Minha avó sempre
dizia, que nem um velho empreiteiro da ilha de Vitória, por sinal, muito conhecido,
ainda que informalmente, como “mafioso”:
“Na política o bom não é ser Rei. O
bom é ser Amigo do Rei”.
É sempre melhor ser
amigo daquele que reina e prosseguir manipulando os invisíveis fios, longe da
responsabilidade dos que gerenciam orçamento e cofres de um Município, Estado
ou Nação. Isso mostra que esses são bem mais espertos que os Inimigos do Estado,
muitas vezes até se valem destes últimos em suas jogadas. Depois, quando o teto
desaba, para eles tudo continua como d’antes... Vai guardando.
Comentei no Facebook
que é curiosa a maneira “impessoal” da mídia tratar a “concessionária” Rodosol.
O Governo tem um líder facilmente apontado por todos, mas outras instâncias são
“cabeça de bacalhau”. Não é por acaso que as reivindicações populares acabaram
se concentrando no alto valor do preço do pedágio e depois em sua própria
existência, ele é cobrado desde a inauguração da ponte em julho ou agosto de
1989. Muita gente pensa e repetiu em altos brados a frase:
“Essa ponte já está paga a muito
tempo!”
Da mesma maneira é
curioso o gosto que o capixaba tem por ver aquela ponte parada, virou mexeu e
alguém resolve ir lá pra escapar da vida, desiste (ou não) e instaura um
protesto pessoal, geralmente por crise de relacionamento, se fosse em Goiás ou no
Mato Grosso montava uma dupla caipira. Também não é por acaso que até agora
ninguém da referida RouboSol (Ops!) se deu ao trabalho de vir a público
defender seu patrimônio, qualquer “Amigo do Rei” sabe que não é assim que as
coisas vão se resolver...
Em tempos oitocentistas
os integrantes da força vigilante interplanetária conhecida como “The Maus
Elemento” (sic’s), voltavam doidarassos da casa do Barriga em Vila Velha e ao
passar pelo pedágio da ponte estranharam o valor. Berry, que imitava direitinho
a voz de Alf o Eteimoso, falou espantado para a mocinha na cabine:
- Tlêzens ê tlinta? - Era
o preço da viagem em Cruzados Novos, mais o peso do bagulho, descontado
evidentemente o combustível e outras despesas.
Naquela época nasciam
os jovens que hoje “vão para a rua” protestar e, como aqueles outros, tentam se
livrar inutilmente dos gritos de João Podre: No Future! Querem ter futuro sim
e, sem dúvida, a onda de protestos foi a melhor maneira de demonstrar. O perigo
que ronda, sempre e novamente, é dos tais “Amigos do Rei”. Essa turma é gulosa,
rapaz. Teve um que escondeu tanto dinheiro de corrupção no rebaixamento de
gesso do apartamento que um belo dia tudo simplesmente desabou no chão da sala.
Desse jeito mesmo: a empregada varria o chão e, não-mais-que-de-repente:
Bruuuummm! Gesso e pacotes de grana caíram pra tudo quanto era lado! - É o tipo
de história dos “poderosos”, contada geralmente no infinitivo, dificilmente
veremos uma nota assim publicada pela mídia tirada a engraçadinha e antenada...
O que faz você pensar que hoje as
coisas são assim tão diferentes?
Um comentário:
Opa, Carlos Augusto vou comentar lá, obrigado pela visita e pelos comentários.
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