Não basta ser bem intencionado: ser e
tornar-se um pianista é um trabalho solitário, que deve ser trilhado sozinho.
Só você mesmo poderá medir com sinceridade se tem talento e o quanto ficaria
infeliz se não praticasse sua arte; (...) Muitas carreiras fracassam. A minha
própria tem tido altos e baixos, então, se o destino não leva você para o
palco, você pode fazer outras coisas – lecionar, por exemplo. (...) E a
profissão não permite recuos. Na verdade, essa profissão precisa de todo bom
professor e intérprete, porque as melhores cabeças foram para o mundo do
dinheiro.
João Carlos Martins
Hoje é o dia da
música, mais ou menos exatamente (um oximoro) quando o sol entra na casa de
sagitário. Dia que é dedicado à Santa Cecília, uma mocinha de nome adorável e
que pouca gente fala ou sabe da história, comparado, por exemplo, com São Jorge
da Capadócia. Santa Cecília é nome de bairro aqui em Vitória e também nomeou um
cinema que ficava num prédio bonito e antigo ali na esquina do Parque Moscoso,
local posteriormente mal afamado e dedicado à exibição de películas retratando
casais em atividade não muito apropriada segundo a moral da época.
Conta-se que a Santa,
aquela que foi escolhida como a padroeira dos músicos, quando de seu martírio,
cantou a Deus. Segundo a Wikipédia “não se tem muitas informações sobre a sua
vida. É provável que tenha sido executada entre 176 e 180, sob o império de
Marco Aurélio.” Consta que Cecília era filha de um senador romano que a obrigou
a casar com um rapaz chamado Valeriano. Cristã fervorosa – o que na época era
proibido pelo império – a moça converteu o marido e, resumindo muito o drama,
os dois foram condenados à morte e decapitados por se negarem a deixar a
religião.
Ponto bastante
interessante para fazermos um paralelo.
É comum ouvir relatos
de jovens músicos profissionais sobre o quanto seus pais tentaram fazê-los estudar
outra coisa e isso nos leva a pergunta: quantos bons músicos não poderiam se
dedicar à arte e “casaram obrigado” com uma profissão “normal” para satisfazer
a família? Quantas pessoas não foram e são condenados a mortes simbólicas por
não poderem exercer plenamente sua capacidade cultural? A vida dos músicos
envolve escolhas difíceis que, curiosamente, se harmonizam na tocante história
de fidelidade da menina Cecília e o seu amor pela fé cristã.
Ser músico não é um
trabalho ou um emprego qualquer, é mesmo um sacerdócio. O fato de alguns
posarem de astros e debutarem doidarássos para deleite da mídia em nada
empalidece a seriedade dessa vocação. O dia em que se comemora a música é
talvez o momento mais propício para refletirmos sobre a fidelidade e o amor. A
música é uma pátria à qual se deve ter verdadeira honra em servir, não só pela
escolha, mas porque, quem o faz, é porque por ela TAMBÉM FOI ESCOLHIDO...
VIVA A MÚSICA!
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