É difícil falar de um filme sem estragar o prazer de quem ainda não viu e
confesso que tenho dificuldade de segurar essa onda, porque me encaixo num
pequeno grupo que não liga pra esse tipo de coisa. Quer dizer, eu ligo, mas não
vou deixar de ver um filme que tô a fim porque me contaram o final. Então se
você ainda não viu o recém-lançado Batman Versus Superman, vou logo avisando: esse
texto tem spoilers!
Como todo eterno fã maluco por gibis, quando apareceu o “Superman: O
Filme” eu dei a doida. Estudava de tarde e disse que não ia à escola porque
queria assistir à primeira sessão, naquela época nem sei se havia estreia de
filme. Foi um catupê dos diabos! Tomei uns cascudos, fiquei de castigo e me
acabei de berrar. A confa infernizou a soneca que mamãe costumava dar depois do
almoço. Lá pelas tantas arrumaram alguém para me levar “naquela porcaria”.
Depois disso não me emendei mais, toda vez que aparece alguma coisa sobre
o homem de aço eu fico logo de orelhas em pé. E eis que agora estreia o tão
esperado e marqueteado Batman Versus Superman. Então fui lá assistir, ora se não. Exclusive,
fiquei impressionado com a velocidade da modernidade, as lojas do Shopping já
exibiam um monte de produtos do filme: camisetas, bonecos, máscaras, siri
recheado e o cacete.
Quantos anos será que eu tinha, na época do velho Superman? Resolvi pesquisar
e um nome me veio à mente: Hans Donner! Joguei no Google impressionado com
minha memória de elefante, pois não é que me apareceu o marido da Globeleza? Sai
fora capeta! O nome certo do diretor do filme era Richard Donner! Morri de
sunga branca, mas descobri o ano do lançamento oficial da película: 1977. Só
não sei quando chegou aqui, mais precisamente no saudoso (pero no mucho) Cine Paz.
Lembro no final de 1976 quando o Cid Moreira chamou a reportagem do
Fantástico: “Um ano com dois setes: veja o que dizem os especialistas”... Ora,
pois, pois... Se hoje nem os meteorologistas acertam uma previsão, imagina
naquela época. Se bem que tinha o matemático Oswald de Souza... E também aquela
ridícula zebrinha da loteca (loteca?). Putz! Depois dizem que a televisão
piorou...
Senão vejamos: eu havia completado dez anos em 1975, então só faria doze
anos no finalzinho de 77. Era, portanto, quase um pré-aborrescente. Tá achando
que eu era veio pra dar piti por causa de super-herói? Fique sabendo que lá no
“Suvaco da Perua” bem que tinha um cara que de vez em quando saia correndo pela
Avenida Rio Branco vestido de Super-Homem com capa vermelha, siri recheado e o
cacete (bisei!).
Ah, sei lá, mil coisas... Não gostei muito desse filme novo não. É
escuro, o roteiro é confuso e me parece redundância dizer que o melhor é a
Mulher Maravilha. Aliás, a atriz se chama Gal Gadot, uma modelo judia,
israelense, sei-lá-das-quantas, mas o nome Gal é bacana, a Bahia é um barato. Na
contra mão, achei chato e caricato o Lex Luthor de Jesse Eisenberg, por sinal,
outro judeu... Já estava vendo a hora em que alguém ia circuncidar o bilau do
super-homem com kriptonita.
A impressão que o filme dá é aquela quando a gente tá com muita fome e
pede um sanduba-super-monstro (hoje chamam sanduba de lanche) daqueles que o Dionízio
fazia no trailer do Dionicão (essa semana circulou a triste notícia de seu
falecimento, aos 59 anos) e depois não consegue nem mastigar direito. O Bacon,
saca? Pra quê o bacon, cara? Então, acho que foi excesso desse tipo de coisa.
E olha que eu nem falei ainda do Batman Afleck, porque o mais esquisito foi
ver aquele cara do filme M-Buterfly (como é o nome dele?) no papel do Alfred!
Vou te contar... Os cegos já não podem ver! Enfim, por ser um fã de carteirinha
acho que acabei relevando algumas bolas fora do filme, mas com reservas Até
porque o Super-homem morre no final pra ressuscitar no ano que vem. Se é que
vão dar conta de lançar o próximo filme em um ano, duvi-dê-ô-dó.
Santa mancada, Batman! Contei o final!
Descanse em paz mestre-cuca Dionízio. Imagino o céu se enchendo do cheiro
juvenil de seus Brandenburgues, saciando a larica noturna dos eternos
adolescentes...
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