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sábado, 30 de março de 2013

TROCANDO FLEXAS POR UMA ESPADA



SUGESTÃO DE REVISÃO PARA A PRIMEIRA TEMPORADA DA MINISSÉRIE ARQUEIRO VERDE (ARROW)

Fala de abertura, orientar o ator para adequar o, digamos assim, sotaque à entonação "das Queen":

"Meu nome é Oliver das Queen, por cinco anos eu fiquei presa numa ilha com um monte de brutamontes e apenas um objetivo: negoçar"!

É hoje que eu vou tirar a barriga (cujo?) da miséria!


Depois de um bom tempo a perigo encontrei um japonês meio hiperativo, mas como a espada dele era realmente miudinha acabei tendo que optar pelo arco e flecha, obviamente não encontrei nenhum chicote naquela ilha horrorosa! Ainda bem, porque suspeito que para falar disso sem entregar o ouro, se é que você me entende, seria complicadíssimo. Aliás, os meninos do "Porta dos Fundos" (ui!) já até encenaram essa piada, mas, enfim, acabei adorando e viciando mesmo naquela técnica do estica e puxa da Xuca...


Lembra da escrava Isaura? Não deixe de ver esse video...
http://www.youtube.com/watch?v=1-g6C-2M4dI
Antes eu era um rapaz egocêntrico, um riquinho mimado frequentador de boates e casas de massagem, quero dizer, saunas e banhos turcos, enfim, não sei. Meu objetivo naquela época era comer a família toda do detetive Quentin (Tarantino?), inclusive o próprio – um homem difícil e genioso! - mas antes de conseguir cumprir mais essa tarefa ingrata o iate de meu pai afundou e a casa caiu matando toda a tripulação de marujos sarados e minha cunhada que nem teve tempo de comentar minha barriguiha sarada e a depilação a laser no bumbum.
 


Me via então em desespero e perigo naquela ilha medonha e cruel, para sobreviver acabei ficando próxima do Alexandre Frota, um rapaz muito musculoso, péssimo ator e, como dizia Jack Sparrow, uma excelente voz de soprano. O Frota era bom com a espada e muito hiperativo também, chegava a frequentar várias minisséries ao mesmo tempo, inclusive a do Spartacus, onde as espadas são romanas e o pau come solto, aliás, literalmente. Adoro quando ele enfia a espada e me faz aquele olhar de maluco em câmera lenta!


Adoooro!
Olha o modelito que digno! Frota estava cantando "Yes nós temos banana"! Aí veio a invejosa do lado falando "deixa de show"!
Voltando para casa arrumei logo um segurança moreno alto, bonito e sensual, porque ninguém é de ferro, né boneca? Mas meus nervos são de aço! Apelidei meu negão de Digle e parti pra sacanagem, digo, para combater o crime com uma lista negra que achei na caderneta do papai. Pego o bandido e falo assim: Bolsonaro você falhou com a cidade, até Barrack O Brahma já se manifestou a favor do casamento gay! Então resolvi abrir logo uma boate pra despistar e tentar atrair a atenção da Madonna, da Britney e da Lady Gaga, mas até agora nada, quer dizer, nem tudo eu posso contar...

Jantando com Digle e, pra variar, discutindo a relação. Acredita que ele me obrigou a deletar a agenda do celular? Invejoso!

Na próxima temporada eu conto...

quinta-feira, 21 de março de 2013

ACORDA BRASIL, PAÍS DO AQUABOL!

"Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé "

Luiz Gonzaga


Futebol é uma coisa estranha para mim, um brasileiro nato, aliás, um capixaba da gema. Na verdade, apesar de ter vivido uma longa fase de malhador contumaz, o esporte em si é que nunca me “bateu à passarinha”, como diziam antigamente.  Por falar nisso, antigamente diziam tantos provérbios e ditos populares, nos estranhos e bafejantes tempos atuais as coisas são diferentes. No início do ano, conversando com a sobrinha Carol, descobri, por exemplo, o significativo (Djalma Jorge, nóis é Dijêi) da conhecida expressão “LOL”, hoje bastante usada pela Internet. Quer dizer “Laughing out loud” ou rindo alto, morrendo de rir, algo assim.

Fico abismado com essas coisas. Inclusive com a tromba d’água de terça passada que, do jeito que veio se foi e em seu lugar permaneceu o calor, porque suspeito até que nunca foi embora realmente, provavelmente não vai nunca mais. Nós é que não sabemos de nada, a Ritinha esteve ontem visitando a redação da Letra Elektrônica, mesmo porque ela mora em Vila Velha se quisesse voltar pra casa só de barco ou num Camaro Anfíbio Amarelo, aliás, "upgrade" do Yellow Submarine. Muito católica nossa amiga esclareceu que o dia 19 de março é o Dia de São José e que tradicionalmente chove.

Entendeu? Não tem nada de mais.

A chuva nesse dia é uma espécie de tradição antiga, vem da época dos egípcios, e coloca em cheque as teorias das águas de março propostas pelos profundos conhecedores do assunto - especialmente quando se trata de aguardente escocesa – os doutores Antonio Carlos e Vinícius, com o auxílio do Dr. Chico e de seu pai, o Dr. Progresso, que foi ali acender um cigarro na lua...

Por isso não torço para futebol e nunca me senti na obrigação de entender nada do assunto, aliás, não confie jamais em um time que me aceite como torcedor. Um amigo meu dizia que em futebol só jogava em duas posições: torcida e técnico. Eu nem isso. O curioso é que a pergunta não quer calar, sempre que conheço novas pessoas não demora muito e vêm querendo saber “que time é teu no Rio”. Tão natural como se eu perguntasse assim: qual instrumento você toca? Ou qual o seu autor preferido do movimento modernista?

