Depois que fiz o texto sobre o documentário Os Pomeranos - postei em dois blogs, fiz uma chamada no Facebook, no Twitter e enviei por email para mais de mil e duzentos contatos - fui abordado por um sujeito irado (não no sentido de “muito legal” hoje usado pelos jovens) o cara estava indignado...
- Meu amigo como é que você publica um texto preconceituoso desses no seu blog? Sabia que você é muito lido? Tem que ter responsabilidade com o que escreve!
- Errr... – Fiquei sem ação, né? Por essa eu não esperava. - Não tive intenção de ofender ninguém amigo, muito menos os Pomeranos, povo que eu admiro.
- Quê pomeranos o quê? Eu to falando é do preconceito com os negros, aquela coisa de cabelo pixaim que você colocou lá!
- Ah tá... Pô, você quase me assustou. Aquilo é uma citação, você não viu as aspas?
- Citação o quê rapaz? Chamou de negro, de lábios grossos, só faltou falar que o cara era mascote do Framengo!
- O que eu quero dizer é que não fui eu que escrevi e, além do mais, o texto foi escrito em outra época. Reclama com a Gazeta, eles até ganharam um prêmio nacional...
- É o quê?
- Olha cara – Agora de saco cheio e a fim de dispensar o chato - não faço idéia de quem você seja, nem tenho culpa se você é analfabeto funcional.
- Você tá me chamando de analfabeto? – Indignado, muito indignado! Dava pra ver os miolos do cara fritando do outro lado da linha...
- Claro que não, mas evidentemente você não consegue interpretar o que lê. É curioso, antigamente você seria apenas classificado como burro, mas hoje, com essa coisa de politicamente correto, o mais adequado é analfabeto funcional mesmo...
- Você tá me chamando de burro, seu merdinha? Eu vou partir sua cara!
- Evidentemente, o argumento dos ignorantes é sempre esse o de partir pra porrada.
O misterioso heterônimo desligou furioso na mesma balada em que eu liguei o dane-se, pra não dizer outra coisa. Fiquei pensando como os tempos mudam e aquele jeitão preconceituoso “normal” de outras épocas hoje é tão mal visto. É um problema quando abrimos mão do humor negro (e isso é também preconceito). Ficamos menos bobocas, mas também bem menos gostosos, não é verdade? Bom domingo a todos...
Um comentário:
Prezado Juca
Eu acrescentaria esse deliciosos texto ao inicial, como uma Parte II.
Abs
Jorn. José Maria Souza
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