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sábado, 1 de setembro de 2012

CRÔNIKA DE DOMINGO: QUE DE BOBA NÃO TEM NADA



Um homem que nunca foi à escola pode roubar a carga de um vagão; mas se tiver uma educação universitária, roubará a estrada de ferro inteira.

Theodore Roosevelt

Qualquer um que comece a dar aulas descobre logo que não sabe um monte de coisa que pensava saber e acaba tendo que estudar até mais do que os alunos. O processo de aprender a ensinar é árduo, mas é um caminho de enormes satisfações não financeiras. Sim, porque não conheço nenhum mestre trilhardário, embora existam alguns endinheirados por aí tentando ensinar outros a enriquecer. Por isso dizem que os livros de auto-ajuda resolvem mesmo a vida de quem os escreve...

Quarta passada estava dando aula para uma moça chamada Raissa – prometi que ia a mencionar no texto – falava da harmonia, uma parte teórica que os alunos costumam detestar. Não é com muita satisfação que os mais rebeldes descobrem que também no discurso musical pululam prosódias e prosopopéias e que, tratando do sistema tonal, existe um conjunto enorme de regras trivialmente comparado à gramática.

Raissa entendeu o assunto como contradição e me perguntou: “mas na música a gente não tem que transgredir? Inovar?”. Além de uma coisa não ser a mesma que a outra, a danada trazia consigo um livro de Augusto Cury, de quem não irei falar agora por pura preguiça. Lembrei da pobre (pobre?) moça que foi pega discursando livremente sobre “as brechas da Lei” e que por isso foi crucificada, perdoe o trocadilho, em “Via Púbica”.

Como certamente o fazem os doutos em advocacia, para transgredir é preciso conhecer, dominar um assunto em sua complexidade. Existe o caso de algum escritor inovador que não fosse versado em sua própria língua? Não me lembro agora, mas na música a esmagadora maioria do que é vendido como “revelação” sempre lembra o velho e bom ditado: “por falta de roupa nova passaram o ferro na velha”.

Por isso a importância de investimento em formação, educação, conhecimento para os nossos criadores e até quem sabe futuros transgressores e inovadores. Precisamos muito destes nas artes em geral, porque no momento nossos conterrâneos só alcançam fama quando são bons de porrada (com toda admiração e respeito à família do Touro Moreno) ou questionam a “eficácia” das Leis do trânsito...

Tem também o caso (lê-se quêize) do missionário R.R. Soares que, para quem não sabe, é natural aqui de Muniz Freire. Esse sim um capixaba famoso e um verdadeiro inovador. Outro dia estava convencendo os fiéis a assinaram uma TV a Cabo de sua igreja “em nome de Jesus de Nazareth”, Love Hurts (Sic.). Outra inovação desse epíteto estrambótico foi a cobrança do dízimo com “débito automático”... E pensar que os “protestantes” bateram de frente com a Igreja Católica por causa das indulgências...

Link da imagem. http://equipenasa4x4.blogspot.com.br/2011/06/dizimo-em-debito-automatico.html

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

PESSOAS ESTRANHAS E SUAS MANIAS ESQUISITAS

Você conhece alguém que durante uma conversa te faz repetir o que foi dito? Até acontece da gente não ouvir ou deixar de entender uma coisa ou outra, mas durante toda uma conversa é chato pra caramba. Parece um tipo de gagueira, o cara não consegue responder nada de pronto e te obriga a repetir.

Como falei da gagueira - que até onde eu sei é um distúrbio de formação da frase - essa outra “disfunção” já deve ter sido mapeada por algum desses psis que vivem de dar nomes intelectualóides às coisas bizarras do mundo. Tipo “síndrome do pânico”: cara que nome mais besta! Não seria muito mais simples dizer que a pessoa tá com: “chilique de frescura involuntária” ou “ataque de cagasso inexplicável”?

Uma vez me indicaram um luthier que tinha a fama de ser o melhor profissional pra mexer com guitarra por aqui, levei meu instrumento na oficina dele pra regular o braço e tudo o que eu perguntava o miserento respondia: “veja bem”. Rapaz, aquilo foi me dando uma agonia:
- Ó só eu tenho essa Washburn aqui pra regular o braço, você mexe com esse tipo de guitarra?
- Veja bem: (pausa) eu sou o representante autorizado aqui no estado...
- Legal, legal e quanto é que você me cobra aí pelo serviço?
- Veja bem: (pausa como se estivesse pensando) esse braço da sua guitarra parece que já foi mexido antes e blá, blá, blá... Mas dá pra fazer sim, por tanto...
- Tá bom, então em quanto tempo você me entrega?
- Veja bem: (pausa dolorosa, aqui eu quase dei linha no espaço sideral) tem uma fila enorme de instrumentos pra mexer ainda e blá, blá, blá... - No final só deixei a guitarra lá porque o cara tinha sido indicado pelo Saulinho, se ele falasse mais um “veja bem” daqueles não sei não... Fiquei imaginando depois ter que ligar pra saber se o serviço estava pronto e ouvir o cara falar: “Veja bem: (pausa) pode vir buscar”.

