Vi que o filme TED está
entrando em cartaz e resolvi dizer de qual é para a galera, porque sei que
muitas garotas podem pensar que é um filme “de menininha” com o Mark Wahlberg
ou os caras podem pensar que é uma comédia “porra louca”, com muita droga e
situações engraçadas; isso para quem acha engraçado ver um bando de marmanjos
doidões aprontando. Pois a “película” (na era digital?) tem isso tudo e tem
ainda um ursinho de pelúcia hedonista babaca que nem um filhinho de papai. Sim,
é estranho e a piada nem sempre funciona ao longo do filme...
Fora o bizarro da
situação - nada contra, afinal a gente vê tanta bizarrice mesmo - o problema
são as referências ao passado, especialmente uma linha meio rock dos anos
oitenta que, quem não curtiu - seguramente a maioria no Brasil - vai ficar
boiando. Por exemplo: os caras eram fãs do filme Flash Gordon (1980) que - fora
a não tão inspirada trilha sonora da banda Queen - é uma das maiores porcarias
já produzidas no cinema em todos os tempos e olha que essa é uma briga feia,
ainda mais se colocarmos as produções do Casseta e Planeta no páreo.
O filme do Flash, uma
tremenda aventura de ficção científica, sofreu muito com a falta de efeitos
especiais da época, o resultado é altamente risível agravado pelos tresloucados
figurinos. Os personagens e suas tribos se sucedem como alas de escola de
samba, homens alados, um imperador do planeta Mongo que parece o Fu Manchú,
enfim, um samba do crioulo doido completo com direito a Undenberg com soda ou
na caninha, ah! E aquelas mulatas que não estão no mapa.
A rapaziada da ala dos Urubús de Ouro se preparando para o desfile |
Talvez vão gostar do
TED aqueles que têm mais de quarenta anos e tiveram acesso a cinema e televisão
no início dos anos oitenta (acredite, nem todos tiveram, o Bussunda, por
exemplo, e isso explica muita coisa), ou os que cultuam aquela época, porque o
resto do filme é meio jeca, fora algumas piadas muito pesadas e escatológicas
que, para quem gosta, são realmente engraçadas. Os diálogos de sinceridade absurda
do ursinho com seu patrão são surpreendentes e hilariantes, mas esses momentos
são escassos. Tô pra te dizer que eu até gostei do filme, mas periga a maioria
“ficar boiando”... Então vou continuar falando do Flash Gordon de 1980...
Samba do crioulo doido na avenida, esse produção deve ter contado com acessoria de algum carnavalesco da MUG.... |
Lembro bem quando o
filme entrou em cartaz, primeiro porque eu era fãzão dos desenhos do Alex
Raymond, foi uma das primeiras coisas que li e até hoje guardo três edições
daquelas grandonas da Ebal. Segundo porque estudava no colégio Martim Lutero e
uma menina me convidou para ir ver, disse até que a trilha sonora era “daquela
banda Quéin”. Estranhei o nome, nunca tinha ouvido falar e, sei lá se, para me
convencer a ir com ela ao cinema disse que era a mesma da propaganda de
televisão: Bicicle! Bicicle! Essa eu conhecia, a banda veio depois, a pronúncia
correta do nome, as festinhas do Greatest Hits e outras tantas histórias...
Sente o sonoro bigodão do mister Freddie Mercury. As minas pira! Ou "os cara", afinal, não é a toa que o nome da banda era Queen... |
Bom domingo galera!
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