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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

NAVEGAR É PRECISO: NEM QUE SEJA PELA NET


Nunca fiquei tanto tempo sem escrever nem postar na Letra Elektrônica, nunca tantos fizeram tão pouco por tantos em tão pouco tempo. Mas foi a chuva que choveu, o sol que rachou, o estômago que embrulhou e o tempo que de repente me desapareceu, passou, escorreu por entre os dedos. Que diferença faz? Por causa daquela chuva medonha a empresa que me fornecia Internet ficou semanas fora do ar. Que loucura impensável é hoje ser um excluído virtual! É como se desaparecêssemos do mundo real também. Pessoas não conseguem mais nos contatar, muito menos conseguimos responder, simplesmente ridículo e impensável comparado com o que vivíamos a dez, quinze anos, mas hoje é assim.


Daí, puto da vida com a situação e empolgadão com a tal da banda larga resolvi luxar e contratar os tais 10 megas da GVT, ia ter até que mudar o número da linha de telefone que está comigo faz coisa de trinta anos, mas que diferença isso faz? Hoje em dia as pessoas se falam e se encontram mesmo é pela Internet, o telefone que se dane! Pra começar, apesar de tanta velocidade, levaram sete dias fúteis (eu sei que parece conta de mentiroso) pra vir aqui instalar a parada: o que se revelou impossível. No meio do caminho tinha uma tubulação obstruída - canos silenciosos, nervosa calmaria - quando viram o problema me largaram falando sozinho, a velocidade deles é outra meu irmão! Uma alternativa que me deram foi a de cancelar o pedido, achei simpática, inclusive. Ainda assim reclamei, mas o supervisor local nem quis avaliar a situação, mandou dizer que eu teria que fazer a obra - ou seja: quebrar piso e paredes do corredor do meu prédio - para ter a honra de ser atendido. São as a dores e as delícias de se abocanhar um mercado e navegar em céu de brigadeiro.


Pior foi a tal da Oi que já dominou esse mercado também, se não me engano foi a última a dropar essa onda da Internet com pacotes como o Oi Conta Total que virou febre a coisa de um ano, passando a perna na concorrência. A linha telefônica que uso vem lá da época da saudosa Telest, naquele tempo obscuro uma linha destas valia um dinheirão e não era nada fácil de conseguir, hoje é moleza o difícil é pagar a conta. Fui lá ver questões de portabilidade, na mesma rua do Rosário de tantas lembranças infantis, lugar onde meus pais tiveram uma redação do Jornal da Cidade nos anos setenta. Fui recepcionado por um grupo de três ou quatro patetas vestidos de palhaços que faziam uma fuzarca de dar dó, era uma e pouco da tarde, estava quente pra burro e eu ainda não tinha almoçado...


Não a Oi não resolveria meu problema, nem de “obas e olás”, nem um cantinho e um violão, nenhum orixá pra fazer uma rima. Que saco! Quando a GVT furou, resolvi apelar para o Velox, mas assim me disseram que no meu prédio não tinha barramento para proceder a instalação, me senti um morador do “cafundó dos Judas” como diria Lavínia, aquela velha desgrenhada. O pior de tudo é ser atendido por uma fulana com voz assexuada de máquina de gravação eletrônica que nem sabe onde fica Bento Ferreira. E eu falava: querida, eu moro a duas quadras da Prefeitura da Capital do Estado, como assim aqui não tem barramento, como assim o sistema não atende? Bom, eles nem tchunfs...


Quem acabou me salvando foi a Net, fato curioso é que vivi a mesma situação com eles há pouco mais de um ano quando também dropavam sozinhos a onda do mercado, fartos de demanda e clientes e não se coçaram muito em achar uma solução para meu problema, acabei sendo salvo pela SuperI que lutava cliente a cliente por uma fatia do mercado, pena que entraram nessa barafunda. Esse desprezo infantil de quem está bombando me lembrou aquela piada do português que ouviu falar que no Brasil o sujeito tropeçava no dinheiro pela rua, daí ele emigrou e, por alguma coincidência, logo que desembarcou se deparou com uma grande maçaroca do vil metal caída no chão, deu de ombros e comentou cansado da travessia atlântica: amanhã começo a catar.

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