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domingo, 13 de setembro de 2009

NOVELA DIZ QUE O BRASIL É O PAÍS DAS PSICOGATAS!

Comparo o Brasil com uma criança perdulária,

Que vive na miséria mas tem a mãe que é milionária


Noel Rosa


Não sou noveleiro, mas também não faço parte dessa turma esnobe que tacha a televisão de fábrica de antas ou qualquer outra coisa intelectualóide do gênero. Se não estou fazendo nada assisto novela numa boa e muitas vezes me divirto horrores. Aliás, como poderia dar opinião sem assistir? São ossos do ofício Mané. Além do mais, é muito prazeiroso criticar essa que é a principal porta para entrada de mensagens subliminares do país, e que por essas e outras tantos brasileiros amam! Me sinto um Galvão Bueno narrando vitória do Brasil sobre a Argentina, eu me “acontento” mesmo, tá ligado?


Daí que vai que eu não fui e finalmente chegamos ao fim do Caminho das Índias. Vi só uns pedaços do último capítulo e ainda assim na volta do buteco do Danilo, pela nova legislação eu não poderia nem estar dirigindo, quanto mais tentando entender alguma coisa daquelas mal traçadas linhas, mas bota mal traçadas nisso. Aliás, se a gente parar pra pensar bem a própria novela tem “Globo tudo a ver” com a música que fez mais sucesso em sua trilha sonora:


Você não vale nada mas eu gosto de falar mal de você, tudo que eu queria era saber por quê!


Cara, o que era aquele bigode do dito Gopal? (escorrega no tapete e cai de boca no meu umbigo, aproveita e dá uma geral aí na flufa) Como é o nome daquele ator mesmo? André alguma coisa, né? Marques não é, esse é aquele gordinho enjoado com cara de quem foi criado à base de Toddynho e que apresenta o Vídeo Show. Enfim, nem sei, que diferença faz? Nem nos tempos de Sarney e Belchior um bigode tão sonoro desfilou pelas telinhas patropis... Tic!


Bom, também, não vou ficar escrevendo, escrevendo, porque isso não é assunto suficiente para um post inteiro, um meio post no máximo, mas o que rola é que tem uma parada que eu cismei. A psicopata da trama - por sinal, a ainda abiscoitável Letícia Sabatela - escapou linda da cadeia, fugiu impune para a liberdade, perereca ao vento, aranha fora da gaiola. Fiquei matutando sobre a verdadeira mensagem que a autora da trama quis dar ao país concedendo esse final feliz para pessoa tão nefasta e psicogática. Será que ela quis dizer algo como: Vocês estão vendo só? É isso o que os criminosos ganham no Brasil: Liberdade!


Posso estar errado – e comumente estou – mas acho que o fato de Guilherme de Pádua - após ter perpetrado aquele crime bárbaro contra a filha da autora - estar solto hoje, levando a vida normalmente como qualquer um, confere essa sensação de injustiça ao nosso sistema penal como um todo, e essa sensação se explicitou no final feliz da apetecível vilã. Para a autora ser literal – mostrar as falhas de nossa (in-)justiça - teria que dar outras voltas na história que a trama não comportaria, então, deu-se um jeito de libertar Yvone para pelo menos demonstrar que o psicopata não se aperta e que para esses doentes - com quem todos convivemos - o crime vai sempre compensar.


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