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terça-feira, 15 de maio de 2012

ROCK NA UFES - REPOST


Essa semana, o Rock na Ufes acontece na quarta-feira, dia 16. O jornalista e escritor José Roberto Santos Neves e o músico e também escritor Juca Magalhães estarão no auditório do IC4, às 20 horas para contar as histórias e os bastidores do rock`n roll produzido na grande Vitória nas décadas de 60, 70, 80 e 90.
 
Para o professor Julio Bentivoglio, do Departamento de História, trata-se de uma excelente oportunidade para os alunos, professores e técnicos administrativos da Universidade conhecerem mais sobre a cultura produzida aqui no estado e um incentivo à construção da memória cultural.
 
José Roberto Santos Neves lançou recentemente o livro “Rockrise – a história de uma geração que fez barulho no Espírito Santo”, que narra a cena do rock local e estará a venda durante o evento a preço promocional (R$ 30,00). Juca Magalhães lançou no final do ano passado a obra Da Capo - De Volta às Orígens da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo.
 
A realização do Rock na Ufes é fruto de uma parceria entre a Associação Nacional de História Seção Espírito Santo (ANPUH-ES), o Laboratório de Ensino de História (LAHIS) e o Centro Acadêmico Livre de História (CALHIS).

dia 16 de maio
20h, auditório do IC-4
Entrada gratuita

Promoção: ANPUH-ES / LAHIS / CALHIS

quarta-feira, 25 de abril de 2012

SANTA INGENUIDADE DOS NOSSOS ROQUEIROS


Hoje é dia de visitar a Biblioteca Estadual que leva o nome do tio avô de meu amigo PeeWee, cujo (cujo?) aniversário passou faz uns dias e eu esqueci. Salvo algum engano, Levy Curcio da Rocha (1916-2004) era cunhado de Newton Braga (1911-1962) e nos deixou algumas obras importantes para a história do Espírito Santo como aquela sobre a viagem que Pedro II fez a esta província esquecida por Deus e desprezada pela mídia nacional, a não ser quando o assunto é tragédia ou escândalo político.

A Biblioteca Estadual vai receber hoje (25 de abril de 2012) às sete da noite, a caravana Rockrise, ocasião em que será furiosamente discutida a referida e polêmica obra do baterista “Dagoberto” que também responde pela alcunha de José Roberto Santos Neves (ou será o contrário?). A Biblioteca estadual fica na Praia do Suá, ali perto da rua da peixaria. Av. João Batista Parra, 165 - Praia do Suá. Telefones: (27) 3137-9351 / 31379349

Já escrevi sobre isso antes, mas lá vou eu outra vez de novo (here I GO again): contrariamente ao que muitos pensam: fazer um livro, ficar anos burilando histórias em um texto coeso e interessante não é coisa tão difícil assim. Também conseguir dinheiro para editorar um projeto gráfico bacana e depois imprimir com certa qualidade não é tão complicado. Difícil mesmo é fazer com que as pessoas saibam que o livro existe; que considerem mais importante comprá-lo do que a uma pizza; e que finalmente sentem as gloriosas buzanfas em algum canto e o leiam.

O livro Rockrise – história de uma geração que fez barulho no Espírito Santo - fornece um panorama amplo e variado com relação a vários estilos dentro do rock local. Não tece críticas nem toma partido, mas é bastante evidente o carinho especial pela vertente heavy metal da qual o autor fez parte como baterista das bandas Skelter, Seven e The Rain. As figuras principais da obra ostentam cabelões e fúria aleatória, ousadia e ingenuidade. Isso fica claro em várias situações e pode até ser uma explicação para quase ninguém daquela geração ter virado “artista nacional”, escapando em cima de um skate o Dead Fish que saltou de algum lugar no meio disso tudo.

