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sábado, 12 de junho de 2010

UMA SENHA NA MÃO E UMA FRASE NA CABEÇA

A mente é independente, quer dizer, pelo menos aquelas de funcionamento considerado normal. Tem quem goste de burilar maneiras de controlar o fluxo dos pensamentos, mas as ideias que podem emergir de uma “cabeça vazia” (por una cabeza, sic) são surpreendentes. Como nos sonhos, acontecem coisas intrigantes, diálogos improváveis, situações e lugares nunca imaginados aparecem de repente e o que é pior: deles lembramos de manhã cheios de interrogações.

Os pensamentos são “pop ups” do submundo mental, alguns são chatos e recorrentes, outros indesejados e fantasmagóricos; alguns escondem cavalos de tróia pra induzir pessoas ao erro e às roubadas. Os pensamentos são que nem faíscas que podem atear fogo na fantasia; é uma espécie de coceira mental, depois que o infeliz passa a dar corda e finalmente parte do sonho pra realização é difícil prever como a coisa vai terminar.

Ah-há! Você agora deve estar se perguntando de que diabos eu estou a falare, sim, com sotaque lusitano: eu também não sei. É que dei mole hoje de manhã, fui ao cartório e fiquei meia hora na fila sem ter nada pra ler, felizmente tinha em mãos meu caderninho com anotações do início do ano pra cá. Comprei esse caderninho num aeroporto, voltando pra casa. Falando nisso o Magno Malta, aquele rapaz simpático, quer baixar o preço do cafezinho nos aeroportos, podia baixar o preço de tudo logo ou pelo menos trazer para o normal.

Caneta e papel são coisas que não se entendem mais nos dias de hoje como já foi no passado. Você já reparou como é difícil arrumar uma caneta que realmente escreva? E nos aeroportos elas custam bem mais caro, pois é, deveriam baixar o preço do chope e da cervejinha também. Nem vem que não tem: eu não vou dirigir. Além do mais, como diriam os paulistas, só os cariocas acreditam que o chope é bebida alcoólica.

Uma coisa eu sei: é que existe a tal da frase recorrente. Acordei com ela na cabeça e não faço idéia do por que. Isso acontece comigo de vez em quando, encafifo com palavras, frases, trechos de músicas. É uma perturbação. A frase vinha de uma música da infância, acho que o palhaço Carequinha que cantava: “O bom menino não faz pipi na cama”. Cara! Encafifei com essa frase idiota e, o que é mais doido de tudo, dentro de um cartório.

Fiquei pensando na sacanagem que é difundir a idéia de que um menino que faz pipi na cama não é bom. Afinal, que culpa podemos transferir a uma pessoa que dorme? Até onde eu sei – o que não é lá muita coisa - as crianças que se urinam durante o sono não o fazem de sacanagem. Mas naquela época era comum dessas nóias, hoje temos outras. E eu aqui, com a senha na mão e a música do Carequinha na cabeça. Valha-me Deus! Nem xingar eu posso, a sabere: o bom menino também não fala palavrão...

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