Outro que tem a mania de surdez sem ser surdo é um amigo meu que é candidato a vereador, Deus me livre ele na Câmara... se bem que... enfim, a gente vê cada coisa...
- E ahê cara, cumé que tá a campanha?
- Hãn? – Acho um saco quando ele responde com esse hãn, mas eu tava ali só jogando conversa fora mesmo:
- Tá fácil ou tá complicado aí pra se eleger irmão?
- A campanha tá boa, tá boa. Tá indo de vento em popa, meu nome tá na rua.
- Eu já falei pra rapaziada lá de casa toda votar pra você.
- Hein? – Ainda bem que era mentira. Mas insisti na coisa pra tentar me garantir.
- Nóis vamo tudo votá pra você!!!
- Que bom, que bom... Eu conto com vocês mesmo. Tamo junto!
- Depois quero só ver se tu vai me arrumar alguma coisinha lá na Câmara hein?
- Hãn?
- Porra bicho, cê tá ficando surdo? Vai limpá essas orelhas cara!
- Hein? – Que nem o gago, quanto mais o cara fica nervoso menos escuta.
- Nada não, dexeu imbora que tenho que pegar minhas criança lá na escola.
- Tá bom, tá bom... Quê qui cê achou da músiquinha da minha campanha?
- Bom, eu consegui escutar e você?
- Hein?
- Achei uma merda tá? Té mais.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

DEFINIÇÕES DO “SER” E DO “FAZER” CAPIXABA

Dias atrás tava assistindo ao ótimo programa 15 Minutos daquele cara chamado Marcelo Adnet e daí que ele apareceu com um email enviado por um nosso conterrâneo dando algumas definições muito fraquinhas do que é ser capixaba. Que capixaba fala pocar e tem gastura (?)
Ok, não bastasse isso tudo Marcelo e Quiabo pra arrematar ainda resolveram tocar uma música de Roberto Carlos pra homenagear nosso Estado...
... como diria o Zé Coisado, essa dor doeu mais forte.

Escrevi pro cara então sugerindo que tocassem alguma coisa da banda Dead Fish - afinal o Quiabo é todo tirado a metaleiro e, literalmente, mascarado – e passando as considerações que seguem, vejam se vocês concordam comigo:

O Capixaba é um Baiano sem Axé e uma espécie de Carioca que acha buzinar no trânsito uma tremenda falta de educação... E discreto como um Mineiro à beira mar.

Como a maioria dos Brasileiros, de maneira genérica, o Capixaba não sabe votar e é extremamente paciente com os políticos que escolhe.

Por falar nisso, quem disse que o Brasileiro não sabe votar foi o Rei Pelé...

... Tanto que Roberto Carlos até hoje é conhecido como “Rei” da música.

Se bem que não se escolhe Rei através de processo eleitoral... Escolhe?

E por falar nisso, alguém já avisou a Roberto Carlos que ele é capixaba?

E a moda agora é “pagar um pau” pra Sérgio Sampaio, que também é Cachoeirense.

O que é um pouco diferente de ser Capixaba.

O Cachoeirense está para o Estado do Espírito Santo como o sujeito Barrense está para a cidade de Vila Velha.

Falando em Barra do Jucu, não seria a Casaca um reco-reco “cabeça”? Daí que para intelectual é um pulo. O que no final das contas soa muito bicho grilo...

... E todo bicho grilo é um chato.

O fato da Casaca ter cabeça não quer dizer necessariamente que o Congo seja uma música intelectual? Aliás, segundo o filósofo Joãozinho Trinta, o intelectual gosta de lixo e povo gosta de luxo, portanto, o Congo não pode ser classificado como música popular.

O Capixaba gosta de aparecer na mídia. Tanto é que quando toma chifre, sobe na Terceira Ponte (uma espécie de Rio/Niterói local) e fica lá gritando que vai se jogar... Só se acalma quando chegam os bombeiros e a televisão...
Se fosse Goiano montava uma dupla sertaneja... E acaba que ia aparecer muito, mas muito mais.