Depois do capixaba
amargar um calor tão intenso e prolongado que muita gente nem lembrava mais
qual seria a sensação de sentir frio; depois de vermos nossa conta de energia
elétrica triplicar para evitar o cozimento durante as noites escaldantes desde
novembro do ano passado; quando chega a tão anunciada “Frente Fria” - que de
frio muito pouco teve até agora - desaba uma tromba d’água tão violenta que
parecia pirraça de algum funcionário de alto escalão. Agora vocês vão ver só...
O povo pode até pensar
resignado que já se tornou comum esse infortúnio para milhares de pessoas na
Grande Vitória e em vários outros lugares do país. Afinal, enquanto essas
tragédias se tornam corriqueiras - chove = alaga, mas antes eram raras – muita gente
no Facebook aproveita para dar lição de moral dizendo que é isso o que ganhamos
quando jogamos o lixo nas canaletas e que nossa falta de preocupação ambiental
e senso de cidadania é que põem tudo a perder.
Outros mais poéticos e
bossanovísticos lembram que “são as águas de março fechando o verão”. Promessa
de vida só em nossos corações mesmo...
Agora como é que pode, me dê licença de perguntar, com tanto estabelecimento falcatrua que vende carne, inclusive, de cavalo,
ou outros lugares que poderiam muito bem tomar um sacode do destino, por que cargas
d’água – aliás, literalmente - a dona “natureza”, ironicamente, “vem com tudo
em cima” e varre do mapa um dos poucos restaurantes naturais da cidade?
Certa estava Maria
Nilce quando dizia que esta ilha é muito doida...
Para quem não sabe,
ontem (19 de março), um deslizamento de pedras e terra varreu do mapa o restaurante
vegetariano Sol da Terra, que funcionava na região conhecida como Gruta da
Onça, um dos pontos turísticos mais visitados de Vitória. Felizmente o
proprietário, o médico naturista Marco Ortiz, e seus filhos conseguiram escapar
à tragédia e se recuperam do baque prometendo retornar com um restaurante ainda
melhor. Amém!
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