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terça-feira, 13 de abril de 2010

A LETRA ELEKTRÔNICA RECEBE ANTONIO CARLOS BRAGA


A Livraria Don Quixote na Praia do Canto era ponto de encontro de intelectuais e também daqueles que queriam dar uma de quê. Claro que isso rolava, deve rolar ainda até hoje, embora eu não faça a menor idéia de qual seja o lugar a se frequentar para dar uma de culto e sabe-tudo das coisas.


Freqüentei muito essa livraria que era de um cara chamado Antonio Carlos, um barbudão gente fina que ficava lá ouvindo música de concerto e jazz. Foi lá que comprei minhas edições “Urtext” das sonatas para piano de Mozart e do Cravo Bem Temperado de Bach. Nas grandes livrarias de Sampa ainda se encontram partituras para venda, por aqui desconheço qualquer uma que se aventure.


Falando nisso lembrei da tradicionalíssima Loja Calmon de instrumentos musicais, nos anos oitenta era um dos poucos lugares daqui onde os músicos podiam se abastecer de encordoamentos, paletas e outros breguétes musicais. Tinha um senhorzinho que trabalhava lá chamado “Seu Bira” – Anginha, onde ele anda? - que virou lenda porque tudo o que a gente pedia ele dizia que tinha:


- Seu Bira, vocês têm aqui aquelas cordas Fender para violão de aço?

- Temos sim.


- Opa, e quanto é? Eu vou querer levar...


- É, mas tem que vir de São Paulo... – Hehehehe. Virou bordão na época esse: “tem, mas tem que vir de São Paulo”. Acho que muita gente ainda o utiliza por aí em outras situações. Um carro zero mesmo, o tempo de espera é de quarenta e tantos dias... Foi na Calmon que fiquei sabendo o que estava acabando com o mercado de partituras: as malditas máquinas reprográficas! Nenhum estudante precisava mais comprar um livro inteiro de sonatas, era só “xerocar” a que ia estudar e pronto.


Mas a Livraria Don Quixote fez fama em uma época que deixou saudades e estou falando dela porque na próxima quinta-feira estarei recebendo o Antonio Carlos Braga na matéria de editoração da UFES, para falar sobre suas experiências no mercado livreiro capixaba. Se alguém mais quiser comparecer ao encontro será no EDII, sala 202 – CCJE. A partir das 18 horas. Não paga pra entrar, nem reza pra sair, mas se bobear leva quarenta e cinco dias pra vir de São Paulo...

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá Juca!

Seu e-mail lembrou-me uma conversa que tivemos há alguns dias sobre a inexistência de "lugares e pessoas para conversas cultas" em Vitória. Talvez até não temos lugares específicos para issso, mas certamente temos muitas pessoas com uma bagagem cultural muito boa em Vitória. E incluo vc nesse rol.

Sucesso em seu encontro.

Um abraço, Maurina

Anônimo disse...

Outra famosa frase, bem parecida com essa, era:



- Seu Bira, tem corda 0.10 pra guitarra?

- Olha , meu filho...te, tem. Mas tá em falta!

Marcos Barry

Carla Cristina Teixeira Santos disse...

Oi, Juca
Puxa, que legal saber notícias do Antônio Carlos, uma das pessoas mais simpáticas que já conheci. A Don Quixote deixou saudades de fato e abriu uma lacuna difícil de ser preenchida já há muito. Lembro-me dela desde o antigo (acredito que o primeiro) endereço, onde ficava algumas tardes conhecendo quadrinhos maravilhosos.

Muito bom lembrar isso tudo.:-)

Jeferson Cardoso disse...

Olá Juca! Hoje é sexta-feira, uma correria. Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.

Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha uma ótima semana. Abraço do Jefhcardoso!

Robinson Crusoé disse...

Juca, externo aqui minha profunda gratidão pelo convite. Foi uma bela noite e espero que o pessoal tenha apreciado.
Senti-me tão bem que voltei a escrever em meu blog, que andava abandonado. Aí está: http://crusoerobinson.blogspot.com/

Carla, obrigado pelas suas gentis palavras!

Unknown disse...

melhor que o antonio, so as funcionarias dele!!!!! bons tempos de don quixote!!!