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terça-feira, 12 de abril de 2011
ENQUETE QUE CIRCULA PELA INTERNET
sexta-feira, 2 de abril de 2010
RODA, RODA, RODA E ANVISA! DOIS MINUTOS PARA O COMERCIAL ELEITORAL
Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?
Lucas 31
O sonho de menina dela era comprar um carro pra chamar de seu, o chamado carro zero. Juntou dinheiro, trabalhou duro, mas ainda faltava um bocado de bufunfa pra chegar onde queria. Fuçando daqui e de lá foi aconselhada pelos economistas de plantão a fazer um consórcio e com aquela grana amealhada dar o lance. Eis aí a ponte entre o sonho e a realidade. Na primeira assembléia um maluco deu um lance maior que o seu, na segunda empatou com outro cara e perdeu no sorteio, coisas da vida.
Aquela semana começou infernal, o calor inclusive: era novamente deadline de entrega de projetos, mais o trabalho regular como professor, fora os bicos que me obrigavam a trajar terno o dia inteiro. Não fora a estufa, nada de mais: peguei um trampo que ia de segunda a quarta o dia inteiro e tinha ainda as aulas de noite. Na segunda-feira o negócio demorou, era para ter acabado 18 horas. Quando já era sete da noite fui conversar com meu contratante, não podia ficar nem mais um minuto sequer. Saí de lá que nem um doido. Precisava pegar o carro e vazar para começar a queimar o óleo da meia-noite, veio a notícia pelo celular:
- O carro quebrou! Eu pelejei com ele o dia inteiro e agora ele nem liga. – O fato dela dizer que havia “pelejado com o carro” me deixou preocupado, mas não quis entrar no mérito da discussão sem constatar a real situação do infeliz... Bateria arriada, mistério configurado: fazer o quê àquela hora da noite? Saí que nem um doido de terno e gravata mesmo atrás de um buzão, quando cheguei na universidade faltavam dez minutos para minha aula começar, peguei o finalzinho da festa de recepção aos calouros...
No dia seguinte a maratona seguia impávida, procurei a garantia da bateria e o telefone do cara que me vendeu e consegui usar a hora do almoço para levar o carro ao conserto, passei a sobreviver às custas de coffe-break. A ventoinha tinha dado um tilt e o cebolão não era sopa. De antemão falei que precisaria sair no horário previamente combinado, felizmente a oficina mecânica ficava três quadras de onde estávamos. O mistério continuava, nada de solução para a ventoinha desembestada. Seis da tarde vazo para a universidade com minha mulher de carona e orientações para retirar um fusível e voltar com o carro no dia seguinte: toca o celular dela:
- Como assim advogado? O que é que está acontecendo? – A Agência Nacional da Vigilância Sanitária - Anvisa tinha baixado com a Polícia Federal e a imprensa à tiracolo na lojinha de produtos naturais do cunhadão e estava apreendendo todas as mercadorias, todo o trabalho suado dos últimos anos, mas o pior ainda estava por vir: levaram todo mundo preso! Demoramos um tempo a entender a real dimensão dessa confusão, mesmo porquê parecia que tínhamos entrado num filme de Felini com roteiro de Kafka.
No dia seguinte vimos incrédulos a confa toda na televisão, uma cobertura até respeitosa feita logo cedo pela Rede Gazeta. Só que o delegado - somente a titulo de curiosidade Feliniana e não mórbida: um anão - havia decretado a prisão de marido, esposa e um colega, sem direito a fiança, crime hediondo. Hô yeah! Boris ... E o carro ainda estava com a ventoinha disparada. Não conseguíamos acreditar em tamanho absurdo. De todos meus cunhados, aquele é o mais careta, evangélico, não bebe, não fuma e nem come carne. Como é que pode estar preso no DPJ de Vila Velha, onde cabem trinta pessoas e tem cento e cinqüenta?
Mas o delegado decretou a prisão em flagrante, passaram aquela noite algemados, humilhados e foram por fim encarcerados sem direito a fiança com todo o tipo de bandidos. Pessoas de bem que dedicaram a vida inteira à religião e não ofereciam risco nenhuma à sociedade, acusados de crime hediondo por conta de alguns produtos naturais que eram vendidos com aqueles dizeres: bom pra isso, bom pra aquilo. Gente eu não estou mentindo não, isso aconteceu. E sabe o que é pior? A maior parte da mídia embarcou sem nem ouvir o outro lado, aquele dentuço mesmo do programa Balanço Geral ficou lá gritando: cadeia neles! Bom, cada sociedade tem seus Ratinhos e Datenas que merecem.
