TEMPO DISTANTE: Um amigo me fala que está de saco cheio, que fulano fuma demais e que a fumaça incomoda... Depois vira a metralhadora pro meu lado e pergunta quais são os meus vícios.
Na época era apenas o café.
Café? Eu sou viciado em mulher!
Afirmação redundante. Mulher pra mim é religião. No jogo, se alguém pergunta é porque tá na vez de jogar.
TEMPO PRESENTE: Tive que ir ao dentista.
Então doutor não tem como obturar?
Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Você pensa que é pleonasmo? Acho que é mesmo. É como falar um “samba brasileiro” e tem tanta gente que fala. Lembrei disso porque a seleção de Maradona perdeu de seis a um e o que me deixou mais impressionado foi a felicidade do repórter da Globo - um careca que agora comenta esportes - sorrindo e fazendo piada com a desgraça dos hermanos. Que fair game o caralho!
ONTEM: o phi é um número que explica as proporcionalidades das coisas, na própria natureza e na arquitetura, por exemplo. As pirâmides, o furacão e o caramujo Nautilus. Tem muita gente - as mais chatas e insistentes - que pensam que tudo pode ser explicado com números. No alfabeto hebraico a palavra “pai” tem as letras A e B, sendo que os valores correspondentes são 1 e 2...
A música escrita pode mesmo ser explicada em números, basta contar o tempo a partir dos valores das notas e dos compassos. Mas a música tocada não... Essa tem um quê de irrealidade e improbabilidade que mais parece uma gloriosa aparição de outro mundo quando comparada à música dos sequencers e as demais bugigangas eletrônicas. E Martha Argerich toca hein? Você não sabia que ela é argentina? Pois eu não troco ela nem por duzentos e dezesseis Maradonas...
A fim de encerrar reafirmo as minhas proposições em sua ordem de importância: CAFÉ! MÚSICA!! RELIGIÃO!!!
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