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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

VIVER DE MÚSICA? VIVA!!!




Não basta ser bem intencionado: ser e tornar-se um pianista é um trabalho solitário, que deve ser trilhado sozinho. Só você mesmo poderá medir com sinceridade se tem talento e o quanto ficaria infeliz se não praticasse sua arte; (...) Muitas carreiras fracassam. A minha própria tem tido altos e baixos, então, se o destino não leva você para o palco, você pode fazer outras coisas – lecionar, por exemplo. (...) E a profissão não permite recuos. Na verdade, essa profissão precisa de todo bom professor e intérprete, porque as melhores cabeças foram para o mundo do dinheiro. 
João Carlos Martins

Hoje é o dia da música, mais ou menos exatamente (um oximoro) quando o sol entra na casa de sagitário. Dia que é dedicado à Santa Cecília, uma mocinha de nome adorável e que pouca gente fala ou sabe da história, comparado, por exemplo, com São Jorge da Capadócia. Santa Cecília é nome de bairro aqui em Vitória e também nomeou um cinema que ficava num prédio bonito e antigo ali na esquina do Parque Moscoso, local posteriormente mal afamado e dedicado à exibição de películas retratando casais em atividade não muito apropriada segundo a moral da época. 

Conta-se que a Santa, aquela que foi escolhida como a padroeira dos músicos, quando de seu martírio, cantou a Deus. Segundo a Wikipédia “não se tem muitas informações sobre a sua vida. É provável que tenha sido executada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio.” Consta que Cecília era filha de um senador romano que a obrigou a casar com um rapaz chamado Valeriano. Cristã fervorosa – o que na época era proibido pelo império – a moça converteu o marido e, resumindo muito o drama, os dois foram condenados à morte e decapitados por se negarem a deixar a religião.

Ponto bastante interessante para fazermos um paralelo.

É comum ouvir relatos de jovens músicos profissionais sobre o quanto seus pais tentaram fazê-los estudar outra coisa e isso nos leva a pergunta: quantos bons músicos não poderiam se dedicar à arte e “casaram obrigado” com uma profissão “normal” para satisfazer a família? Quantas pessoas não foram e são condenados a mortes simbólicas por não poderem exercer plenamente sua capacidade cultural? A vida dos músicos envolve escolhas difíceis que, curiosamente, se harmonizam na tocante história de fidelidade da menina Cecília e o seu amor pela fé cristã.

Ser músico não é um trabalho ou um emprego qualquer, é mesmo um sacerdócio. O fato de alguns posarem de astros e debutarem doidarássos para deleite da mídia em nada empalidece a seriedade dessa vocação. O dia em que se comemora a música é talvez o momento mais propício para refletirmos sobre a fidelidade e o amor. A música é uma pátria à qual se deve ter verdadeira honra em servir, não só pela escolha, mas porque, quem o faz, é porque por ela TAMBÉM FOI ESCOLHIDO...

VIVA A MÚSICA!


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