Que surpresa bacana ter um feedback de personagens involuntários aqui da Lektra, eles, baseados em gente do mundo real, eles, transparentes e invisíveis, eles: “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança”. Se vocês tiverem a curiosidade de dar uma olhada nos comentários a este texto verificarão que meu amigo Barry e a própria Julia Roberts em carne e osso digital apareceram de um distante sumiço para saudar a minha iniciativa e, o que é pior: corroborar os fatos, qual seja, o meu mico King Kong Size. Putz! Fiquei emocionadão, quase caí duro também.
Sobre esse texto teve até uma outra história gozada: eu o enviei por email para um grupo de duzentas pessoas que me correspondo com mais freqüência com o título abreviado “O Adeus à Julia Roberts”. Daí estava conversando anteontem com Marco Antonio da Gráfica A1, meu editor para assuntos do Livro do Pó, que me falou chateado em tom de quem dá puxão de orelha:
- Pô cara você quer me matar do coração? Quando vi aquele seu email anunciando a morte da Julia Roberts fiquei abalado. É engraçado, porque nunca me considerei fã dela nem nada, mas quando vi a mensagem me bateu uma tristeza, comecei a lembrar dos filmes... Fiquei imaginando o texto até mesmo antes de o abrir: hoje no dia tal faleceu a atriz Julia Roberts... Daí quando fui ler a mensagem vi que era uma coisa completamente diferente...
Só pra arrematar a personagem, eu ia até colocar essa no texto passado, mas vivo tentando economizar espaço na mente dos outros, embora muita gente ache meus textos grandes demais, vide meu amigo Paulo Rubens, que o acha para ruim e o Washington que admira a criatividade. Sempre tento suprimir comentários desnecessários e ir direto ao ponto, mas nem sempre isso é possível sem arranhar a estrutura melódica da frase e o acontecimento real dos fatos. Falando em real, o Barry mencionou em sua mensagem a minha boa memória: ora, tem muitos detalhes de coisas que não lembro que simplesmente imagino que podem ter acontecido daquela forma e vou adicionando quando tem a ver, até mesmo para pontuar a estrutura harmônica ou florear a borda de um parágrafo.
Novamente, explicando a personagem do Barry: as alcunhas aqui mencionadas são apenasmente (Odorico Paraguaçu - sic) invencionices de minha imaginação fértil, mania curiosa que sempre tive de colocar apelido nas pessoas. Falei que o cara era meio neurótico né? Pois então. O Ligeirinho é guitarrista lá daquele passado distante, recorte temporal em que foi sumariamente apelidado de Berry, baseado no Chuck; porém, como ele era um solista ágil e veloz, o nome bem que poderia se remeter igualmente ao do super-herói velocista The Flash cuja identidade secreta era, Barry Allen. Assumida a alcunha e seguindo seu “modus operandi” todo pessoal Barry escolheu ser grafado com “A” ao invés de “E”. Lembrei desse detalhe quando fiz o texto, o que não lembrei foi a preferência da grafia e, como tinha cinqüenta por cento de chance de acertar, errei. Basta reparar que ele assina o seu comentário com um sonoro “A”...
Mais um mico para minha coleção, foi mal Ligeirinho...
Pode parecer bobagem retificar um detalhe besta desses num simples apelido, visto que o nome bacana de meu amigo nada tem a ver com as referidas alcunhas, mas vocês acreditariam se eu lhes contasse que ele, em determinada ocasião, ligou para a redação do Jornal A Gazeta e fez o editor corrigir de “E” para “A”? Eu tinha feito um release de nossa banda e enviado pro jornal, quando ele viu o texto ficou danado da vida e saiu atrás de acertar minha falha gravíssima, antes que saísse publicada para todo o Brasil. O engraçado foi a paciência do jornalista: “Mas meu filho, você tem certeza que isso vai fazer alguma diferença para alguém, aqui e agora ou em qualquer outro lugar e tempo do espaço infinito?” O guitarreiro (guitar hero?) respondeu aborrecido, brandindo um manual do tamanho da lista telefônica da cidade de São Paulo: “Vai fazer diferença sim, pode mudar!!!”