantar discussões sérias são geralmente ignoradas, enquanto frases sem sentido e fotografias exóticas bombam com incentivos de deslumbre e prazer. Talvez eu é que esteja ficando velho, sabe? A própria iniciativa de reclamar dessas coisas em público é já um sinal. Um amigo meu disse que está apaixonado por uma garota Argentina, uma garota de prata, que por ela iria até o inferno. Daí falei solidário que acho que é por lá mesmo que esse negócio fica.

Outra coisa que dá popularidade é mulher com pouca roupa, de preferência sem nada, na cabeça, exclusive. Não sei por que é que ainda não criei a Garota da Letra Elektrônica. Um dia desses assisti trechos – foi curiosidade mórbida, mas sei que vocês também vão ficar – de uma paródia pornográfica do filme Spiderman. Olha: já dizia aquele cara, naquele filme sobre música: o segredo de nossa arte reside na surpresa. E podem ter certeza que as surpresas da referida película são muitas. Aliás, vi esse negócio depois que achei um comentário assim: and I laugh, and I laugh, and I laugh...

Ontem a Jaqueline me convidou para escrever um texto sobre o aniversário de Vitória, então comentei: pois é: a gente fala tanto mal de nossa cidade não é? É praticamente uma coisa cultural do capixaba. Pena que estou sem tempo pra escrever, to pendurado com um monte de textos e nunca fiz uma declaração de amor à nossa “cidade sol com o céu sempre azul...” Então ela falou animada: pois é Juca, agora é a hora!

Não, eu acho que não...   

terça-feira, 6 de setembro de 2011

MARIA NILCE, CABRITOS E BERROS - REPOST

No final da semana passada recebi um comunicado da diretora da Bilbioteca Estadual, Nádia Alcure, reiterando sua preocupação na tentativa de descobrir o paradeiro do antigo arquivo do Jornal da Cidade. Disse que o Secretário Frei Paulão está ciente do problema e que o Estado manifesta preocupação com a situação. Fiquei satisfeito por finalmente ter, pelo menos, alguma resposta dos responsáveis pela Biblioteca.

Reafirmo que nunca tive a menor intenção de fazer “barraco denunciatório”, nem exigir punição para ninguém, mas sim de tentar preservar um cadinho da historicamente mal conservada e bastante manipulada história oficial do Estado do Espírito Santo. Muita gente tenta e algumas realmente conseguem perpetuar suas versões da realidade em nossa sociedade, vide aquela reportagem sobre a bomba no Jornal da Cidade que mostrou como isso acontece.

Na vida nem sempre "vale o que está escrito", mas, na falta de testemunhas confiáveis, as várias versões de fatos do passado podem fornecer um panorama bem mais autêntico de uma determinada época. É preocupante e também de se perguntar das razões e intenções dos órgãos oficiais quando algumas versões documentadas da história começam simplesmente a desaparecer.

Com relação ao texto que postei e que sei que nem todos leram, porque não o enviei por email, tive um retorno muito legal de Marcus Machado do blog “Opinião e Cultura” que quero compartilhar. Atentem para a forma cautelosa que o amigo se exprime, parece que está caminhando descalço numa sala cheia de cacos de vidros. Isso foi o que mais me agradou no texto, porque mostra o quanto esse assunto é delicado e merece ser conhecido por todos. Boa Leitura.

Maria Nilce, cabritos e berros...

Na sociedade capixaba, como tantas outras desde Choderlos de Laclos, é importante ter sorrisos infláveis e apertos de mãos assépticos. É o que me disse certa vez uma experiente raposa social: nesse contexto, o bom cabrito não berra! Desse modo, sempre que prejudicado ou ironizado, o melhor seria absorver o golpe e esperar uma boa oportunidade para revidá-lo. Tudo com o mais fino requinte. Uma estocada digna de um “touché” ecoado nos corredores de Versalhes. Conhecedores dessa arte muitos se perpetuam nas solenidades e eventos da província vitoriana. Na calada da noite, no aconchego dos escritórios e no amparo dos escudeiros fiéis articulam suas estratégias de inclusão social engolindo sapos e mais sapos, deixando a lagoa apenas à luz da lua. Outras pessoas, por não terem essa, digamos, habilidade, são excluídas desse convívio. Algo perfeitamente compreensível já que as pessoas tendem a se aglutinar em torno de posturas e percepções comuns a todos que convivem em um ambiente social. Isso faz parte do ser humano. É o seu instinto animal, em cujo reino existem tais convivências afins. No entanto, entendo que não é admissível assassinar alguém por motivos dessa natureza. Alguém que não foi um bom cabrito e berrou. Alguém que ofendeu ou ironizou o código de ética social de um grupo específico pela natureza de sua personalidade ou postura empresarial. A sociedade contemporânea, pós-barbárie, tem meios legais para se proteger e fazer valer seus direitos e razões. A justiça não pode ser feita pelas próprias mãos, mas pela égide da magistratura. Esse pequeno texto surge em razão de um bom artigo do Juca Magalhães, em seu blog www.megamagalhaes.blogspot.com . Eu não conheci Maria Nilce nem frequentei o ambiente social ao qual ela se referia e fazia parte, mas não abro mão do direito de conhecer a história de nossa cidade. E ter acesso ao Jornal da Cidade seria uma boa maneira de conhecê-la de forma complementar aos demais jornais existentes. Apagar arquivos legítimos, admirados ou não, é uma forma explícita de que ainda existem cabritos que não berram e ainda apagam o berro dos outros. Nossa história não merece essa mediocridade. E nem que um jornal, à época, estampasse uma charge desse teor, in memoriam, como mostra a figura ao lado. Tenho certeza que hoje há um arrependimento tanto do chargista quanto do próprio jornal.

Para saber mais sobre essa questão acesse o blog Opinião e Cultura no link abaixo:
http://fushiba.blogspot.com/