Páginas

quarta-feira, 30 de julho de 2008

HOJE EU VOU DAR A COTAÇÃO DO CAFÉ...


Amigos, amigas e colunas do meio - como dizia antigamente a Zebrinha do Fantástico. Aliás, a Zebrinha ficou tão ultrapassada que nem sei mais se ainda existe jogo da Loteria, faço como vovó já dizia: come bosta, mas não aposta!
Pegando carona no assunto, tem coisas na nossa televisão local que eu acho ultra-supérfluas e ultrapassadas, mas que estão no ar há séculos e que pelo jeito ainda vão continuar por muito tempo:
Por exemplo: Que diabos tenho eu e a maioria da população do estado com a tal da “cotação do café”? Coisa mais estranha não é? Entra o cara com aquele olhar de peixe vago e fala quanto é que tá valendo a saca do Arábica tipo 7 e que o Conilon com cinco por cento de broca é o caralho à quatro, e eu com isso? E você com isso?!!!!

Tem também a movimentação financeira, outro dia eu estava assistindo a um desses televisivos locais, entrou a vinheta com uns caracteres dizendo: “Mercado Financeiro” e no fundo aquela voz empostada: hoje não houve movimentação financeira. Era feriado mané. Pra que a porra da vinheta então? Eu hein?!

Bom, e pra arrematar: não sei pra que é dada a previsão do tempo no jornal local se é daqui mesmo! Primeiro que eles sempre erram, segundo: quer saber como está o tempo? Olha pela janela meu filho! Daí vem aquela embromação: em vitória mínima de 25 graus e máxima de 32, em Domingos Martins mínima de 18 e máxima de 26. Porra cara, você é daqui e não sabe que em Domingos Martins faz um friozinho não?

Agora o assunto da semana é que o nosso futebol caiu pra série “D” do campeonato Brasileiro. Amigos, confesso que não entendo absolutamente nada do assunto, então me ajudem aí: quantas letras têm nessa parada? A letra “V” é de Futebol de Várzea? Não porque pra mim a série B era de Futebol de Botão, rararara! Brincadeira, mas sabem qual o resultado disso? Domingo de manhã passou aqui em baixo do meu apartamento uma passeata de vascaínos. Não me pergunte como ou por que, só sei que foi assim...
Bom, até agora eu não havia postado nenhum email, mas chegou pra mim essa reportagem super gozada e achei interessante estar publicando, dados a proximidade e o sucesso – segundo ouvi dizer, não sei – da parada gay de Cariacica...

29 Julho 2008 - 00h30

PORTO: APANHOU CINCO ANOS E MEIO DE PRISÃO EFECTIVA POR HOMICÍDIO TENTADO:

NÃO QUERIA GATO GAY!

Nunca deparei com motivo mais torpe e surreal para tentar matar uma pessoa: o senhor disparou dois tiros contra um indivíduo que acabara de lhe salvar o gato porque alegadamente ele era homossexual e, ao pegar no animal, ia fazer com que este também se tornasse homossexual", sublinhou o juiz do Tribunal de S. João Novo, no Porto, no final da leitura do acórdão que condenou o arguido a cinco anos e meio de prisão por tentativa de homicídio e posse de arma não legalizada.José Maria Correia , de 54 anos, não vai esquecer aquele fim de tarde de 22 de Outubro último. O seu gato – que desaparecera há três dias – miava num terraço vizinho, de onde não conseguia sair. Solícitos, os vizinhos tentaram resgatar o gato. O mais afoito chegou a deitar-lhe a mão, mas o felinoesquivou-se.JoséMaria, empregado de restaurante, é que não apreciou o gesto do vizinho, a quem passou a insultar. O vizinho José Pedro ouviu os impropérios de José Maria, mas acreditou que a sua ira se dirigia ao gato e às preocupações pelo seu desaparecimento. Por isso, quando conseguiu resgatar o gato, ficou apavorado mal José Maria lhe apontou uma pistola e, repetindo insultos de "maricas, que vais fazer do meu gato também panasca", fez menção de disparar. O salvador do gato fugiu e evitou as duas balas disparadas por José Maria, mas uma dos projécteis atingiu o ventre da vizinha Anabela Cruz, professora de 35 anos, que nessa mesma noite foi operada no Hospital de S. João.O arguido, que em julgamento nunca se mostrou realmente arrependido, ouviu o acórdão com resignação.

PORMENORES: RACISMO - Depois dos tiros, o arguido esteve nas instalações da PJ, onde insultou um inspector por ser preto.

