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quarta-feira, 18 de julho de 2012

OMISSÃO DO ESTADO EM AÇÃO


Quando eu trabalhei na prefeitura de Vila Velha havia por lá um debate muito grande com relação à criação de uma guarda municipal ou não para o município, uma das principais razões de ponderações e reticências eram as enormes confusões que estavam acontecendo em Vitória entre cidadãos comuns e os guardas que na época sequer portavam armas. Houve um caso que parou o centro da cidade por conta de uma retreta envolvendo uma placa de sinalização. Era desgaste em cima de desgaste.

No final do ano passado (2011) fui à Igreja Santa Rita na Praia do Canto para devolver um equipamento que pegara emprestado com o pessoal do SECRI e sem conseguir vaga estacionei na parada do ônibus. Fui correndo e voltei voando. Pois não é que, passado um minuto no máximo, já havia uma viatura da Guarda Municipal pronta a me canetar? Cheguei sorridente e esbaforido, pedindo desculpas e dizendo solícito que já estava retirando o carro. De dentro da viatura um rapaz de boné e óculos escuro trovejou enfezado:

- Aí é proibido parar senhor, trate de retirar o seu carro! – Eu quase voltei pra perguntar se ele falava assim com a bandidagem solta pela rua também, mas achei melhor entrar no carro e ir embora. Fiquei só me perguntando indignado da razão de um servidor público tratar um cidadão de bem – pelo menos eu assim me considero – com tanta grosseria gratuita e desnecessária.

Infelizmente, histórias deste tipo todo mundo tem para contar, meu amigo Luiz Giordano Bianchi Lopes mesmo acaba de me enviar a sua. Mais conhecido como Dodas ou Dodão, Giordano é um músico conhecido no Espírito Santo e possuiu um estúdio de gravações encravado no Parque da Gruta da Onça, no centro de Vitória. A casa onde fica seu lugar de trabalho está bem distante da rua e dá acesso – e enfarte também – por uma grande escadaria que leva lá para cima do Forte São João. O pedaço é bacana, mas não é moleza não. Tanto que tem lá na entrada uma guarita com guardas contratados pela Prefeitura para dar segurança aos moradores do entorno, o que nem sempre acontece como vemos a seguir no relato de Dodas que foi enviado para a ouvidoria da prefeitura e para a administradora do parque da gruta da onça:

“Ontem, dia 19 de junho de 2012, por volta de 12:20 horas da manhã, o vigilante da empresa CJF que trabalha na guarita  da entrada do parque, tentou impedir meu amigo de entrar com o carro na rua que da acesso ao meu local de trabalho. Expliquei que precisava carregar o carro com vários equipamentos e ele, mesmo não sendo sua função, teimou em nos impedir. Mandei meu amigo entrar com o carro mesmo assim. Depois de ser ofendido, ainda ouvi ameaças de morte, tendo como testemunha meu amigo Andre. Comuniquei o fato à empresa CJF que me orientou procurar a administração do parque. Por isso estou lhes enviando este e-mail. Falei com meu primo que trabalha na Polícia Civil e fui orientado, por precaução, a pegar o nome deste vigilante para que fosse levantada a ficha do mesmo. Não quero que ele seja demitido, pois todos tem o direito de errar, mas gostaria que ele fosse transferido e que tomassem as devidas providências, pois temo pela minha vida e de meus familiares.”

Resumindo a ópera, como diria meu amigo Marcelo sei-lá-das-quantas, passado já um mês deste lamentável episódio, o tal “segurança” continua trabalhando na mesma guarita, fazendo das suas ameaças objetivas e subjetivas, e a administração do parque sequer deu retorno ou alguma justificativa ao nosso amigo que é cidadão de bem, paga seus impostos e acaba tendo a vida desnecessariamente posta em risco por pura ingerência e irresponsabilidade do poder público. Amigos queridos e isso tudo num ano de eleição hein? Imagina se fora em galho seco. Parece que o PT não quer mesmo eleger sua candidata...

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