A TV Gazeta,
retransmissora da Rede Globo aqui no Espírito Santo, realizou um concurso musical
intitulado Minha Banda que prometia “incendiar a cidade” e cuja (cuja?) “finalíssima”
ocorreu na quarta passada. Duas bandas, uma de pagode, outra mezzo-axé mezzo-sertaneja
e uma cantora de estilo semelhante a essa última disputavam o que os apresentadores
do noticioso televisivo da hora do almoço chamavam de grande premiação. Era engraçado
ver o repórter ostentar frente às câmeras um daqueles cheques cenográficos
enormes no valor de apenas R$2.000,00!
Rapá, no preço que
estão as coisas hoje, só para produzir aquele cheque já deve ter custado uns duzentos
paus! Ora, o restaurante do Argentino do Uruguai que não gosta de ser chamado
de Colombiano, tá mais caro do que eram faz pouco tempo os mais exorbitantes da
categoria. Ou seja produção: a vida não tá fácil pra ninguém. O bom é que hoje
é sábado, dia de ir comer no restaurante Verde Perene, um legítimo Chinês da Coréia,
cuja (cuja?) comida Tailandesa é realmente imperdível...
O curioso é que muita
gente esbravejou pelas redes sociais contra os escolhidos para a final, alguns
pareciam entender que grupos de pagode e sertanejo não podem ser classificados
como banda. É preciso considerar que muito antes da pélvis do Elvis, da
Beatlemania e da volta do irmão do Henfil havia já porraqui bandas e fanfarras.
Musicalmente falando o termo nunca foi exclusividade do Roquenrou. Ademais, é meio
pequeno esse negócio de pensar que só o nosso estilo musical é bom. Todo mundo deve
ter o direito de se expressar musical e culturalmente. Não gostou? Não ouve. É simples
assim.
Como diz a Lei de
Murphy, a Lei de Zeppelin e a Lei de Laura: tudo que é ruim sempre pode ser
piorado. Terminada a competição de bandas, venceu a cantora. A Globo local resolveu
seguir o padrão Rock in Rio, no qual se apresentam roqueiras como Ivete Sangalo
e Claudia Leite... Por falar nisso: a vencedora, uma assistente social chamada
Michele Freire, tinha voz grave muito parecida com a da Ivete e da Paula
Fernandes. Em tempo: se as duas não se parecerem em nada me deem um desconto
porque, como diria o Braga, eu escrevo de ouvido e adoro falar de coisas que
não entendo.
Estava tudo (maaais ou
meeeenos) certo até que o repórter passou às mãos da feliz vencedora o tal do cheque
enorme de valor modesto e perguntou o que a moça ia fazer com toda aquela
dinheirama. Suponhamos que a Michele seja uma garota honesta e tivesse intenção
de dividir o "bicho" em partes iguais com os dois rapazes que a
acompanhavam. O resultado formaria uma dizima periódica diabólica: R$666,66
para cada. É menos que um salário mínimo, mas menos mal, porque, imagina se ganhasse
o grupo de pagode com seus mais de dez integrantes? Mal daria para pagar o
almoço e as passagens de Transcol...
Será que essa foi mais
uma mensagem subliminar diabólica que intencionava “incendiar a cidade”. Há
suspeitas...