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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ADMIRAVEL MUNDO SEMI-NOVO - PARTE II

Conheço algumas pessoas, hoje estabelecidas e relativamente bem de vida, que sofreram dias de muita pobreza na infância e que me confessaram da raiva que sentiam quando viam um filhinho de papai com seus brinquedos novos e caros. Quase como em uma compulsão davam um jeito de arrumar uma forma de implicar e arrumar uma confusão com aquele “ovinho de granja”, com isso queriam tentar resgatar algo que o destino nunca lhes destinou. Em sua frustração passam a acreditar que precisam ter coisas, porque só assim conseguirão sentir que existem e que estão aptos a fazer parte daquele mesmo mundo. Muitos vão dar seu jeito, outros... Bem, outros não vão ter jeito nunca.

Mas por que haveria eu de perder o meu tempo e o de quem me lê com afirmações tão lugar comum? Nem eu sei. Talvez tenha a ver com o passeio que fizemos no domingo passado...

Estava calor pra burro e o trânsito um inferno, especialmente no litoral. Voltando de Nova Almeida, resolvemos cortar caminho para a Serra pela nova estrada que a Prefeitura tinha recém inaugurado e feito um belo anúncio na TV. Sem saber qual a entrada pegar (ou saída como queiram) vim dirigindo com atenção para não perder as placas indicativas. Mas que placas? Simplesmente não tinha nenhuma (!) Lá pelas tantas paramos num posto pra pedir informação, descobrimos que o acesso ficava apenas uma rua antes e que não era sinalizado mesmo.
Ou seja: cerveja. Tudo ruim, mas tudo bem...

Retornamos e pegamos a rua indicada e fomos adentrando o bairro, ainda em dúvida se a informação era correta, lá na frente, pintou um cruzamento, novamente nada de placas. Desta vez segui o bom senso de direção e peguei pra esquerda, afinal, à direita estaríamos voltando pra Nova Almeida. Lá embaixo, após uma pequena ponte havia outro cruzamento, agora sim sinalizado. Não fora assim, pra continuar, só pedindo informação pras vaquinhas pastando mais além.

Finalmente entramos na nova rodovia e... Adivinha o nome: Audifax Barcellos “não sei das quantas”. Já que resolvera nomear a estrada de maneira tão óbvia o agora ex-prefeito poderia pelo menos ter sinalizado decentemente os seus acessos. O pior de tudo é que a estrada principal que corta Jacaraípe está lá, uma bagunça e lotada de equipamentos de fiscalização eletrônica. Custava colocar umas plaquinhas de orientação também? Nas entrelinhas, o que se lê é o seguinte: você que se vire com suas paradas pra lá e se vacilar a gente tá multando.

Quando chegamos em Vitória já era quase quatro da tarde e o calor infernal não era mais o único problema no mundo. Passou por nós um Monza tão lotado que até no porta-malas tinha um adolescente enfiado, lá na frente vimos o mesmo carro se espatifar na traseira de um outro que estava parado no sinal. Com o impacto a tampa do porta-malas se abriu e vimos que não era um só, mas dois meninos sacolejando lá dentro! Devia ter umas duas dúzias de malucos naquele carro. E polícia? Eu não vi nenhuma...

Não tenho nada com isso e sei que é impossível dar conta de tudo quanto é maluco à solta em dia de domingo com 40 graus à sombra, mas fico pensando: não tem polícia pra catar playboyzinho doidão de madrugada na porta de buates e barzinhos? Então porque não dão uma meia trava nos motoristas que saem caindo de bêbados, por exemplo, da Curva da Jurema em pleno dia? Fica a impressão de que ações como a do “madrugada viva” têm muito mais de recalque de “ovinhos caipira” que chegaram a exercer alguma forma de poder do que vontade mesmo de implementar uma nova Lei e salvar vidas.

Enquanto isso, quem paga a conta?

Dentro desse raciocínio, recebo um email super peocupante que afirma que junto com a Lei Seca, foram aprovadas algumas outras coisinhas tenebrosas pra dificultar a nossa vida ainda mais. Ou você acha mesmo que as "boas biscas" que a massa elege estão lá queimando fosfato pra te dar moleza? A informação é a seguinte: fiquem ligados no prazo de vencimento de sua carteira de habilitação. Quem bobear trinta dias pra renovar vai ter a parada cancelada, será multado e ainda obrigado a fazer tudo de novo se quiser voltar a dirigir...

Num tô dizênum... Em rio que tem piranha jacaré nada de camisinha.

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