PARA RECORDAR: O juiz João Grilo reconheceu que vai recordar este caso porque o arguido é o "oposto do que uma pessoa deve ser".

EMBRIGAUEZ: José Maria afirmou estar embriagado, mas os depoimentos da polícia desmentiram-no.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

VIVER HOJE EM DIA É UM SACO!

- Cara, falando sério: ficou chato viver né?
- Como assim?
- Chato cara, agora a gente não pode fazer mais nada. Tem esse negócio do politicamente correto, não se pode mais chamar os outros de preto, de bicha. Desde a AIDS não se pode mais nem transar sem camisinha...
- (Risos) Bom, eu nunca fui muito racista e, mesmo com o Viagra, há muito tempo que o sexo já não é mais a mesma coisa pra mim...
- Eu acho um saco não poder mais tomar uma cervejinha e sair por aí dirigindo.
- Saco, saquíssimo!
- Sem falar no policiamento dos outros, saca? Tomá no cú meu! Ontem eu tava contando que sábado enchi a lata e logo alguém me perguntou: você num tava dirigindo não né?
- É porque agora dá cadeia e multa de mil reais...
- Eu sei, mas isso se a polícia te pegar né?
- (Muitos risos) Rebelde, sempre rebelado...
- O problema é que nós crescemos tendo como heróis os roqueiros, guerrilheiros, hippies, junkies. Aliás, vivem falando em alimentação saudável, mas o Keith Richards ta aí inteirão.
- Pois é, mas se essa Lei seca tivesse aparecido uns trinta anos atrás essa mesa estaria bem mais cheia.
- E é isso que eu acho o pior de tudo! No final ainda ter que dar razão pros outros. Por isso que viver é um saco ultimamente, não se tem mais nem a liberdade de cometer os erros comuns de um ser humano qualquer. Quem vão ser nossos heróis agora?
- É que o mundo agora tem muito mais seres humanos... São erros demais.
- Com tantas responsabilidades todos nós seremos heróis.
- O que é o mesmo que dizer que ninguém mais vai ser... E chamar aquele maracujá de gaveta de “inteirão” é muita bondade sua.
- E essa coisa do meio ambiente? Eu tava lavando uns pratos e minha filha de cinco anos veio perguntar se eu estava enxaguando a louça ou lavando, por que agora na escola dela ensinam que todo mundo é responsável por economizar a água do planeta.
- Sim. Todo mundo agora é responsável por tudo, parece até o despertar da consciência em nossa sociedade. Estávamos sonhando e o sonho acabou. Já dizia John Lennon.....
- Que nada! Pra mim isso é tudo coisa da mídia... Toda semana eles inventam uma estória diferente até você não agüentar mais ouvir falar naquela porra!
- Sim, agora estão falando das pessoas inocentes mortas pela Polícia Militar.
- É. Já imaginou ficar abrindo a torneira e fechando na hora de tomar banho?
- Cara, eu ando deprimido... to até pensando em me matar. O mundo é um saco, nós somos iguais baratas, insetos... Não vejo mais sentido em viver.
- Olha, suicídio é a paranóia final. Qual o problema de viver uma vida caretinha?
- Falando nisso: alguém trouxe aquela porra da sacola ecologicamente correta pra gente pegar as cervejinhas?
- Tá aqui essa coisa medonha, minha filha não me deixou sair sem ela, diz que as de plástico estragam o meio ambiente.
- Então vão bora... Quem tem um cigarro aí?

domingo, 13 de julho de 2008

PROMOÇÃO DE DIA DOS NAMORADOS (REPRISE)



Dia dos namorados é dose... Engarrafamento em tudo quanto é lugar, lojas caóticas com vendedores não menos (sistemas fora do ar), indecisão na hora de comprar uma coisa legal e os restaurantes lotados, mas não é que teve um que foi exceção...

Ali na antiga Ilha de Santa Maria, perto do Edifício Paulo VI, lugar que hoje é chamado de Enseada do Suá e que é na prática já faz parte da Praia do Canto, tem uma Pizzaria chamada “Zé da Pizza”, ou algo assim, pois muito bem:

Saímos (eu ranheta e ela determinada, como é de praxe) pra cumprir o tradicional ritual do (obrigatório?) “jantar romântico do dia dos namorados” (embora nunca tenhamos precisado muito de ocasião para comer uma pizza)... Aliás, o dia de São Valentim é em fevereiro. No Brasil é que se comemora o dia dos namorados em junho, única e exclusivamente por questões comerciais, portanto, nem um pouco românticas.