É uma boa hora para se parar e Pensar; e essa obra ajuda a gente a fazer isso. Dessa grande panorâmica surgem algumas constatações que já me incomodam faz tempo, por exemplo: a incapacidade de articulação de um discurso coerente. Na maioria das vezes as letras das músicas dessas gerações não dizem nada – isso as escritas em português - ou, por serem obras adolescentes, limitam-se a críticas ingênuas e brincadeiras infantis com garotas fáceis e professores babacas.

Talvez o rock de várias das bandas retratadas em Rockrise tenha morrido adolescente porque a maturidade traz responsabilidades financeiras que aquela música não foi capaz de prover e eles não souberam transpor essas agruras num diálogo maduro com o público. Culpa de quem? Vai saber. Talvez apenas não fosse o momento, ou, como disse o grande Amylton de Almeida, porque faltou a todos a leitura dos filósofos gregos... Acho que hoje a noite temos algumas coisas para conversar...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

CRÔNICA DE DOMINGO - RADICAIS LIVRES


Uma das minhas máximas prediletas vem do escritor Gore Vidal: “Nunca perca uma oportunidade de fazer sexo e aparecer na televisão”. Infelizmente por esses dias, pela primeira vez, descobri na pele porque é que toda regra tem exceção...

Não sei por que a gente desenvolve certas implicâncias e antipatias como é essa que eu tenho com o cantor Roberto Carlos, pintou no início da adolescência e perdura até hoje. - A implicância e não a adolescência - Não gosto da voz, da cara de Mané bem sucedido, do fato dele ter defendido a censura na época da ditadura enquanto cantava Amada Amante, os lençóis da cama e os botões da blusa... E qualquer um que conhece um pouquinho de Rock Brasil sabe que a maioria dos adeptos meio-radicais, mezzo-calabreza pensa como eu.

Rolavam os preparativos para o lançamento do livro Rockrise – A História de Uma Cheração que Fumou Bagulho no Espírito Santo, do Zé Roberto, quando toca o telefone. Era uma produtora do Alive 2, quero dizer, de um TeleJornal que passa na hora do almoço perguntando se eu poderia participar de uma matéria sobre o lançamento e que haveria uma homenagem a Roberto Carlos. (?) Sim, eu também não entendi nada. Não fazia a menor idéia que estávamos no dia do aniversário do “Rei” e, por ser Dia do Índio também, resolveram configurar, digamos assim, um programa silvícola completo.

A moça falava empolgada sobre a idéia, explicava que o imitador oficial do Rei já estava sei-lá-onde para a festa – ou seja: eu estava sendo convidado para substituir um cover do cara, o que soava pior ainda. Comecei a escorregar do jeito mais educado que consegui, disse que já tinha compromisso no horário, mas a moça continuou insistindo: argumentou que Alexandre Lima participaria, tinha topado se vestir de branco (olha que legal!) e até indicado a mim e ao Fabio Boi também (!)

Nada contra meu grande amigo Alexandre vestido de branco, de rosa bebê ou até de Carmem Miranda, eu é que na ia pagar o mico! Parecia coisa do Balanço Geral. (Falando nisso, depois Alexandre me contou que a parada ia acontecer na Praça Costa Pereira e acabou rolando no Shopping Vitória por causa da chuva) Pra encurtar, resolvi abrir o jogo: falei que não gostava de Roberto Carlos e não conhecia nada dele. Nunca que ia rolar de eu ficar “dando uma de que” e ainda por cima homenagear! Nem se fosse rolar muita grana debaixo dos caracóis dos meus pentelhos!

Antes de desligar desanimada com minha desfeita teimosa, a moça pediu e eu indiquei a participação de outro amigo, o Marcelo Ribeiro, músico bem mais competente, antenado e eclético do que eu. Dei um último conselho como fora o Zé Bunitinho: Garota, você pode até ligar para o Fabio (Boi), mas eu vou logo te avisando de que com ele o buraco é mais embaixo. De madrugada, gravando entrevista na sede da Gazeta contei a história para o Zé Roberto que falou incrédulo: “Eu hein Juca? Isso só pode ser pegadinha”.

