Páginas

domingo, 23 de setembro de 2012

CRÔNICA DE DOMINGO SEM PÉ NEM CABEÇA



Vi que o filme TED está entrando em cartaz e resolvi dizer de qual é para a galera, porque sei que muitas garotas podem pensar que é um filme “de menininha” com o Mark Wahlberg ou os caras podem pensar que é uma comédia “porra louca”, com muita droga e situações engraçadas; isso para quem acha engraçado ver um bando de marmanjos doidões aprontando. Pois a “película” (na era digital?) tem isso tudo e tem ainda um ursinho de pelúcia hedonista babaca que nem um filhinho de papai. Sim, é estranho e a piada nem sempre funciona ao longo do filme...


Fora o bizarro da situação - nada contra, afinal a gente vê tanta bizarrice mesmo - o problema são as referências ao passado, especialmente uma linha meio rock dos anos oitenta que, quem não curtiu - seguramente a maioria no Brasil - vai ficar boiando. Por exemplo: os caras eram fãs do filme Flash Gordon (1980) que - fora a não tão inspirada trilha sonora da banda Queen - é uma das maiores porcarias já produzidas no cinema em todos os tempos e olha que essa é uma briga feia, ainda mais se colocarmos as produções do Casseta e Planeta no páreo.


O filme do Flash, uma tremenda aventura de ficção científica, sofreu muito com a falta de efeitos especiais da época, o resultado é altamente risível agravado pelos tresloucados figurinos. Os personagens e suas tribos se sucedem como alas de escola de samba, homens alados, um imperador do planeta Mongo que parece o Fu Manchú, enfim, um samba do crioulo doido completo com direito a Undenberg com soda ou na caninha, ah! E aquelas mulatas que não estão no mapa.

A rapaziada da ala dos Urubús de Ouro se preparando para o desfile
Talvez vão gostar do TED aqueles que têm mais de quarenta anos e tiveram acesso a cinema e televisão no início dos anos oitenta (acredite, nem todos tiveram, o Bussunda, por exemplo, e isso explica muita coisa), ou os que cultuam aquela época, porque o resto do filme é meio jeca, fora algumas piadas muito pesadas e escatológicas que, para quem gosta, são realmente engraçadas. Os diálogos de sinceridade absurda do ursinho com seu patrão são surpreendentes e hilariantes, mas esses momentos são escassos. Tô pra te dizer que eu até gostei do filme, mas periga a maioria “ficar boiando”... Então vou continuar falando do Flash Gordon de 1980...



Samba do crioulo doido na avenida, esse produção deve ter contado com acessoria de algum carnavalesco da MUG....
Lembro bem quando o filme entrou em cartaz, primeiro porque eu era fãzão dos desenhos do Alex Raymond, foi uma das primeiras coisas que li e até hoje guardo três edições daquelas grandonas da Ebal. Segundo porque estudava no colégio Martim Lutero e uma menina me convidou para ir ver, disse até que a trilha sonora era “daquela banda Quéin”. Estranhei o nome, nunca tinha ouvido falar e, sei lá se, para me convencer a ir com ela ao cinema disse que era a mesma da propaganda de televisão: Bicicle! Bicicle! Essa eu conhecia, a banda veio depois, a pronúncia correta do nome, as festinhas do Greatest Hits e outras tantas histórias...

Sente o sonoro bigodão do mister Freddie Mercury. As minas pira! Ou "os cara", afinal, não é a toa que o nome da banda era Queen...
Bom domingo galera!

Nenhum comentário: