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domingo, 7 de julho de 2013

DE CABEÇA DE BAGRE A CABEÇA DE BACALHAU



Minha avó sempre dizia, que nem um velho empreiteiro da ilha de Vitória, por sinal, muito conhecido, ainda que informalmente, como “mafioso”:

“Na política o bom não é ser Rei. O bom é ser Amigo do Rei”.

É sempre melhor ser amigo daquele que reina e prosseguir manipulando os invisíveis fios, longe da responsabilidade dos que gerenciam orçamento e cofres de um Município, Estado ou Nação. Isso mostra que esses são bem mais espertos que os Inimigos do Estado, muitas vezes até se valem destes últimos em suas jogadas. Depois, quando o teto desaba, para eles tudo continua como d’antes... Vai guardando.

Comentei no Facebook que é curiosa a maneira “impessoal” da mídia tratar a “concessionária” Rodosol. O Governo tem um líder facilmente apontado por todos, mas outras instâncias são “cabeça de bacalhau”. Não é por acaso que as reivindicações populares acabaram se concentrando no alto valor do preço do pedágio e depois em sua própria existência, ele é cobrado desde a inauguração da ponte em julho ou agosto de 1989. Muita gente pensa e repetiu em altos brados a frase:

“Essa ponte já está paga a muito tempo!”

Da mesma maneira é curioso o gosto que o capixaba tem por ver aquela ponte parada, virou mexeu e alguém resolve ir lá pra escapar da vida, desiste (ou não) e instaura um protesto pessoal, geralmente por crise de relacionamento, se fosse em Goiás ou no Mato Grosso montava uma dupla caipira. Também não é por acaso que até agora ninguém da referida RouboSol (Ops!) se deu ao trabalho de vir a público defender seu patrimônio, qualquer “Amigo do Rei” sabe que não é assim que as coisas vão se resolver...

Em tempos oitocentistas os integrantes da força vigilante interplanetária conhecida como “The Maus Elemento” (sic’s), voltavam doidarassos da casa do Barriga em Vila Velha e ao passar pelo pedágio da ponte estranharam o valor. Berry, que imitava direitinho a voz de Alf o Eteimoso, falou espantado para a mocinha na cabine:

- Tlêzens ê tlinta? - Era o preço da viagem em Cruzados Novos, mais o peso do bagulho, descontado evidentemente o combustível e outras despesas.

Naquela época nasciam os jovens que hoje “vão para a rua” protestar e, como aqueles outros, tentam se livrar inutilmente dos gritos de João Podre: No Future! Querem ter futuro sim e, sem dúvida, a onda de protestos foi a melhor maneira de demonstrar. O perigo que ronda, sempre e novamente, é dos tais “Amigos do Rei”. Essa turma é gulosa, rapaz. Teve um que escondeu tanto dinheiro de corrupção no rebaixamento de gesso do apartamento que um belo dia tudo simplesmente desabou no chão da sala. Desse jeito mesmo: a empregada varria o chão e, não-mais-que-de-repente: Bruuuummm! Gesso e pacotes de grana caíram pra tudo quanto era lado! - É o tipo de história dos “poderosos”, contada geralmente no infinitivo, dificilmente veremos uma nota assim publicada pela mídia tirada a engraçadinha e antenada...

O que faz você pensar que hoje as coisas são assim tão diferentes?

Um comentário:

Juca disse...

Opa, Carlos Augusto vou comentar lá, obrigado pela visita e pelos comentários.