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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CRÔNICA ABSURDA - MANIFESTO CULTURAL AUTÓCTONE Nº 01C

Sim, é uma questão de dinâmica, de estrutura de palco, de enfiar a cara ou outra coisa qualquer que o valha! Eu não inauguro um novo ano, ele é que se inaugura sozinho, é parte de um todo e sua imaginação. Por isso que digo, porque acredito, que em muitos casos complicados aquilo que é visto como o problema pode muito bem ser o caminho para a solução e não o contrário. Sei lá eu de contrários e de advérbios, eu sei lá da vida dos outros. Não gosto quando vêm me falar da vida dos outros, não quero ser público paciente para frustrações e loucuras. 

Todo ano é a mesma coisa, nós mudamos, nossas roupas mudam. Não poderíamos usar as mesmas coisas de vinte anos atrás nem que quiséssemos. A moda muda e as roupas nunca mais serão as mesmas e se fossem nossa pele é que seria diferente, eu sei lá o que isso também quer dizer...

Essa noite sonhei um sonho estranho, uma enorme roda de metal flutuando muito alto no céu. Parecia uma daquelas engrenagens de relógio, só que dela saíam pontes para lugar nenhum. Eu estava de pé em uma praia onírica que - como é comum - não saberia dizer se era de um grande rio ou um delta no mar, mas haviam montanhas ao redor e distante também. Era uma obra em construção, flutuante, inacabada, que não posso - e nem quero poder - imaginar como é que se constrói.

No sonho eu não imaginei o preço do pedágio, não há lógica nos sonhos, não precisamos meter a mão nos bolsos e constatar que a vida fica mais cara, porque é necessário que a maioria viva sob opressão. É assim que se joga esse jogo. Depois de velho, ao invés de ficar bom em o jogar, comecei a perceber mais claramente que existem formas de, simplesmente, não participar mais e escapar daquela grande roda. Mesmo porque, uma hora todo mundo vai ser carta fora do baralho. É preciso se preparar para o que nem sei, principalmente isso (Saravá George "Erra O Som").

Não, não vou procurar significados, nem significantes. Ficar é coisa de adolescente de anos atrás, bem atrás, exclusive. Não precisamos de sentido, mas talvez de sensações. Não quero mais conhecer a teoria, quero experimentar. Não quero saber quantos raios tem o aro de uma bicicleta: eu quero o que não sei se quero mais, o que eu quero é, talvez, pior de tudo, não fazer mais sentido. Bye!

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