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terça-feira, 4 de maio de 2010

THEATRO CARLOS GOMES REABRE COM PIANO NOVO E RECITAL DE VADIM RUDENKO!

Semana de reviravolta política na sucessão governamental, na semana passada em todos os cantos da cidade não se falava em outra coisa, virou uma espécie de brincadeira prever o futuro que virá nesse, agora sem dúvida, “novo Espírito Santo”. Eu me limito a observar, afinal não serei candidato a nada nesse pleito e, muito provavelmente, nem nos próximos que virão. Vocês que estão ávidos por me brindar com seus votos de protesto podem ir tratando de quietar o facho, aliás, como diria Lavínia, a louca...


Quinta passada aconteceu na Biblioteca Estadual uma noite de autógrafos e lançamento de livros da escritora Jo Drumond, por lá encontrei a promoteur Gracinha Neves que me deixou babando com a quantidade de atrações musicais que estão por vir. Só pra atiçar a curiosidade dos amigos melômanos (eita!), no próximo dia 18 de maio haverá um recital com o pianista Vadim Rudenko ocasião em que estreará o novo piano Steinway (fabricado em Nova York) do Theatro Carlos Gomes.

Para os que não são pianófilos de plantão, a gente explica: a famigerada, tradicional e mais bem conceituada grife de pianos do mundo Steinway & Sons, possuiu hoje duas sedes: uma em Long Island, New York e outra em Hamburgo na Alemanha, sendo os fabricados nesta última mais bem conceituados pelos conhecedores das subjetividades desse cultuado instrumento musical. Os modelos mais sofisticados custam entre 100 e 150 mil dólares, mas dependendo das especificações desejadas esse valor pode chegar a US$500.000,00 (!)


Quando se compra um instrumento desse nível (de valor inclusive) é costume pedir que um artista de notório reconhecimento vá até o construtor para fazer a escolha dentre os disponíveis, não sei como foi no caso desse novo piano do Carlos Gomes. Na década de noventa um município do Rio ou São Paulo, agora não me lembro, pediu a Nelson Freire que fosse a Hamburgo escolher um piano. O grande pianista foi e ficou a tarde inteira testando vários modelos, é bom explicar que todos são feitos à mão, não tem um que seja igual a outro. Depois de exigir o que fosse melhor e finalmente poder escolher um instrumento, meses depois veio a notícia que o tal município deu o cano e o piano teve que ser devolvido. Ainda bem que “o nosso” não micou, apesar de ser novaiorquino e não conterrâneo de Brahms...


Mas voltando às vacas frias, que é o que nos interessa, Rudenko é russo e tem trajetória semelhante a de todos os concertistas internacionais: com quatro anos já estudava piano, com sete deu o primeiro recital, mal apareceram pelos em seu rosto e o danado já estava vencendo competições internacionais. Eu o vi tocar aqui em Vitória faz uns quinze anos num duo com Nikolai Lugansky e fiquei de queixo caído. Não é todo dia que instrumentistas desse naipe apresentam por aqui, infelizmente.


A temporada promovida por Gracinha vai trazer ainda orquestras da Russia, Letônia e muito mais, comento mais quando a ocasião se apresentar, mas quero desde já recomendar essa apresentação única a todos, mesmo aqueles que não estejam muito familiarizados com o repertório de piano clássico, sabe-se-lá quando teremos oportunidade de curtir uma apresentação desta por aqui de novo...

4 comentários:

Cafuncio disse...

Teacher, em que sítio eu encontro mais dados sobre este evento: horário, valor, etecetera...

Juca Magalhães disse...

Acredito que até a semana que vem devo estar recebendo todas as informações sobre a apresentação daí socializo com o resto da galera. Um abraço.

Anônimo disse...

Pô, Juca, ótimas informações pianísticas

tocaram (!) numa das mais remotas lembranças da minha infância,
de um piano que havia em nossa casa, em Salvador.
Minha mãe tocava este instumento mas, com o andar
da vida, sumiram o piano e até mesmo essa casa...
Coisas da vida.

Repito, muito legal o post, farei o possível para estar no CG dia 18.

Abs

Dino Gracio

Anônimo disse...

Prezado Juca,



É realmente uma pena não terem comprado o piano em Hamburgo, nem terem mandado escolher o instrumento na fábrica.



Mas como Nova York é a matriz, além de vender instrumentos “mais baratos” que os alemães, o representante acaba “empurrando” eles ao cliente desavisado, que está atrás apenas da marca.



Aliás, os modelos americanos já se mostraram, por várias vezes no passado (década de 90), vulneráveis à alta umidade brasileira, ex: pianos da Hebraica, do Hosp. Santa Catarina etc.



Principalmente o pessoal do meio musical paulista conhece bem essas histórias...



Grande abraço, e obrigado pelo update!

Marcos