Páginas

domingo, 27 de setembro de 2009

FILME "UP ALTAS AVENTURAS" É IMPERDÍVEL!

Outro dia escrevi sobre a estagnação da criatividade e essa época careta e repressora em que vivemos, tinha lido algumas afirmações nesse sentido - especialmente de Gerald Thomas – e tentei racionalizar, talvez também incomodado por essa sensação de que não há nada de novo no front. Mas na quinta passada a Disney Pixar me pegou no contrapé, ou melhor, o filme “Up Altas Aventuras” mostrou que um novo mundo já chegou e que a arte cinematográfica da era digital, aliada à computação gráfica, conseguiram finalmente nos trazer alguma novidade.


Já de posse daqueles óculos de Clark Kent as imagens começaram a saltar da tela nas clássicas vinhetas do velho Disney, aquele castelinho que dizem ter sido baseado no de Ludwig o Rei “bicha louca” da Baviera dos tempos de Wagner.


Ainda nos trailers exibiram um curta chamado “Partly Cloudy”, simplesmente delicioso; mais engraçado até que o próprio longa que viria em seguida, e também utilizando a deslumbrante gama de recursos visuais da era 3D. Não tenho medo de afirmar sem exageros: amigos, só esse curta já vale o ingresso. É uma historinha de cegonhas e nuvens que fabricam bebês - que muitas gatinhas de cabelo azul considerariam “fofo”, - de deixar qualquer um deslumbrado com o resultado; tanto do roteiro, quanto dos efeitos visuais.


O prato principal da noite é a primeira investida da Disney na tecnologia 3D que, depois do que vi, estabelece um novo fazer cinematográfico e ninguém mais vai segurar. É um salto como o que foi do cinema mudo pro falado, do preto e branco pro colorido. A experiência de ir ver um filme nunca mais será a mesma, um novo tempo chegou. Foi a primeira vez que saí de uma sala de cinema com a sensação de ter me deparado com uma arte realmente nova. Logo no momento em que nos queixamos da estagnação, tomei um cala-boca. Não bastasse isso tudo, “Up – Altas Aventuras” ainda por cima é um filmásso.


Comparações se fizeram com a triste e curiosa sina do Padre Adelir Antonio de Carli, aquele mesmo que ficou famoso no ano passado ao tentar voar numa amarração de balões de soprar caseiros e desapareceu no dia 20 de abril de 2008. Seu corpo só seria encontrado por acaso, quase três meses depois de sumir (em 3 de julho), a 100 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, na altura de Maricá. Os produtores do filme negaram terem se inspirado nessa história, aliás, durante a participação no tradicional Festival de Canes – Up foi a primeira animação a abrir o Festival em toda sua história – disseram desconhecer o caso.


Detesto filme dublado, até cai no meu conceito quem tem preguiça de ler legendas, mas para desenhos e animações dá pra dar um desconto. O próprio “Os Incríveis”, outro golaço dessa turma da Pixar, é mais divertido de se ver em português do que no idioma gringo, sem falar que com as legendas perderíamos um pouco da visualização dos efeitos. O papel principal de “Up”, Carl Fredericksen - descrito por muitos como um velhinho ranzinza e eu acho que não é bem o caso, vai ficar velho pra ver aonde seu bom humor vai parar – foi dublado por Chico Anysio, um verdadeiro gênio dessa nossa nação ingrata, não poderiam ter escolhido melhor voz, entonação, noção de tempo e de comédia/emoção.


Não vou mais ficar contando muito do filme, porque a surpresa é o elemento mais importante na arte: quero apenas o recomendar. Até acredito que alguém vai dar um jeito de vender essa nova tecnologia 3D para dentro de nossas casas, mas ainda deve demorar um bocado e não vai sair barato. Enquanto o futuro não chega de verdade dá um pulo lá e confere com seus próprios olhos. Daqui a um tempo ninguém mais vai precisar viajar mil quilômetros para ficar cara a cara com sua banda preferida. Aliás, só pra terminar com um pensamento pessimista, porém real: já imaginou essa tecnologia voltada para os filmes pornográficos que desbunde - literalmente - não seria?


3 comentários:

Anônimo disse...

Juca,

Assisti "UP" na sexta-feira (um dia após vc)... levando como sempre os meus dois filhos ( de 10 e 8 anos ) como escudo protetor contra pessoas que te olham e pensam: "O que esse gigante de 2 metros tá fazendo na fila de um filme infantil?" >>> pena que eles estão crescendo e em breve essa alternativa terá que ter uma nova solução... kkkkkkkkkk

Abração... e assino embaixo >>> é um puta desenho ( eo das nuvens realmente vale o ingresso caro pacaraio de R$ 23,00 e aquelas pipocas devem ser feitas com grãos de ouro kkkkkkkkkkkkkkkkk)

Flavio Salles

Juca Magalhães disse...

Pois é além de caro o Cinemark quase sempre dá algum problema, então dessa vez saí no lucro - e por isso nem comentei - só de tudo ter funcionado direitinho. Mas vc acredita que nem me encanei dessa coisa de idade? Quando ouvi falar que era o mesmo pessoal que fez "Os Incríveis" fiquei curioso pra assistir, achei esse último ducaralho também e não me decepcionei.

SILVANA PEDRINI disse...

Ainda não li este texto, mas prometo que volto para ler. Hoje eu fiz um passeio pelo seu blog, fiquei algum tempo sem vir aqui e já vi que perdi muita coisa. Sorte minha é que posso voltar e ler. Enfim, acredito que locais como este deveriam ser mais frequentados. Logo, criarei um link indicando seu blog na minha pagina.

Abraços

Passa no Palavras ao Vento
Espero você