Na hora do almoço lembrei da reportagem – embora preferisse esquecer – e corri pra Tv. Lá estavam Alexandre Lima e Marcelo Ribeiro “homenageando” o Rei, ambos com aquela expressão solidária de “tô na roubada, mas tô com diniguidade”. A produção organizou uma fila de “populares” para soltar a voz nas canções do Roberto; acaba que não achei ruim, só ficou tosco e engraçado, especialmente pra mim que tinha conseguido driblar o mico. Peguei o celular e mandei um torpedo pro “Dagoberto”.

– Ah lá Zé! Liga a Tv agora pra ver a tua pegadinha no ar...

terça-feira, 17 de abril de 2012

VÁRIAS GERAÇÕES QUE FIZERAM BARULHO!


Muito temos falado pra lá e pra cá sobre o iminente lançamento de Rockrise – A História de Uma Geração que Fez Barulho no Espírito Santo, novo livro do jornalista José Roberto Santos Neves: então eu também quero falar. Mais uma vez o jovem (sic) baterista escolheu a música como tema principal para mostrar seu talento escrivinhatório e pesquisativo. José Roberto é atualmente editor do caderno Pensar, publicado aos sábados em A Gazeta, e das outras obras que já lançou a mais conhecida e lembrada pelo publico é o livro sobre a cantora Maysa.

O livro Rockrise nasceu entre lendas, mexericos e inúmeras histórias engraçadas dessa rapaziada morena que se encantou com o rock americano feito pelos ingleses e resolveu, contra tudo e contra todos, traduzir também aquele “ritmo” gringo para o bom capixabês. Desde os anos sessenta que esse curioso fenômeno atormenta vizinhos com o som estridente das guitarras “Tonante” e deixa parentes realmente preocupados com o destino de seus descendentes. Várias carreiras de diplomata e cargo comissionado foram pelo ralo após o surgimento de “Rock Around The Clock”.

“Quê exportar café o quê! A gente somos inútil! Queremos exportar é róqui!” A pretensão na botoculândia, que não dava margens à concessões, sempre foi um entrave ao pleno reconhecimento dos predicados musicais de nossos “roqueiros”. Terra quente, praia, sol, verão o ano inteiro; a coisa pede um som gingado e malemolente. Fabio Boi (banda Thor) ontem comentava que o clima de Vitória não é propício ao rock pesado, embora as comidas pesadas sejam um must, exclusive (sic) a feijoada todo sábado, exceto o de aleluia, com caipirinha e Wunderberg só na caninha.    

Mas todas as gerações cativaram lá suas legiões de fãs e são muito lembradas com saudades, como recordamos o tempo em que subíamos escadas correndo sem colocar os bofes para fora e comentar que aquilo seria “teste para cardíaco”. Essas gerações hoje formadas por sérios advogados, procuradores, encontradores e inúmeros meninos perdidos com mais de 50 anos vêem se aproximar a derradeira hora e clamam por ter seu nome na história, nem que seja de maneira lá não muito edificante do ponto de vista social: com cabelões, tachinhas e roupas zebra/tigradas.

A noite de autógrafos do Rockrise (pronuncia-se rócrise mesmo e não rócráise como alguns andam falando porraí) vai ser na Estação Porto, centro de Vitória, dia 19 de abril (quinta-feira agora) a partir de sete da noite com entrada franga (sic). Após o lançamento várias bandas serão colocadas em containers, em protesto pelo fim do Fundap, e, finalmente, exportadas do porto (sic) para o raio que as parta dando um fim (de finalidade) à grande saga do nosso roquenrou. Ou será que isso tudo é apenas o início? Yeah! e Rá! pra vocêix!

Herbert Viana (paralamas do Sucesso) antes do show na Festa da Penha, folheando o livro Rockrise, olhando atentamente as fotos da banda Pó de Anjo. Dizem até que ele comentou: "eu conheço, esses meninos são botocudos né?" Daí alguém rosnou de volta: "Se você ficar de sacanagem eu tomo o livro e te dou uma casaca, tá?"