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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DE UM LINDO RÉVEILLON



Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
                                                                           Eclesiastes 3:1 e 4

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu
Eclesiastes 3:1

A festa de Réveillon 2014, promovida pela Prefeitura de Vitória na Praia de Camburi, foi uma das mais bonitas dos últimos anos. Pena que as televisões e jornais tenham dado mais destaque a um único episódio de tiroteio do que à ótima programação de shows, formada exclusivamente por artistas do Espírito Santo, a apresentação do Pixx Flux e da queima de fogos. É curiosa e me soa provinciana essa onda austera do capixaba, a renitente valorização da “seriedade” em detrimento da “alegria” e isso parece influenciar a maneira como a mídia circula as notícias. Fora isso a festa da virada foi muito elogiada e olha que quando houve o anúncio oficial de que o “réveillon” estava mantido na capital muita gente criticou, disseram que – por causa das recentes catástrofes - não era hora de fazer festa, que era desrespeito.

Show do Bloco Bleque, imagem por Gustavo Macako
 “Na boa”, uma coisa é lamentar as perdas e sermos solidários para com nossos irmãos que estão passando por sérias adversidades – e o espírito voluntarioso do capixaba ficou mais do que claro durante esse episódio – outra coisa - igualmente importante - é a celebração da vida! Internacionalmente a festa de ano novo tem significado de renovação, de recomeço, de um novo ciclo retomado com esperança. Será que não existem benefícios na alegria? Um sentimento gregário que é tão importante. A alegria ajuda a curar as feridas da alma e a reencontrar a felicidade, não fora assim, o que dizer de grupos como os “Doutores do Riso”?

As grandes cidades do mundo celebraram a passagem de ano, os noticiários mostraram a festa em Salvador, Nova Iorque, Paris etc. São metrópoles que têm seus desafios, seus dramas e suas catástrofes. No Rio de Janeiro rolou um baita tiroteio, mas a reportagem carioca focou na beleza da festa. A parcela mais pobre da população sofre mais e são justamente os que mais se divertem nas festas populares, além de sempre dar um jeito de faturar algum. Em função das tragédias neste final de ano as cidades de Cariacica e Vila Velha cancelaram seus Réveillons. No palco da festa em Vitória apareceu uma menina chamada Ladislaine que, vinda de Cariacica em companhia da mãe e da avó para catar latinhas, acabou por se perder na multidão.

Uma das razões para que se mantivesse a festa em Vitória foi a sua evidente importância para movimentar o turismo e o comércio, curioso como o trivial episódio da pequena catadora de latinhas é emblemático dessa necessidade, não só do dito “burguês capitalista”, mas do povo que se vira como pode. A destruição é um fato, já aconteceu, é preciso reconstruir e a festa de ano novo vem justamente reafirmar a esperança de que tudo vai melhorar. No ano novo somos tomados pelo ímpeto de repetir rituais que presenciamos desde a infância, espocar um champanhe, jogar flores para Iemanjá, vestir branco ou amarelo, pular sete ondinhas no mar ou congregar com um grupo religioso. Será que agora alguém ousaria negar isso às milhares de pessoas que ocuparam os cinco quilômetros da praia de Camburi? Eu preciso duvidar...

A dimensão da festa de Vitória, foto de Yuri Barichivich

8 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com você, Juca Magalhães, em gênero, número e grau. Não adianta ficar chorando, é preciso seguir em frente. A solidariedade capixaba foi posta à prova e passou com a maior dignidade. Eu já sofri uma enchente de iguais proporções e sei bem a tristeza que é. Mais do que a catástrofe, é lamentável que alguns jornalistas espremam a dor alheia até sangrar. Isso dói mais, muito mais.
Não fui a Camburi (a preguiça não deixou) mas sei que foi muito bonita a virada.

Um abraço

J. Abranches.

Anônimo disse...

Excelente, como sempre.

Ótimo 2014 para o amigo.

Abbraccione, Leonardo.

Anônimo disse...

Muito bom amigo, sobre todos os aspectos sobretudo sociais e filosóficos.

Um grande abraço, Jota.

Anônimo disse...

Bom dia amado JUCA MAGALHÃES ..................................


Disse muito bem ,há tempo,pra tudo,momentos eternizados, dificuldades passageiras,para provar nossas forças perante DEUS.
Aqui na terra não tem riquesas,nem belesas,mas nos ceus dos ceus,há um rio cristalino,com campos verdejantes,e a avore da vida,que muitos reunirão entorno dela para apreciar a bela arvore.
Deus tens a sabedoria,de dar valor ,aos que nele se regosijam*
Naõ preocupe com os pensamentos negativos ,ou partidária,que a vida tens seus p´ros e contras.
Tenho a certesa que foi feito uma festa linda ,para o povo ,que aprecia o belo, os maus amamdos tens umas recaidas de desafiar ao belo*
Agradeça a DEUS por ter feito tua parte, que o prefeito fez o melhor, já era hora de ver algo sememlhante belo,pois as catastrofes,calamidades em nosso estados ,foram o povo mesmo que os fez. jogando lixoa nos rios, .lixos entulhos nas encostas, casas contruidas,sem devida cautela,pois diz a SENHOR**********A CASA FEITA NA PEDRA NÃO CAI.MAS A CASA FEITA NA AREIA ESTA VAI AO CHÃO************ISTO E BÍBLICO.
Amo tua amizade ,sincera,amiga, companheira, dividindo tua sabedorias aos outros que necessitam de ajudas como eu *?lembras ?? como foi pontual em todas mensagens que pedia ajuda ??
Pois então amigo.tenha certeza que DEUS aprovou tudo com muito amor.
O povo que fala é que não tens credibilidades com DEUS*

Wanderlucia.

Anônimo disse...

Bela letra Juca. Alegria em segundo lugar, parece que a violência sempre tem um lugar especial nas mãos dos repórteres e veículos de (des) informação. Bora ser feliz pela gente...

D. Cordeiro

Anônimo disse...

Linda foto!!

Concordo sobre a importância da alegria e das festas como um balsamo para as dores e para celebrar a vida (que não é feita só de tristezas). Mas, fiquei pensando também, na importância do silêncio, do luto...
Será que Vila-Velha e Cariacica precisavam além desse momento de recolhimento, também de economizar nos gastos da festa para a reconstrução da cidade ( acreditando eu na honestidade dos políticos)?
Fica aqui minha reflexão e questionamento...Além disso, sempre muito bom ler seus textos!! E Feliz 2014!!

Patrícia B.

Juca disse...

Não critico o fato deles terem decidido não fazer festa em Vila Velha, porém percebi que o povo sofre ainda mais. É só uma forma de ver o que aconteceu, e até de por em cheque certas pressões do looby capixaba pela caretice que é forte e articulado. Muito grato pelos elogios minha querida. Feliz ano novo pra gente. Bjs!

Anônimo disse...

Meu caro Juca:
Uma grande harmonia de contrastes essa do ser humano e sua sociedade...
Faz-se de tudo, mas nem tudo tem o merecido destaque!
Que o Ano Novo lhe traga em abundância essas humanas alegrias que você e o Livro do Eclesiastes nos recomendam.
Grande abraço!
Machadinho