Há exatamente um ano atrás, no palco do Teacher’s Pub estava sendo lançado O Livro do Pó. O dia internacional do Rock foi escolhido para trazer a criança ao mundo por razões óbvias, o livro é escrito numa linguagem pop’n’roll enquanto romanceia coisas que aconteceram num passado capixabesco cada vez mais e mais distante.
Eu já disse que não, mas foi difícil publicar o livro sim. Passamos juntos por várias fases, um processo que deve ter levado, sei lá, uns dez anos. Quando comecei a escrever, talvez apenas para organizar as lembranças, perdi boa parte do que já fizera, não me lembro mais se foi tudo, acho que foi. O Word da época as vezes simplesmente apagava o que havia sido feito, outras vezes o próprio cansaço me fez fechar o texto sem o salvar.
Cada revés desanimava, daí eu me dedicava a outras coisas, afinal eu não era escritor e o próprio mundo se encarregava de me fazer esquecer do Livro. Sei lá porque, um dia resolvi pegar o touro pelo chifre e escrever até o fim aquela história que tinha atolado lá pela quarta faixa durante alguns anos. O curioso é que daí a coisa andou bem mais rápido, em poucos meses escrevi mais que o dobro do que até então.
Depois de pronta a primeira versão circulou entre alguns amigos mais chegados, Marcos Rivero, Grilo Falante, Bolinhas e me animou a tentar publicar. Veio aí outra fase: a de transformar aquela idéia em um projeto. Levou tempo também, aquele livro que eu achava “do caralho” foi rejeitado varias vezes em concursos e Leis de incentivo, até que passou na Lei Rubem Braga depois de uns três anos de tentativas frustradas.
Olhando agora em retrospectiva, a melhor coisa que aconteceu com o Livro do Pó foi aquela rejeição inicial, foi uma coisa que aguçou meu senso crítico, me obrigou a enxugar e repensar a história várias vezes, no final todo mundo saiu ganhando. Infelizmente ou não, a maioria dos novos projetos é assim: precisa dessa fase de maturação até chegar a desaguar na sociedade.
Disse que publicar era fácil, porque algum autor por aí já disse: “difícil mesmo é fazer com que as pessoas leiam”. Mas por incrível que pareça, teve gente que o fez. Tive retornos muito bons com O Livro do Pó, me reaproximou de algumas pessoas, me fez conhecer outras e ampliou a mítica sobre os anos oitenta, especialmente para os mais jovens.
Agora esse meu filho rebelde segue por aí como uma carta aberta às futuras gerações e hoje já comemora um ano de doido que passou veloz que nem aquele Monza vermelho que eu tinha na época...
Um comentário:
Feliz aniversário...Sempre te acompanho...Vc deveria,ter um link do blog sempre nas crônicas,para compartilharmos pelo facebook...Abração,coroné...
Reginaldo Secundo
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