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quinta-feira, 21 de março de 2013

ACORDA BRASIL, PAÍS DO AQUABOL!

"Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé "

Luiz Gonzaga


Futebol é uma coisa estranha para mim, um brasileiro nato, aliás, um capixaba da gema. Na verdade, apesar de ter vivido uma longa fase de malhador contumaz, o esporte em si é que nunca me “bateu à passarinha”, como diziam antigamente.  Por falar nisso, antigamente diziam tantos provérbios e ditos populares, nos estranhos e bafejantes tempos atuais as coisas são diferentes. No início do ano, conversando com a sobrinha Carol, descobri, por exemplo, o significativo (Djalma Jorge, nóis é Dijêi) da conhecida expressão “LOL”, hoje bastante usada pela Internet. Quer dizer “Laughing out loud” ou rindo alto, morrendo de rir, algo assim.

Fico abismado com essas coisas. Inclusive com a tromba d’água de terça passada que, do jeito que veio se foi e em seu lugar permaneceu o calor, porque suspeito até que nunca foi embora realmente, provavelmente não vai nunca mais. Nós é que não sabemos de nada, a Ritinha esteve ontem visitando a redação da Letra Elektrônica, mesmo porque ela mora em Vila Velha se quisesse voltar pra casa só de barco ou num Camaro Anfíbio Amarelo, aliás, "upgrade" do Yellow Submarine. Muito católica nossa amiga esclareceu que o dia 19 de março é o Dia de São José e que tradicionalmente chove.

Entendeu? Não tem nada de mais.

A chuva nesse dia é uma espécie de tradição antiga, vem da época dos egípcios, e coloca em cheque as teorias das águas de março propostas pelos profundos conhecedores do assunto - especialmente quando se trata de aguardente escocesa – os doutores Antonio Carlos e Vinícius, com o auxílio do Dr. Chico e de seu pai, o Dr. Progresso, que foi ali acender um cigarro na lua...

Por isso não torço para futebol e nunca me senti na obrigação de entender nada do assunto, aliás, não confie jamais em um time que me aceite como torcedor. Um amigo meu dizia que em futebol só jogava em duas posições: torcida e técnico. Eu nem isso. O curioso é que a pergunta não quer calar, sempre que conheço novas pessoas não demora muito e vêm querendo saber “que time é teu no Rio”. Tão natural como se eu perguntasse assim: qual instrumento você toca? Ou qual o seu autor preferido do movimento modernista?

O aquabol está se tornando popular e alternativo para a galera descolada da Grande Vitória

Mas hoje vai ter jogo da seleção, com o Felipão e tudo mais, aquele mesmo “excrete futebolístico” que o Zé Simão apelidou de “selecinha” e ninguém o ameaçou de morte até agora. Para mim uma peleja que bem poderia ser entre “Vês”: Verdi versus Villa-Lobos. Ó sole mio, Ó tromba d’águe... Sei que o jogo é hoje, mas não faço ideia de que horas será, mas eu sou Brasileiro e também vou parar tudo o que estiver fazendo para torcer. Você não?

5 comentários:

Anônimo disse...

adorei a citação! kkkk

Até na lendária "Triste Partida" essa característica é destacada:
"Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé "
http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/luiz-gonzaga/a-triste-partida/2490585

Bjim!

Anônimo disse...

Oi Juca
Legal essa sua verve. Sei que vc sabe sim, mas o jogo será às 16;30.
Abç e sucesso Odilson

Anônimo disse...

O "nunca me bateu à passarinha", valorizador de percepções femininas, foi substituído por "nunca me falou ao pau"
A nova expressão, até as fêmeas mais descoladas utilizam.
Como representante do sexo hoje frágil, considerei justa troca. É mais eloquente e dignifica o julgamento masculino.

Anônimo disse...

Juca,

Eu não tenho dúvida: não sei se assistirei!!!
O caso é que também não sou ligado no futebol e nem deixo de fazer outra coisa para assistir a um jogo. Mas, já vi alguns jogos da seleção...
Entretanto, confirmando minha falta de dúvida, ultimamente não tenho tido empolgação para ver jogo nenhum, nem do Flamengo, que me digo torcedor (só me digo?).
Também é difícil aceitar toda roubalheira, politica e falta de honestidade no sistema esportivo.
E alguns jogadores, sem nenhuma condição de educação e de caráter, que rapidamente passam a ganhar “enchentes” de dinheiro, e a seguir mergulham num “lamaçal” de onde não vão mais sair.
Então, acho que vou preferir um assunto de música a torcer...

Abraço, Victor

Anônimo disse...

Na hora do dito cujo (palavra que você adooora) eu fico procurando se tem em outro canal uma boa entrevista, um noticiário menos sensacionalista (difícil) ou, então, leio, revejo textos, escrevo. Não acredito na honestidade do resultado de nenhum jogo de futebol. O que manda é o dinheiro, a arrecadação. Portanto, você não está sozinho.

Um abraço

Jandyra Abranches