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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A PLATAFORMA AQUÁTICA DO CABO CAMATA

Há um tempo comecei a fazer um texto porque queria falar sobre a arte de desenhar, lembrei de imediato das histórias em quadrinhos, dos super-heróis e acabei terminando com a garota perfeita. Gosto de escrever ao sabor do pensamento, daí vem a oralidade do meu texto, contando historinhas para mim mesmo vou engatando pensamentos. Tenho uma irmã que fazia algo assim, só que tinha o costume de falar sozinha – outro dia vi um ótimo episódio de A Grande Família sobre isso.

Algumas vezes eu ouvia o maior blá-blá-blá na cozinha, chegava lá e a danada estava preparando alguma coisa pra comer batendo altos papos sozinha. Eu perguntava com quem ela estava falando e a resposta era óbvia por si só: “comigo mesma ué”...

Acho que a oralidade de meus textos vem dessa minha paixão pelos quadrinhos, histórias curtas, sem muitas firulas. Não conheço nada melhor do que um papo direto sem pé nem cabeça para passar o tempo. Já escrevi sobre isso, mas quando faço viagens longas gosto de levar quadrinhos para ler. Uma vez um senhorzinho veio me sacanear dizendo que lia muito gibis quando era criança, perguntei: “e parou por causa de quê?”

Outro dia estava dirigindo pra Serra e lembrei, eu sei lá porque, de uma figura meteórica de nossa política: o Cabo Camata. Acho que foi depois que assisti ao ótimo folhetim Jean de Florette que mostra o quanto a água é importante para o trabalhador do campo. A chuva pra gente da cidade é aborrecimento, uma maneira de chegar molhado em algum lugar, quando se consegue chegar, mulheres apavoradas de chapinha nos cabelos.

Daí que o Cabo Camata foi candidato a governador e houve até um animado debate televisionado. Em certa altura do campeonato, aquele que venceria a disputa, o hoje ex-governador Vitor Buaiz, tinha direito a fazer uma pergunta a outro candidato e sapecou pra cima do Cabo como é que ele via a questão hídrica do Espírito Santo e o que seu “muito improvável” governo pretendia com relação ao assunto.

Quando a câmera o focou ele falou e disse irônico: “você tá pensando que eu não sei o que é esse negócio aí que você ta falando não? Eu sei sim. – muito triunfante - É água!” Daí passou a explicar sua plataforma aquática ou coisa que o valha. Foi engraçado, mas o mais sério é que em sua aparente “simplicidade” o Cabo Camata conquistava a simpatia de boa parcela da população, justamente aqueles que mais sofrem com as administrações ruins.

Mudando completamente de assunto, repasso convite de meu amigo Marcos Valério do projeto Cineclube Filmes na Ilha:

Amigos:

Segue a programação do Cineclube nesta quarta, 14 dezembro, as 19 h 30 (meia hora mais tarde), com a professora Leila Domingues e uma programação de curtas da melhor safra. Confiram no flyer abaixo. Nessa semana teremos outra sessão, mas na Escola de Fotografia Estúdio Base 40, em Jucutuquara, com filmes e papos sobre... fotografia.

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