O deadline do projeto era na sexta e a quinta-feira foi de total correria para tentar libertar aquela família, sabe-se lá o que poderia acontecer com eles dentro da cadeia. Some-se a isso que seus filhinhos, uma menina de seis anos e um menino de dois vieram ficar conosco. As crianças estavam apavoradas com o súbito desaparecimento dos pais, vigiavam uma a outra como se tivessem medo de mais alguém desaparecer do nada. E procure-se advogados para o caso, teve um que pediu setenta mil, outros ponderaram que um mais efetivo custaria por volta de vinte e cinco. Era como um seqüestro, resgate estipulado para a liberdade!
Não sei exatamente em que dia da confusão veio a notícia: o sujeito do lance empatado tinha furado. Ela havia sido contemplada! O carro zero era um sonho que se materializava no meio daquele furacão e foi enfiado no décimo oitavo escaninho até segunda ordem. Eu tinha duas palestras para apresentar naquela quinta-feira, sendo que uma eu nem havia ainda organizado nada. Passei a manhã inteira escrevendo e montando um data show, enquanto os amigos e familiares corriam entre cartórios e fóruns de cinco cidades atrás de certidões que comprovam a idoneidade do que para nós era o óbvio ululante.
E a Anvisa? Ficou bem na fita não é? Defendeu os frascos e os comprimidos com sua operação “Erva Daninha”. Apareceram na televisão, deram entrevistas, mostraram serviço. Nas costas sabem de quem? Sim, do cidadão idôneo, daquele trabalhador indefeso que não oferece perigo nem resistência, que está ali pagando impostos e lutando pelo pão de cada dia. Esses são bons de se achacar! Cadeia neles! O que será que os vizinhos e amigos não tão chegados estariam pensado de toda essa confusão? Ora, pensamos o pior porque tememos o pior também. Julgamos mal para nos sentirmos melhor.
O projeto foi entregue no apagar das luzes, sabe-se-lá como, mas foi. Meus cunhados só ganharam a liberdade na terça de noite, exatamente uma semana depois da confusão começar. E a Anvisa? Continuou sua turnê por aqui fechando farmácias, drogarias e laboratórios como se fossem bocas-de-fumo. Baixou até na Vila Rubim, curiosamente ali não prendeu ninguém e olha que tem erva por lá que até Deus duvida.
No final me deu uma puta revolta e até medo de ser brasileiro, de constatar assustado que a hipocrisia de meia dúzia pode solapar impunemente a liberdade e a dignidade de gente do bem como eu e como você. Se queriam fazer demagogia em ano de eleição - O QUE SUSPEITAMOS - deram um tiro de canhão no pé. Nesta situação que está aí eu não voto nem para síndico da Casa do Chapéu. Aliás, eles é que deveriam ir presos. Cadeia neles! Cadeia Neles!!!
Amigos se alguém por aí tiver o email do presidente Lula, da Dilma, do Ministro da Saúde e do rapaz do Balanço Geral, façam o favor de reenviar essa mensagem para eles. Ou melhor ainda: reenviem para todo mundo do mundo. Não é nada, não é nada, mas uma hora a gente vai sanar essa injustiça!
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sexta-feira, 12 de junho de 2009
BALANÇA MAS NÃO CAI - A MODERNIDADE NO TELEJORNALISMO CAPIXABA (Ante-projeto para o curso de mestrado em comunicação da PUC-RJ)
Tava escrevendo pro pessoal do Moquecada que já não agüentava mais a cafubira que estava me dando nos dedos pra escrever sobre esse novo programa que apareceu na Record Local. Falo do tal do “Balanço Geral”. É aquela velha história, o diferente sempre causa estranheza, especialmente quando parte pro lado do bizarro. Proponho dar um crédito pros caras, as vezes a coisa começa ruinzinha – que é o caso – e depois vai melhorando. Nota-se o esforço do apresentador em ser simpático e divertido, como acontece também com aquele do programa que tem quase o mesmo nome, o Conexão Geral. Freud explica e o Chacrinha complica.
