Enquanto isso estamos nós por aqui a ver navios, elaborando textos e cuidadosamente os embutindo em pequenas garrafas que naquela língua, hoje cada vez menos estranha, convencionaram chamar de blog. Depois lançamos nossas impressões, pequenos traços do que acreditamos ser e eles saem flutuando mansamente pelos mares cibernéticos.
Dizem que com toda essa tecnologia de hoje o planeta Terra ficou pequeno, a Via Láctea numa “casaca” de noz. Enquanto a navegação pela Internet é vasta, incomensurável, dela “nem dez ladrão dá conta”. O universo ao alcance dos dedos: nada é mais falso, nada é mais verdadeiro.
De vez em quando alguns navegantes encontram aquelas mensagens lançadas, marujos de naus à deriva, passageiros que temporariamente fazem baldeação na estação dos sonhos. Alguns lêem, poucos comentam alguma coisa e todos seguimos nosso rumo certo, ora incerto....
Eu sei que moro em uma ilha, mas não é só por isso que por alguns momentos - longos e semibreves - me sinto ilhado, megabytes por segundo, gigabytes ululantes. Muito mais do que ser estacionário de uma situação, me sinto a beira desse gigantesco oceano...
... E suspeito que ele mesmo: não existe.
Somos o que somos, mas tem gente que diz que não somos o que pensamos ser, que sempre nos enganamos e construímos uma realidade falcatrua à nossa volta. Porém, quando uma pessoa morre, dependendo das circunstâncias, é comum ouvir dizer: “essa pessoa procurou o fim que teve”.
Foi e não foi assim. É e não é. E se é, não deveria ser. Não desse jeito, não dessa maneira.
Onde foi que ouvi aquela expressão: “no mundo matam pela paz”? Que é uma variante da de Rita Lee: “pra pedir silêncio eu berro”. Eu não sei. São os paradoxos. Eu admito que não sei. Não sei nem o que perguntar e isso talvez seja até mais difícil do que encontrar respostas. Cartola dizia: o mundo é um moinho. E por isso Don Quixote sentou-lhe a lança! Não naquele que disse, mas no que pensava ser...
O mundo, a realidade, esmaga e tritura os sonhos; para outros é puro labirinto.
Procuramos o fim que teremos, mas, segundo dizem, os meios é que são mais importantes. Então, confesso que não entendo mais nada. Quero formular o meu momento “só sei que nada sei”, mesmo com o Google, apesar da Internet... E de nossa melancólica filosofia para uma tarde chuvosa.
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