O LIVRO DO PÓ NO SÉCULO DIÁRIO

Confira no site do Século Diário uma reportagem muito bacana que o jornalista Henrique Alves fez sobre O Livro do Pó.

http://seculodiario.com/exibir_not_atracao.asp?id=4266

Falando nisso Rogério Medeiros e Stenka do Amaral Calado acabaram de publicar pela editora Capital Cultural um importante livro sobre a corrupção do judiciário aqui nas terras capixabas. A obra foi lançada com grande festa... Lá no Rio de Janeiro. Aqui é que não ia rolar. O regabofe aconteceu no último dia 4 de agosto na livraria do Museu da República.

Todos aqui sentimos falta de críticas e análises situacionais mais sérias e aprofundadas sobre a situação do Estado, não só na política, mas em quase tudo. Precisamos dialogar sobre nossos problemas, porque queremos um Espírito Santo melhor. Perante certos escândalos fica muito evidente a pressão, talvez financeira, impedindo acesso ao que de fato está acontecendo. Isso, no final, acaba sendo ruim para todos, inclusive para os próprios mandatários. Afinal, apesar de todo o abafa algumas verdades sempre acabam vindo à tona e ficamos com aquela sensação idiota de que estavam tentando simplesmente nos enganar.

Isso ficou muito claro no episódio em que a evidente penúria dos presídios foi discutida em Genebra e também na mudança entre Casagrande e Ferraço na disputa pelas eleições ao governo estadual, só consegui entender o que estava acontecendo lendo as reportagens do Século Diário, porque o que vi no resto da mídia - confesso não ter lido tudo - se limitou a noticiar os fatos em tom de "pois é". E esse tom, quem gosta de música sabe que ele é essencial, chega uma hora começa a incomodar.

Conversava com o jornalista Henrique Alves sobre a importância do estudo para o desenvolvimento intelectual: como pode haver uma coisa sem a outra? Os gênios são frutos de uma sociedade preparada para sua geração, sem isso se vive na mediocridade. Os jornalistas têm que ter o compromisso de denunciar, de investigar, de debater e de informar. Se não forem eles vai ser quem? E se não houver essa liberdade de crítica, de discordar, cresceremos como crianças mimadas que não sabemos a realidade do mundo até que um belo dia ela nos caia pela cabeça.

Sabermos ouvir críticas é um sinal de maturidade - mesmo a dos desafetos mais afetados, aqueles que parecem querer espezinhar por pura vaidade. Algumas dessas críticas soam tão infantis como uma criança chamando a outra de feia porque não quis dar o pirulito, sem sacanagem, por favor: é tão difícil eu escrever um texto sério. O surgimento desse livro, assim como o de Rodney Miranda no ano passado, me faz acreditar que talvez estejamos encontrando o caminho certo, aquele em que finalmente “a tal da verdade seja dita”...