Fico pensando: Balanço Geral, Conexão Geral... É tudo pro povão? Parece que sim. O termo tem essa “conexão”, entre outras, de remeter à galera, aos lugares populares dos festivos estádios de futebol. Infelizmente ainda não surgiu por aqui um cara com carisma de apresentador, e olha que alguns tentaram, vide aquele senhorzinho de cabelos negros que eventualmente estrela suas próprias propagandas televisivas.
O problema é que no grande Estado do Espírito Santo não é de muito bom tom sair criticando abertamente o trabalho de ninguém... É uma coisa cultural do capixaba, como não buzinar no trânsito por qualquer bobagem, como fazem nossos vizinhos cariocas. Aqui sempre se deu bem quem de todos falou bem. Veja o caso dos talentosos rapazes da revista Quase que inocentemente resolveram fazer graça com o cotidiano local e colheram uma carga prensada de aborrecimentos, jurídicos inclusive.
Penso também que, no final das contas, nada de bom pode resultar quando empreendemos qualquer ação negativa, mas obviamente podemos fazer algumas considerações estrambólicas (Carro Velho sic):
Porque é que a maioria dos apresentadores botocudos tem o rosto alongado lembrando um cavalo? Especialmente aquele cara do programa evangélico (Desafios?) e o outro da Gazeta que adora falar da Cotação do Café. Aliás, a longevidade dessa prática é a coisa mais pitoresca da televisão local. Se um dia acabar vamos até sentir falta.
O curioso é que todas as emissoras respeitam essa máxima do “frame” telejornalístico local. Já imaginou se em São Paulo ainda fosse assim e se em Minas até hoje dessem a cotação do Leite diariamente na televisão? Caralho meu! Noel Rosa cantava isso faz quase cem anos!
“São Paulo dá café, Minas dá leite e a Vila Isabel dá samba!” Nos telejornais do Rio então deveriam dar a cotação do samba! Huhauhauhuha!
O que me incomodou no Balanço Geral mesmo é que tudo o que vi ali me soou repetição descarada de velhas fórmulas que já deram certo no passado. Na década de setenta já tinha um programa de humor televisivo chamado Balança Mas Não Cai e a câmera balançava do mesmo jeito. Remetendo a coisas ainda mais antigas o tom do programa me lembrou também o apelativo Ronda Policial, que antigamente fazia a alegria do povão na Rádio Espírito Santo AM. Nesse programa os apresentadores liam os boletins de ocorrência representando caricatamente as histórias (!) expondo os envolvidos a todo tipo de constrangimento.
Pra terminar vou mandar uma assessoria gratuita para os produtores de nossos telejornais: já que é pra ser tão pitoresco e piegas, que tal os apresentadores locais lerem o horóscopo do dia também? Ou então anunciar a milhar do Jogo do Bicho? Modernidade é tudo. Quer apostar quanto que daqui um pouco isso também vai rolar?
segunda-feira, 16 de março de 2009
EU TENHO MEDO DO TED CONTI!!!
Na semana passada o enigmático e sorridente Ted Conti anunciava o falecimento de uma mulher pela simples falta de uma ambulância que a transportasse para o hospital Dório Silva. Aliás, antes de prosseguir deixa comentar um negócio: vocês sabiam que tem uma comunidade no Orkut com o nome “Eu Tenho Medo do Ted Conti”? Não tô inventando não, o texto de abertura da comunidade é assim:
“Você chega em casa todos os dias, liga a televisão e lá está ele nos contando sobre os buracos da cidade, os acidentes na BR-101 e crimes de toda a natureza.
De uma hora pra outra, se vira para uma outra câmera e diz que a saca do Arábica tipo 7 com 10% de broca está com a cotação
Tudo bem que têm outras puxando o saco do cara, mas a reportagem do Segunda Edição trazia uma entrevista com um dos filhos da vítima, um rapaz bem articulado e evidentemente revoltado, protestando na porta da clínica onde sua mãe tivera os primeiros socorros e acabara falecendo.
No final da matéria, depois de destacar o descaso com que aquela vida fora tratada até se extinguir, volta o apresentador dizendo serenamente que A Secretaria de Estado da Saúde tinha divulgado uma nota dizendo que a ambulância não levou a mulher para o hospital porque seu quadro era instável.
