Hoje é dia de visitar
a Biblioteca Estadual que leva o nome do tio avô de meu amigo PeeWee, cujo
(cujo?) aniversário passou faz uns dias e eu esqueci. Salvo algum engano, Levy
Curcio da Rocha (1916-2004) era cunhado de Newton Braga (1911-1962) e nos
deixou algumas obras importantes para a história do Espírito Santo como aquela
sobre a viagem que Pedro II fez a esta província esquecida por Deus e
desprezada pela mídia nacional, a não ser quando o assunto é tragédia ou
escândalo político.
A Biblioteca Estadual vai
receber hoje (25 de abril de 2012) às sete da noite, a caravana Rockrise, ocasião
em que será furiosamente discutida a referida e polêmica obra do baterista “Dagoberto”
que também responde pela alcunha de José Roberto Santos Neves (ou será o
contrário?). A Biblioteca estadual fica na Praia do Suá, ali perto da rua da
peixaria. Av. João Batista Parra, 165 - Praia do Suá. Telefones: (27) 3137-9351
/ 31379349
Já escrevi sobre isso
antes, mas lá vou eu outra vez de novo (here I GO again): contrariamente ao que
muitos pensam: fazer um livro, ficar anos burilando histórias em um texto coeso
e interessante não é coisa tão difícil assim. Também conseguir dinheiro para editorar
um projeto gráfico bacana e depois imprimir com certa qualidade não é tão complicado.
Difícil mesmo é fazer com que as pessoas saibam que o livro existe; que considerem
mais importante comprá-lo do que a uma pizza; e que finalmente sentem as
gloriosas buzanfas em algum canto e o leiam.
O livro Rockrise – história
de uma geração que fez barulho no Espírito Santo - fornece um panorama amplo e
variado com relação a vários estilos dentro do rock local. Não tece críticas
nem toma partido, mas é bastante evidente o carinho especial pela vertente
heavy metal da qual o autor fez parte como baterista das bandas Skelter, Seven
e The Rain. As figuras principais da obra ostentam cabelões e fúria aleatória, ousadia
e ingenuidade. Isso fica claro em várias situações e pode até ser uma
explicação para quase ninguém daquela geração ter virado “artista nacional”, escapando
em cima de um skate o Dead Fish que saltou de algum lugar no meio disso tudo.
É uma boa hora para se
parar e Pensar; e essa obra ajuda a gente a fazer isso. Dessa grande panorâmica
surgem algumas constatações que já me incomodam faz tempo, por exemplo: a
incapacidade de articulação de um discurso coerente. Na maioria das vezes as letras
das músicas dessas gerações não dizem nada – isso as escritas em português - ou,
por serem obras adolescentes, limitam-se a críticas ingênuas e brincadeiras
infantis com garotas fáceis e professores babacas.
Talvez o rock de
várias das bandas retratadas em Rockrise tenha morrido adolescente porque a
maturidade traz responsabilidades financeiras que aquela música não foi capaz
de prover e eles não souberam transpor essas agruras num diálogo maduro com o
público. Culpa de quem? Vai saber. Talvez apenas não fosse o momento, ou, como
disse o grande Amylton de Almeida, porque faltou a todos a leitura dos
filósofos gregos... Acho que hoje a noite temos algumas coisas para
conversar...
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