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quarta-feira, 19 de maio de 2010

COLUNISMO CULTURAL ELEKTRÔNICO

Aconteceu ontem a inauguração da reforma do Theatro Carlos Gomes com direito à estréia do novo piano Steinway & Sons num fantástico recital do russo Vadim Rudenko. Como não rolou um programinha com as peças tocadas, a maioria dos presentes socializava informação, porque, óbvio, tinha um bocado de pianistas lá. Alguns de nós sabíamos o autor das peças, mas não especificamente o título completo, resolvi divulgar por conta própria, pelo menos, as principais:

Mozart – Sonata para piano KV 311 (284c) em Ré Maior.

Chopin - Sonata Para Piano (Marcha Fúnebre) N° 2. Op.35.

Tchaikovsky – Suite Quebra Nozes (Provavelmente arranjo de Mikhail Pletnev).

Só o “Pas de Deux” dessa última obra já valeu ter ido ao Teatro, simplesmente de cair o queixo. Rudenko é um dos maiores pianistas que já passaram por aqui, o seu controle da dinâmica é de uma precisão fantástica, seu pianíssimo e a forma como caracteriza peças de períodos diferentes é admirável. Seria muito bom termos espetáculos desse nível por aqui com maior frequência. Estava por lá a maioria da nova geração de pianistas do Espírito Santo: Claudio Thompson, Cleida Lourenço, Patrícia Souza, Alice Nascimento etc...

***

Quem está na maior satisfa é o ator e autor Alvarito Mendes Filho que escreve para a Lektra informando que sua peça Os Gatos do Beco está em cartaz em Belo Horizonte numa montagem da Sport Play Produções e direção de Claudio Castanheira. O texto capixaba está conquistando o público infantil por lá, basta ver o que diz a crítica local:

“Baseado em história do escritor capixaba Alvarito Mendes Filho, o espetáculo parodia a trajetória dos Beatles: em uma grande cidade, quatro gatos sonham ser músicos e salvar o mundo cada um à sua maneira, apesar da hostilidade dos conservadores contra sua barulhenta música, e da dificuldade em agir em relação a seus sonhos. A solução que os gatos do beco enfrentam para a dificuldade em conduzir seus projetos também passa pela ideia do encontro: é em sua música que eles vão ser bem-sucedidos na luta política ou existencial. Enquanto houver cores, gatos músicos ou crianças capazes de um olhar poético sobre a realidade, ainda temos um futuro diante de nós.” Fonte: http://www.divirta-se.uai.com.br

Aconteceu no último dia 16 de maio a terceira edição da tradicional festa “Polentino e Minestrina” que celebra, entre outras coisas, a cultura italiana no município de Cariacica. O evento contou com várias atrações, envolvendo em sua programação cultural o Sétimo Festival de Danças Folclóricas e o Nono Encontro de Corais de Cariacica. Participando do encontro de Corais esteve o tradicional Coral ArcelorMittal Tubarão, regido pelo maestro Adolfo Alves desde 1986, que em seu repertório traz canções eruditas e populares, inclusive do folclore capixaba, resgatando e divulgando as raízes musicais de nossa terra.


Sorry periferia de excluídos informacionais, mas na atual sociedade elektrônica da informação tudo se sabe de cultura. E ademan que quem fica parado é poste de propaganda. Hein?

8 comentários:

Anônimo disse...

Valeu professor, pra quem (como eu) babando de inveja, não pode ir devido ao já grande número de faltas, quase reprobatório, na disciplina de Evolução da Informação, pelo menos fica sabendo o que rolou por lá.

Até

Anônimo disse...

Ei Juca,
adorei tambem o que vi no TCG ontem...
Realmente Vitoria MERECE bons shows e nao so o lixão do domingão...
Mas sinceramente, se ontem nao fosse a reinauguração do teatro, provavelmente teriamos meia casa (com muito otimismo)

Se a IMPRENSA LOCAL não começar a dar o devido valor (E ESPAÇO) aos grandes shows que passam pelo ES, vamos continuar sob o dominio do Axe e sertanejo (Urgh!!!).

Abx
Edu

Juca Magalhães disse...

Eu estava um pouco atrás de você, mas como aproveitei a ocasião para fazer um disco pirata do recital não estava falando com singuém, hehehe. Imagino se teria público e o melhor é que a gravação ficou ótima.

Esse descaso da imprensa com a música de concerto é comum até no eixo Rio x São Paulo, um dia desses recebi um email de um vilonista famosão no Brasil e até no exterior decepcionado com a ignorância - no sentido de burrice mesmo - de um jornalista de um dos mais conceituados jornais de São Paulo...

Um abraço.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Juca Magalhães disse...
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Anônimo disse...

Prezado Juca,

Como estou num congresso em Floripa, não pude naturalmente comparecer ao recital do Rudenko, como planejava.

Afinal, qual é o tamanho do piano (modelo B-211 ou D-274?), e o que vc achou da sonoridade dele??

Grande abraço,

Marcos Dessaune

Juca Magalhães disse...

Não entendo de piano tanto assim, mas o professor/mestre em piano Claudio Thompson que estava lá me disse que é um meia cauda, mas que a sonoridade é muito equilibrada, sem grandes contrastes entre o grave e o agudo como deve ser. A Secult divulgou que é um D-274 Hamburg, diferente da informação que me deram anteriormente sobre o instrumento ser fabricado na sede de New York. De maneira geral todos "entendidos" no assunto estavam elogiando o som desse novo piano e, sobretudo, a atuação do pianista... Se você quiser depois te arrumo uma gravação piratíssima que fiz do concerto. Tem peculiaridades imperdíveis como, a platéia aplaudindo entusiasmada entre os movimentos de uma sonata e a voz muito nítida de Gracinha falando após a suite Quebra-Nozes de Tchaikovsky: ma - ra - vi - lho - so! Pitoresco é pouco.

Um abraço camarada.