Um de nossos amigos tinha indicado o tal “Zé da Pizza”, dizendo que a massa lá era muito boa, acima da média da nossa cidade, não tão pródiga e famosa pelas pizzarias... E olha que tem é descendente de italiano por aqui...

A única coisa que esse nosso amigo falou de ruim do restaurante é que lá não aceita a entrada de crianças, coisa que ele achou antipático, o que pra gente não era problema, casal sem filhos, é até melhor que o clima romântico (e a tranquilidade) fica mais garantido.

Logo na entrada passamos rápido por um cartazinho de papel A4 colado na porta de vidro que dizia algo sobre uma “PROMOÇÃO DE DIA DOS NAMORADOS” cujo consumo mínimo deveria ser de cinqüenta reais. Bom, sair pra jantar num dia especial tem desses inconvenientes e, afinal, cada tem direito de um pedir o que quiser pelo serviço que oferece... Quem achar o preço justo que pague.

Diferente de todos os outros lugares da cidade, lá dentro não tinha ninguém, cheguei a pensar que a pizzaria não estivesse funcionando. Mas logo fomos abordados por um senhor de barba grisalha, que, aliás, me lembrou Bebeto Guimarães e que nos abordou sem muitos rodeis da seguinte maneira:

- O cartaz lá fora ficou claro pra vocês? – Ficamos sem graça com aquela investida quase truculenta, daí respondi:

- Ficou sim. O consumo mínimo é de cinqüenta reais né? - Dificilmente gastamos mais de quarenta em outras pizzarias da cidade, mas, enfim, era dia de se fazer um sacrifício: tudo em nome do amor...

- Não, não... – Fui interrompido por ele e por ela – O consumo mínimo de cinqüenta reais é por pessoa. Minha namorada já tinha entendido o esquema e eu ali dando de trouxa retruquei...

- Caramba amigo... Cem reais é um bocado de pizza hein?

- Ah! não, mas tem que tomar um vinhozinho também... – Ele já queria nos ditar o que beber, enfim, dar um jeito de gastar os tais cem contos. Só de vingança retruquei:

- Nós não bebemos não amigo... - no meu caso, eu entorno, mas não comumente e a patroa não gosta, o que não é da conta de ninguém, muito menos de um completo desconhecido que estava sendo deselegante conosco, afinal, sua abordagem dava a entender que nós não tínhamos condição - ou claramente intenção - de gastar cem reais numa noitada.

Obviamente resolvemos ir embora dali mesmo... Muito mais pela atitude do sujeito, espanador de clientes, do que por conta dos tais cem reaizinhos, daí entendi porque é que a casa estava vazia. Coisa de doido. Será que ele queria espantar a freguesia pra poder sair com a namorada? Hahahaha! Vai ver...

Conseguimos a última mesa vaga na “nossa” velha (e ótima) pizzaria Napolitana e jantamos muito bem. Lá tinha promoção de dia dos namorados também, eram umas velinhas enfeitadas em cima da mesa. Nem me lembro quanto gastamos. Que diferença isso faz? Aliás, lembrei agora daquela música do velho compositor Zé Coisado “Quem nasce Zé não morre Johnny”. E me arrependi de, antes de ir embora, não ter dito praquele barbudo pizzaiolo da capitalistolândia:

- Rapaz... Você é um “Zé” mesmo hein?

terça-feira, 8 de julho de 2008

O CAPIXABA É MUITO TRANQUILO MESMO



Cara, nossa cidade é uma biboca mesmo. Já faz um tempo que inaugurou o Burger King no Shopping Vitória e eu nunca tinha conseguido reunir coragem pra enfrentar as gigantescas filas que se formam por lá.

Novidade em cidade pequena é sempre um vuco-vuco...

Por acaso acabamos parando ontem lá, uma segunda-feira em que não estamos perto de nenhum evento comercial importante, do tipo: dia dos pais, das mães, das crianças, dos namorados, natal, então...

Esquecendo os anos de vegetarianismo fiel, pensei com meus butones:
- É hoje que eu vou à forra!
(Revista Uncanny X-Man Nº1250, fala do personagem Dentes de Sabre, pág. 14)

Sabe o que encontrei? Uma porra duma filazinha razoável. Não vou dizer que era grande não, tinha só umas dez pessoas na minha frente. Dava pra encarar. Geralmente a fila do Burger King tem mais de cinqüenta pessoas! E o que mais assusta é que o negócio não anda! É de desanimar qualquer cidadão.