Como assim? Quer dizer então que os médicos da clínica estavam mentindo? Que tudo era então um mal entendido? Terminado o quadro prossegue o apresentador, agora sorrindo, com alguma notícia sobre esse tórrido verão de 2009. O verão da crise... Não demorou e entrou a Cotação do Café...
Fiquei encafifado... Ora, se os repórteres foram lá na clínica e constataram que a pessoa morrera por falta de transporte, dizer no final que o quadro da paciente era instável e que por isso não houvera a remoção, não é o mesmo que dizer que tava todo mundo doido e que tudo mostrado até então era mentira? Ou seja: que a nota do Estado era um atestado de burrice e incompetência deles? Não entendi nada...
Fato é que uma vida se perdeu e, mais do que desculpas esfarrapadas, a população quer ver solução. A mesma coisa acontece agora no caso dos professores da Fames que lutam por melhores salários e condições de trabalho: é o descaso e a falta de uma política séria também para a educação, aliados à conivência dos grandes meios de comunicação e da desorganização da sociedade.
É lamentável a situação da Fames e o pior é que as recentes evasivas da Sub-secretária de Educação indicam que o Governo não está nem um pouco sensibilizado. Pena que não tenhamos uma mídia mais isenta e que, ao invés de se colocar em cima do muro, ajudasse a cobrar. Que mal tem isso? Se algo não está bom é preciso ser dito! Mas aqui não. Quem reclama vai pra geladeira, é taxado de "barraqueiro" e acusado de querer aparecer. Não pode haver democracia desse jeito.
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quarta-feira, 30 de julho de 2008
HOJE EU VOU DAR A COTAÇÃO DO CAFÉ...
Amigos, amigas e colunas do meio - como dizia antigamente a Zebrinha do Fantástico. Aliás, a Zebrinha ficou tão ultrapassada que nem sei mais se ainda existe jogo da Loteria, faço como vovó já dizia: come bosta, mas não aposta!
Pegando carona no assunto, tem coisas na nossa televisão local que eu acho ultra-supérfluas e ultrapassadas, mas que estão no ar há séculos e que pelo jeito ainda vão continuar por muito tempo:
Por exemplo: Que diabos tenho eu e a maioria da população do estado com a tal da “cotação do café”? Coisa mais estranha não é? Entra o cara com aquele olhar de peixe vago e fala quanto é que tá valendo a saca do Arábica tipo 7 e que o Conilon com cinco por cento de broca é o caralho à quatro, e eu com isso? E você com isso?!!!!
Tem também a movimentação financeira, outro dia eu estava assistindo a um desses televisivos locais, entrou a vinheta com uns caracteres dizendo: “Mercado Financeiro” e no fundo aquela voz empostada: hoje não houve movimentação financeira. Era feriado mané. Pra que a porra da vinheta então? Eu hein?!
Bom, e pra arrematar: não sei pra que é dada a previsão do tempo no jornal local se é daqui mesmo! Primeiro que eles sempre erram, segundo: quer saber como está o tempo? Olha pela janela meu filho! Daí vem aquela embromação: em vitória mínima de 25 graus e máxima de 32, em Domingos Martins mínima de 18 e máxima de 26. Porra cara, você é daqui e não sabe que em Domingos Martins faz um friozinho não?
Agora o assunto da semana é que o nosso futebol caiu pra série “D” do campeonato Brasileiro. Amigos, confesso que não entendo absolutamente nada do assunto, então me ajudem aí: quantas letras têm nessa parada? A letra “V” é de Futebol de Várzea? Não porque pra mim a série B era de Futebol de Botão, rararara! Brincadeira, mas sabem qual o resultado disso? Domingo de manhã passou aqui em baixo do meu apartamento uma passeata de vascaínos. Não me pergunte como ou por que, só sei que foi assim...
Bom, até agora eu não havia postado nenhum email, mas chegou pra mim essa reportagem super gozada e achei interessante estar publicando, dados a proximidade e o sucesso – segundo ouvi dizer, não sei – da parada gay de Cariacica...
29 Julho 2008 - 00h30
PORTO: APANHOU CINCO ANOS E MEIO DE PRISÃO EFECTIVA POR HOMICÍDIO TENTADO:
NÃO QUERIA GATO GAY!
