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domingo, 5 de fevereiro de 2012

E SE NÃO FORMOS MELHORES QUE O BIG BROTHER?

A fachada era como nós: vistosa referência inserida numa paisagem qualquer. A partir dela se imagina coisas, lá dentro certa verdade permanece ignorada para algumas pessoas. Porque não se pode enganar a todo mundo o tempo todo sempre.

Os líderes sabem disso, erigem fachadas bonitas e restringem o acesso ao interior do edifício para que todos permaneçam criando opiniões positivas, pensem apenas coisas boas e nunca sequer suspeitem do que realmente se faz lá dentro.

As pessoas também criam fachadas para suas vidas, para o que imaginam ser importante que as outras pensem a seu respeito: honestidade, confiança, inteligência, intuição, respeito, sinceridade e tome-lhe adjetivos; a maioria auto-impostos.

Muitos relacionamentos dão errado por causa de suas fachadas enganosas: parcerias, casamentos, sociedades. Não resistem à descoberta de que por detrás dos muros não havia nada; e o pior é quando descobrem que havia de um tudo!

Custa caro manter uma fachada. Todo mundo paga um preço para ser o que quer parecer ser. Especialmente os que pensam serem bons e até alardeiam o fato. A maioria cria regras de conduta um pouco diferentes das outras e quando as seguem acham estar fazendo o certo, mesmo quando prejudicam, lesam e ferem.

O processo de criação de fachadas – e posterior demolição - é muito evidente no tão criticado programa Big Brother e talvez essa seja uma das razões para sua intensa rejeição por um determinado grupo de pessoas. Tacham o programa de idiota quando quase tudo na televisão o é. Apelativo? Idem. E por aí vai.

O que realmente incomoda no Big Brother? O fato de não criar nada de novo ou culturalmente relevante? Quantos programas da TV aberta possuem essas qualidades? O Campeonato Brasileiro de Futebol? As novelas? O Pânico na TV? O Balanço Geral? O Zorra Total? O Super Pop?

Quando caem os muros descobrimos que por detrás de músculos havia fragilidade, da astúcia havia ingenuidade ou esperteza e na aparente inteligência não havia moral. Então tudo acaba, como tem sempre que acabar. Somos mais fingidores que poetas, por detrás de nossas verdades ululam milhares de mentirinhas que gostamos de crer e inocentemente espalhar.

Atrás da fachada está a realidade de que não somos melhores do que ninguém: e isso muita gente não dá conta de realizar e talvez por isso adorem odiar: por que as vezes é só o que resta a fazer.

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