O aquabol está se tornando popular e alternativo para a galera descolada da Grande Vitória

Mas hoje vai ter jogo da seleção, com o Felipão e tudo mais, aquele mesmo “excrete futebolístico” que o Zé Simão apelidou de “selecinha” e ninguém o ameaçou de morte até agora. Para mim uma peleja que bem poderia ser entre “Vês”: Verdi versus Villa-Lobos. Ó sole mio, Ó tromba d’águe... Sei que o jogo é hoje, mas não faço ideia de que horas será, mas eu sou Brasileiro e também vou parar tudo o que estiver fazendo para torcer. Você não?

quarta-feira, 20 de março de 2013

FORÇA MARCO ORTIZ, VIVA O RESTAURANTE SOL DA TERRA!



Depois do capixaba amargar um calor tão intenso e prolongado que muita gente nem lembrava mais qual seria a sensação de sentir frio; depois de vermos nossa conta de energia elétrica triplicar para evitar o cozimento durante as noites escaldantes desde novembro do ano passado; quando chega a tão anunciada “Frente Fria” - que de frio muito pouco teve até agora - desaba uma tromba d’água tão violenta que parecia pirraça de algum funcionário de alto escalão. Agora vocês vão ver só...


O povo pode até pensar resignado que já se tornou comum esse infortúnio para milhares de pessoas na Grande Vitória e em vários outros lugares do país. Afinal, enquanto essas tragédias se tornam corriqueiras - chove = alaga, mas antes eram raras – muita gente no Facebook aproveita para dar lição de moral dizendo que é isso o que ganhamos quando jogamos o lixo nas canaletas e que nossa falta de preocupação ambiental e senso de cidadania é que põem tudo a perder.


Outros mais poéticos e bossanovísticos lembram que “são as águas de março fechando o verão”. Promessa de vida só em nossos corações mesmo...


Agora como é que pode, me dê licença de perguntar, com tanto estabelecimento falcatrua que vende carne, inclusive, de cavalo, ou outros lugares que poderiam muito bem tomar um sacode do destino, por que cargas d’água – aliás, literalmente - a dona “natureza”, ironicamente, “vem com tudo em cima” e varre do mapa um dos poucos restaurantes naturais da cidade?


Certa estava Maria Nilce quando dizia que esta ilha é muito doida...


Para quem não sabe, ontem (19 de março), um deslizamento de pedras e terra varreu do mapa o restaurante vegetariano Sol da Terra, que funcionava na região conhecida como Gruta da Onça, um dos pontos turísticos mais visitados de Vitória. Felizmente o proprietário, o médico naturista Marco Ortiz, e seus filhos conseguiram escapar à tragédia e se recuperam do baque prometendo retornar com um restaurante ainda melhor. Amém!

segunda-feira, 18 de março de 2013

A SEGURANÇA FRIA DOS FATOS CONCRETOS




Todos os anos escritores ao redor do mundo tentam recriar a magia dos contos de fadas, seja por inspiração aliada ao talento ou simplesmente pelo desejo de reconhecimento, de mostrar a que veio. Entra ano e sai ano surgem novas narrativas que inspiram a humanidade a praticar o bem, ou provar que o feijão com arroz é mais importante do que um Big Mac e que ser feliz de bicicleta é melhor do que aparentar alegria a bordo de um Camaro Amarelo.

Como é de se imaginar, não é sempre que esse castelo de fantasia pré-fabricado alcança o coração das pessoas e muitas vezes a culpa não é mesmo do autor; pode ser uma jogada do destino, questões de lugar e do momento, ou simplesmente pode ser que não era mesmo para (aconte)ser. Quantas histórias de amor – ou de terror - nunca foram publicadas? Quantas boas canções nunca foram gravadas? E quantas destas apostas foram feitas para dar em nada?

Em certas ocasiões a realidade se reveste de uma fantasia poética tão inacreditável que o conto de fadas mais fantástico não seria capaz de alcançar. É o que acontece com o filme “Procurando Sugar Man”, vencedor na categoria documentário do Oscar 2013. É também o tipo de filme do qual se deve evitar o acesso a qualquer informação antes de assistir, não que a leitura de uma sinopse vá estragar as surpresas que são muitas, mas porque estas potencializam a diversão.

No mundo do entretenimento a surpresa é um dos segredos para o sucesso, ainda que, como dito no início, não exista regra segura aplicável para este acontecer. Eis uma das principais questões que perpassam esta história original e muito bem contada. Para além desta onda de fama e reconhecimento de talento vem também a atitude do artista com relação a tudo isso, de viver sobre uma base estável de maneira que venha sucesso ou fracasso a vida continua. Quantos deixaram o mundo cruel porque não seguraram essa barra?

A história contada em Procurando Sugar Man se reveste de magia e profundo sentimento quando mergulha indiretamente nesse viés da aceitação e da humildade, como a vida dos monges e dos santos. Talvez por isso também em vários momentos se pareça com um conto de fadas, porque nos remete a valores morais tão sólidos e íntegros que nos dias de hoje parecem simplesmente fantasia.

Eu queria escrever um texto que inspirasse as pessoas a assistir essa história sem dizer direito sobre o que ela fala, porque muitas vezes é preciso ter fé em uma ideia, um conceito e não na segurança fria dos fatos concretos (cold facts), de uma informação objetiva. Vem de nossa intuição, de nossa relação invisível com o mundo, vem do desejo de transcender e nada disso se traduz com palavras.