Acho isso uma piração cara. Você me abre um negócio numa cidade nova, vê que não tá atendendo nem de longe a demanda e não faz porra nenhuma? Mas resolvi enfrentar a fila porque não estava com fome, queria comer só pela curiosidade de experimentar um rango diferente. Se a fome fosse negra eu tinha vazado pra outro lugar.

Daí que descobri que eles têm uma promoção de Coca-cola que é de deixar qualquer pançudo arriado. Você pode encher o copo de novo até meia hora depois de receber seu sandubão. Rapaz, já pensou se fosse cerveja? Putzgrila! Ia ter que ir embora de táxi. Hahahahaaha! São as problemáticas da Lei seca.

Fui atendido por um menino mirrado que falava pra dentro, quase um eunuco. Por conta de seus resmungos demorei a entender que podia encher novamente meu avantajado copo de 700 ml até o cú fazer bico. Mais um pouquinho ia sair rolando de lá...

E acaba que o Burger Coiso me decepcionou... Tinha um quê de churrasco de butique no gosto daquele sanduba. Sei lá cara, sou muito pouco exigente pra comida em geral, mas parece que tinham passado perfume de 'barbecue' naquele hamburger saca? Tipo esses biscoitinhos de presunto? Ruffles sabor de churrasco? Pois é...

Daí fiquei lembrando do filme Nação Fast Food, os caras têm mesmo uma espécie de molho sintético artificial pra dar gosto na parada saca? É esquisito cara. Fico até com medo de imaginar o que será que eles tão querendo disfarçar com essa perfumaria toda.

Mas o que me deixou mais puto de tudo, depois de ter comido é claro, é que eu ainda por cima tinha enfrentado fila pra gastar meu rico dinheirinho lá... E ainda gastado quatro paus só pra parar meu carro no estacionamento do Shopping.

O capixaba é muito tranqüilo mesmo né?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

DEFINIÇÕES DO “SER” E DO “FAZER” CAPIXABA

Dias atrás tava assistindo ao ótimo programa 15 Minutos daquele cara chamado Marcelo Adnet e daí que ele apareceu com um email enviado por um nosso conterrâneo dando algumas definições muito fraquinhas do que é ser capixaba. Que capixaba fala pocar e tem gastura (?)
Ok, não bastasse isso tudo Marcelo e Quiabo pra arrematar ainda resolveram tocar uma música de Roberto Carlos pra homenagear nosso Estado...
... como diria o Zé Coisado, essa dor doeu mais forte.

Escrevi pro cara então sugerindo que tocassem alguma coisa da banda Dead Fish - afinal o Quiabo é todo tirado a metaleiro e, literalmente, mascarado – e passando as considerações que seguem, vejam se vocês concordam comigo:

O Capixaba é um Baiano sem Axé e uma espécie de Carioca que acha buzinar no trânsito uma tremenda falta de educação... E discreto como um Mineiro à beira mar.

Como a maioria dos Brasileiros, de maneira genérica, o Capixaba não sabe votar e é extremamente paciente com os políticos que escolhe.

Por falar nisso, quem disse que o Brasileiro não sabe votar foi o Rei Pelé...

... Tanto que Roberto Carlos até hoje é conhecido como “Rei” da música.

Se bem que não se escolhe Rei através de processo eleitoral... Escolhe?

E por falar nisso, alguém já avisou a Roberto Carlos que ele é capixaba?

E a moda agora é “pagar um pau” pra Sérgio Sampaio, que também é Cachoeirense.

O que é um pouco diferente de ser Capixaba.

O Cachoeirense está para o Estado do Espírito Santo como o sujeito Barrense está para a cidade de Vila Velha.

Falando em Barra do Jucu, não seria a Casaca um reco-reco “cabeça”? Daí que para intelectual é um pulo. O que no final das contas soa muito bicho grilo...

... E todo bicho grilo é um chato.

O fato da Casaca ter cabeça não quer dizer necessariamente que o Congo seja uma música intelectual? Aliás, segundo o filósofo Joãozinho Trinta, o intelectual gosta de lixo e povo gosta de luxo, portanto, o Congo não pode ser classificado como música popular.

O Capixaba gosta de aparecer na mídia. Tanto é que quando toma chifre, sobe na Terceira Ponte (uma espécie de Rio/Niterói local) e fica lá gritando que vai se jogar... Só se acalma quando chegam os bombeiros e a televisão...
Se fosse Goiano montava uma dupla sertaneja... E acaba que ia aparecer muito, mas muito mais.