Nunca deparei com motivo mais torpe e surreal para tentar matar uma pessoa: o senhor disparou dois tiros contra um indivíduo que acabara de lhe salvar o gato porque alegadamente ele era homossexual e, ao pegar no animal, ia fazer com que este também se tornasse homossexual", sublinhou o juiz do Tribunal de S. João Novo, no Porto, no final da leitura do acórdão que condenou o arguido a cinco anos e meio de prisão por tentativa de homicídio e posse de arma não legalizada.José Maria Correia , de 54 anos, não vai esquecer aquele fim de tarde de 22 de Outubro último. O seu gato – que desaparecera há três dias – miava num terraço vizinho, de onde não conseguia sair. Solícitos, os vizinhos tentaram resgatar o gato. O mais afoito chegou a deitar-lhe a mão, mas o felinoesquivou-se.JoséMaria, empregado de restaurante, é que não apreciou o gesto do vizinho, a quem passou a insultar. O vizinho José Pedro ouviu os impropérios de José Maria, mas acreditou que a sua ira se dirigia ao gato e às preocupações pelo seu desaparecimento. Por isso, quando conseguiu resgatar o gato, ficou apavorado mal José Maria lhe apontou uma pistola e, repetindo insultos de "maricas, que vais fazer do meu gato também panasca", fez menção de disparar. O salvador do gato fugiu e evitou as duas balas disparadas por José Maria, mas uma dos projécteis atingiu o ventre da vizinha Anabela Cruz, professora de 35 anos, que nessa mesma noite foi operada no Hospital de S. João.O arguido, que em julgamento nunca se mostrou realmente arrependido, ouviu o acórdão com resignação.
PORMENORES: RACISMO - Depois dos tiros, o arguido esteve nas instalações da PJ, onde insultou um inspector por ser preto.
PARA RECORDAR: O juiz João Grilo reconheceu que vai recordar este caso porque o arguido é o "oposto do que uma pessoa deve ser".
EMBRIGAUEZ: José Maria afirmou estar embriagado, mas os depoimentos da polícia desmentiram-no.
NÃO QUERIA GATO GAY!
Nunca deparei com motivo mais torpe e surreal para tentar matar uma pessoa: o senhor disparou dois tiros contra um indivíduo que acabara de lhe salvar o gato porque alegadamente ele era homossexual e, ao pegar no animal, ia fazer com que este também se tornasse homossexual", sublinhou o juiz do Tribunal de S. João Novo, no Porto, no final da leitura do acórdão que condenou o arguido a cinco anos e meio de prisão por tentativa de homicídio e posse de arma não legalizada.José Maria Correia , de 54 anos, não vai esquecer aquele fim de tarde de 22 de Outubro último. O seu gato – que desaparecera há três dias – miava num terraço vizinho, de onde não conseguia sair. Solícitos, os vizinhos tentaram resgatar o gato. O mais afoito chegou a deitar-lhe a mão, mas o felinoesquivou-se.JoséMaria, empregado de restaurante, é que não apreciou o gesto do vizinho, a quem passou a insultar. O vizinho José Pedro ouviu os impropérios de José Maria, mas acreditou que a sua ira se dirigia ao gato e às preocupações pelo seu desaparecimento. Por isso, quando conseguiu resgatar o gato, ficou apavorado mal José Maria lhe apontou uma pistola e, repetindo insultos de "maricas, que vais fazer do meu gato também panasca", fez menção de disparar. O salvador do gato fugiu e evitou as duas balas disparadas por José Maria, mas uma dos projécteis atingiu o ventre da vizinha Anabela Cruz, professora de 35 anos, que nessa mesma noite foi operada no Hospital de S. João.O arguido, que em julgamento nunca se mostrou realmente arrependido, ouviu o acórdão com resignação.
PORMENORES: RACISMO - Depois dos tiros, o arguido esteve nas instalações da PJ, onde insultou um inspector por ser preto.
PARA RECORDAR: O juiz João Grilo reconheceu que vai recordar este caso porque o arguido é o "oposto do que uma pessoa deve ser".
EMBRIGAUEZ: José Maria afirmou estar embriagado, mas os depoimentos da polícia desmentiram-no.
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